


No mercado australiano, onde
existe opção de motor V6 de 4,0 litros, a versão TRD ganha acessórios e
compressor para chegar aos 306 cv

Grade, faróis e para-choque
davam ar renovado à frente do HIlux 2009


O modelo importado desde 1992
(em cima) passava a vir da Argentina em 1997; após quatro anos tinha
novo visual e motores mais potentes |
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A
transformação mais radical por que passou o Hilux em sua longa história
era apresentada em 2005. As linhas retas e sem inspiração que o
acompanhavam de longa data ficavam para trás: na sexta geração seu desenho era
moderno e atraente, com frente que parecia pertencer a um automóvel,
cabine mais arredondada e peças pintadas na cor da carroceria em vez de
cromadas. Havia três opções de cabine — simples, estendida e dupla, esta
com quatro portas — e a produção estava a cargo das fábricas da
Tailândia, que atendia a mercados na Europa, Ásia e Oceania (sob o nome
Hilux Vigo); da África do Sul, para consumo local; e da Argentina, para
venda a mercados da América Latina. O chassi sobre o qual estava a
carroceria do picape era usado também no utilitário esporte Fortuner
(Hilux SW4 no Brasil) e na grande van Innova.
Nenhum dos antigos motores era aproveitado. O quatro-cilindros a
gasolina agora podia ser de 2,0 litros, com 136 cv (apenas na Indonésia
e na África do Sul), ou de 2,7 litros com 160 cv (demais mercados),
ambos com variador de tempo de válvulas
VVTi. Austrália e África do Sul dispunham também do V6 VVTi de 4,0
litros e 236 cv. Na linha turbodiesel, o novo 2,5 D4D com
injeção eletrônica de duto único e 134
ou 156 cv equipava modelos para Ásia, Europa e África do Sul, enquanto
uma unidade de 102 cv saía da linha argentina. A opção de topo com esse
combustível, oferecida nos mesmos mercados e também no australiano, era
a D4D de 3,0 litros com resfriador de ar
e 163 ou 173 cv. Além do câmbio manual de cinco marchas e do automático
com quatro, havia um automático de cinco só para a versão V6.
Na África do Sul, a revista Car testou a versão Raider com motor
V6 e tração nas quatro rodas. "O motor tem torque impressionante, o
mesmo da versão turbodiesel de 3,0 litros. Tanto torque que, ao
arrancar, é fácil fazer cantar os pneus. Muito cuidado deve ser tomado
em piso molhado. (...) O resultado é desempenho de carro esporte,
incluindo um sensacional 0-100 km/h em 9,34 segundos!", entusiasmava-se.
No país dos cangurus aparecia em 2008 a versão TRD (Toyota Racing
Developments) com a adição de um compressor
no motor V6, que passava a 306 cv e 46 m.kgf. Com base na versão de
cabine dupla com câmbio automático e tração 4x4, a divisão esportiva da
marca instalava amortecedores Bilstein e um pacote visual mais para
fora-de-estrada que para esportivo. O teste da revista Drive
apontou bom ganho de torque, mas criticou a aderência dos pneus e o
comportamento dinâmico. Para 2009 o Hilux ganhava um retoque na parte dianteira com novos faróis, grade e para-choque.
O Hilux
no Brasil
O picape da Toyota
esteve em diferentes gerações nos mercados sul-americanos, importado por
países onde o mercado era aberto a veículos estrangeiros. Como isso não
acontecia no Brasil até 1990, nosso único Toyota era o arcaico
Bandeirante, fabricado desde 1962 com esse nome (desde 1958 como Land
Cruiser) e pouco modificado até o fim de sua produção. Com a liberação
das importações, o picape foi um dos modelos da marca japonesa a aportar
em 1992, ao lado de automóveis como o
Corolla. Estava disponível com
cabine simples ou dupla, esta com quatro portas, e com tração traseira
ou nas quatro rodas. Na versão 4x2 o motor era o quatro-cilindros a
diesel de 2,5 litros, e na 4x4, o de 2,8 litros, sempre com aspiração
natural.
Havia diferença também na altura de rodagem, bem maior na opção 4x4, que
tinha ainda pneus mais altos. Direção assistida e ar-condicionado vinham
de série, mas não havia outros equipamentos de conforto ou mesmo
elementos decorativos — eram veículos sobretudo para o trabalho.
O picape Nissan e o Mitsubishi L200 foram seus
adversários por aqui desde o início — General Motors e Ford só
ingressariam na categoria em 1995. Esses modelos japoneses
representaram uma alternativa aos utilitários pesados das marcas
norte-americanas (a série
A-20/C-20/D-20 da GM e o Ford
F-1000), com menor consumo e circulação mais fácil nos centros
urbanos. O Hilux similar ao importado passava a ser fabricado em 1997
em Zárate, na Argentina, com motores a gasolina e a diesel e cabines
simples e dupla. Embora não tivesse as alterações visuais lançadas nesse
ano em outros mercados, adotava suspensão dianteira independente também
para a versão 4x4, o que melhorou conforto e comportamento dinâmico.
Contudo, ainda não usava rodas-livres automáticas no eixo dianteiro.
Disponível nos padrões básico, DLX e SR5, o picape vendido no Brasil
vinha apenas com o motor 2,8 a diesel de 77 cv e 17,7 m.kgf e tração
4x4.
Avaliado pelo Best Cars em 1999, foi elogiado pelo interior
com acabamento bem-feito, boa posição de dirigir e câmbio com engates
corretos. As maiores críticas foram ao conforto de marcha ("É bastante
duro — sobretudo a traseira — em qualquer situação, demandando cautela
em curvas de piso irregular") e ao motor pouco potente: "A velocidade
máxima fica em torno de 135 km/h e viajar por asfalto torna-se
desconfortável pela alta rotação".
A unidade argentina passava a fabricar em 2001 um modelo
reestilizado com linhas próprias, diferente do que existia desde 1997 em
outros mercados. Pela primeira vez havia motores turbodiesel e a
gasolina no Brasil. A versão de tração 4x2 estava de volta com a mesma
altura de rodagem da 4x4.
Se o motor a diesel aspirado passava a 3,0 litros, 90 cv e 19,6
m.kgf, o novo com turbo — o mesmo do utilitário esporte SW4 — usava
injeção e fornecia 116 cv e 32,1 m.kgf. A unidade a gasolina de 2,7
litros e 16 válvulas com injeção entregava 142 cv e 23,2 m.kgf. Havia 12 combinações de cabine, tração, motor e acabamento (básico,
SR ou SRV).
Continua
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