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por Paulo Roberto Poydo


Coletor: variando os dutos de admissão


O que seria um coletor de admissão variável, presente na linha Passat da VW alemã?

Alexandre Ribeiro Calixto
ale22@zip.net

Um motor endotérmico produz pouco em relação ao que consome. Muitas perdas pelo caminho da mistura ar-combustível nos conduzem a patamares de aproveitamento da ordem de 21 a 30%, nos motores a gasolina, e algo em torno de 35 a 40% nos motores a diesel.

Em desenvolvimento, ainda na prancheta (ou melhor, nos programas CAD/CAM), a grande busca por um melhor enchimento -- leia-se eficiência volumétrica dos cilindros -- é o tema mais complexo e difícil de equacionar, pois as dificuldades em obter torque e potência adequados a cada motor e a cada usuário, assim como o compromisso de produzir um veículo agradável de dirigir sob quaisquer condições, envolvem variáveis complexas como perfil de comando de válvulas, coletores de admissão e escapamento, faixa útil de giros, etc.

As opções de utilização de coletores de admissão e comandos de válvulas variáveis são as soluções mais aplicadas pelos fabricantes nos veículos de porte médio. A Volkswagen vem-se utilizando deste expediente em motores de alto rendimento, como o V6 de 2,8 litros, 30 válvulas e 193 cv (
leia avaliação completa da Passat Variant V6), de uso comum nas plataformas Audi/VW.

Consiste em unir os benefícios de usar um coletor de seção estreita e dimensão longa, beneficiando o torque nas rotações intermediárias (cargas parciais), e um coletor curto e de grande seção, beneficiando a potência em regimes mais elevados, sem cair na mesmice de desenhar coletores medianos e que sacrificam ou o torque ou a potência, de acordo com a cilindrada do motor.

O objetivo dos projetistas é desenvolver um coletor com as duas características, permitindo variações no comprimento (variando a capacidade de enchimento deste motor) e, por conseqüência, otimizar o rendimento volumétrico, obtendo valores de potência e torque acima da média.

O coletor variável em ação: à esquerda, dutos longos privilegiam o torque; à direita, dutos curtos favorecem a potência

O coletor variável funciona integrado com a central de injeção e ignição e, quando disponível, o comando de válvulas variável. Compõe-se de um conjunto de dutos plásticos que operam nos regimes de cargas parciais, mantendo fechados os dutos curtos e de grande seção (para obtenção de potência) e abertos os dutos estreitos e longos (para obtenção de torque).

Quando o motor ultrapassa a faixa de giros de torque máximo, a central eletrônica energiza uma válvula eletropneumática (com sinal de massa), que abre a passagem para a mistura percorrer os dutos curtos e de grande seção, obtendo assim maior potência. É importante que as válvulas de admissão se fechem mais tarde, através do uso de variador de fase (
saiba mais), otimizando a eficiência volumétrica dos cilindros.


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