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Deste modelo saiu o jipe Tramp, similar ao Volkswagen Kübelwagen (saiba mais), com versões civil e militar. Nas décadas seguintes o Trabant receberia diversos ligeiros aprimoramentos, como sistema elétrico de 12 volts, freios mais eficientes e menor adição de óleo ao combustível. Muitas mudanças eram aplicadas a modelos antigos, que se viam "reciclados" para mais algum tempo de serviço.

O jipe Tramp teve versões civil e militar. Era quase uma versão oriental do Kübelwagen, o 4x4 que a Volkswagen desenvolveu para a Segunda Guerra Mundial

O carrinho de apenas 3,37 metros de comprimento e 1,5 metro de largura usava motor de dois cilindros e dois tempos, refrigerado a ar. Gerava míseros 26 cv de potência (6 cv a mais que o anterior) e 5,3 m.kgf de torque; não tinha comando, válvulas, bomba de óleo, radiador ou bomba d'água. O combustível chegava ao carburador pela força da gravidade.

Desempenho não era o forte do Trabant, que chegava à velocidade máxima de 100 km/h e acelerava de 0 a 80 em 20 s, apesar de pesar apenas 615 kg. Por outro lado fazia cerca de 11 km/l na cidade e 14 na estrada -- em seu ritmo lento, naturalmente. Em 1988, pouco antes da queda do muro, a Sachsering tentou modernizá-lo e passou a utilizar o motor de quatro cilindros, quatro tempos e 1,1 litro do VW Polo -- outras tentativas haviam sido feitas por usuários, algumas com motor do Fiat 128.

Os protótipos do hatchback, à esquerda, e de um modelo mais atual em 1982:
a modernização era descartada, pois carro de particular era "coisa de capitalista"

Apesar disso, após a abertura do mercado o carrinho não resistiu à concorrência com os modernos modelos ocidentais. Às exatas 14h51 do dia 30 de abril de 1991 era encerrada a produção do Trabant, depois de 3.069.099 unidades vendidas não só em países socialistas, como também na Holanda e Bélgica, por exemplo -- claro que em pequena quantidade.

Atualmente a Sachsering produz peças para Jaguar, BMW, Audi e Opel e recentemente passou a oferecer suas ações na bolsa de valores de Frankfurt. A empresa foi privatizada em 1994, após a reunificação, e salva da extinção pelos irmãos Ulf e Ernest-Wilhelm Rittinghaus, que a tornaram lucrativa. Na época da falência empregava 8 mil funcionários, hoje apenas 500. Comenta-se que uma empresa norte-americana adquiriu os direitos de produção e tem planos para relançá-lo, com desenho e mecânica atualizados, em uma fábrica no Usbequistão.

Em 1988 foi adotado o motor quatro-tempos de 1,1 litro do VW Polo, mas a abertura do mercado aos modelos ocidentais logo transformou o Trabant em um objeto de curiosidade e irreverência, não mais um meio de transporte

Estima-se que existem hoje cerca de 200 mil Trabants em circulação, cobiçados por colecionadores de todo o mundo. O Trabi, como foi carinhosamente apelidado, permanece como o maior símbolo da extinta DDR e de tudo que ela representou. O fim do singelo automóvel coincide com o fim da guerra fria e da divisão bipolar do mundo. Hoje ele é um marco desse tempo que passou, um tempo que ficou para trás quando sopraram os ventos da mudança. 

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