Pace na Fórmula 2 com o Surtees (em cima), em 1973; no ano seguinte usava na F-1 esse Brabham BT44, com o qual obteve um segundo lugar

Consagração: ainda pela Brabham, Moco vencia o GP do Brasil de 1975

Foi assim também em 1972, à exceção de um segundo lugar na 200 Milhas de Balcarce, na Argentina. No mesmo ano estreava na Fórmula 1 na África do Sul com um March 711 preto, da equipe de Williams, com motor Cosworth V8. Chegou em sexto na Espanha e em quinto na Bélgica, onde Emerson Fittipaldi ganhou com um Lotus. Uma valorosa estreia seria no Campeonato Mundial de Marcas pilotando um Ferrari 312P. Foi o segundo colocado na 1.000 Quilômetros de Zeltweg, na Áustria, e com um Gulf-Mirage chegou em terceiro na Seis Horas de Watkins Glen, nos Estados Unidos. Também mostrou competência na Can-Am com um Shadow. Na Fórmula 1, com um Surtees TS-9, chegou em segundo em Brands Hatch numa prova que não contou para o campeonato.

No ano seguinte pilotava um Surtees TS-14, ainda muito fraco em relação aos adversários, e chegou em quarto na Alemanha e em terceiro na Áustria. No Mundial de Marcas conseguia o segundo lugar na 1.000 Quilômetros de Nürburgring, Alemanha, e na 24 Horas de Le Mans, França, com o Ferrari 312P em dupla com o italiano Arturo Merzario. Comentava-se na época que Enzo Ferrari gostaria de tê-lo no time da F-1, mas a equipe não estava muito bem, o que não teria animado Pace. Em 1974 tirava um quarto lugar no Brasil e trocava de equipe. Foi para a Brabham, na qual conseguiu um quinto lugar em Monza, Itália e um segundo nos EUA com o modelo BT44. Seu companheiro de equipe era o argentino Carlos Reutemann.

Outro bom convite surgia: a Matra, bicampeã mundial de Marcas, queria Pace pilotando um MS 670, mas ele preferiu se dedicar mais à F-1 e vir com maior frequência ao Brasil. Em 1975 a consagração e o reconhecimento vieram num domingo muito especial: no GP do Brasil, o público viu um pódio verde e amarelo com José Carlos Pace em primeiro e Emerson em segundo. Foi aclamado. Num ano muito bom, ainda chegou em terceiro em Monte Carlo e segundo em Silverstone, na Inglaterra. Ficou em sexto no campeonato atrás de Niki Lauda, Emerson, Reutemann, James Hunt e Clay Regazzoni.

Sempre que podia, vinha ao Brasil para disputar o Torneio Brasileiro de Turismo Nacional com um Ford Maverick Quadrijet, fazendo dupla com Paulo Gomes. Venceram a 12 Horas de Goiânia, a 500 Quilômetros de Brasília e a 12 Horas de Tarumã, no Rio Grande do Sul, conquistando novamente o título de Campeão Brasileiro. Para promover o Maverick com motor de 2,3 litros houve o Campeonato Torneio Sul-Americano com duas provas e duas baterias, uma em Brasília e outra em Interlagos. Moco deu um show com seu carro azul número 10.

O pequeno desafio contou com o mineiro Alex Dias Ribeiro, o simpático italiano Vittorio Brambilla e os argentinos Luiz Ralph Di Palma e Jorge Recalde, que comeram muita poeira. Os carros foram sorteados e eram idênticos — valeu o braço de Moco. Para fechar o ano com chave de ouro no Turismo, venceu a 25 Horas de Interlagos ao lado de Paulo Gomes e Bob Sharp. Em 1976, foi às telas do mundo ajudar Al Pacino. Foi ele quem fez as cenas perigosas no filme Bobby Deerfield, em que um piloto norte-americano que vai correr na Europa. Nas cenas de pista, Pacino veste o capacete preto com a seta amarela e o macacão de Pace.

Na vida real a Brabham inseria o motor Alfa Romeo V12, potente, mas sem bons resultados. Em 1977 ele começou bem na Argentina, mas passou mal, teve uma desidratação e chegou em segundo lugar. Infelizmente para Elda, os filhos Patrícia (com quatro anos) e Rodrigo (um ano) e todos que o amavam muito no Brasil e no mundo das corridas, José Carlos Pace, o Moco, perdia a vida em 18 de março num estúpido acidente aéreo. Junto dele estavam o piloto do avião e Marivaldo Fernandes. O Brasil não só perdia um homem de caráter e muito profissional. Ia para o céu o quarto campeão mundial de Fórmula 1 brasileiro, antes de Piquet e Senna, pois não lhe faltavam qualidades técnicas para tal. Em 1986, o mais famoso autódromo e templo do automobilismo nacional, Interlagos, passava a se chamar José Carlos Pace em homenagem a esse grande piloto. Quem o viu correr jamais esquece seu estilo único.

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