

Athlete (em cima) e Royal de
2006: em sintonia com os novos tempos



No Crown 2008 o desenho foi
modernizado e havia cinco versões, com opção pela propulsão híbrida;
embaixo o Majesta, mais conservador |
Os
novos Crowns se dividiam em duas versões de acabamento, Royal e Athlete.
Já o Majesta continuava, mas era um carro distinto, com mais luxo e
maiores dimensões. A linha de motores compreendia várias unidades, todas
de seis cilindros, com 2,0, 2,5 e 3,0 litros. A versão Athlete era
equipada com uma unidade de 2,5 litros com turbo e
variador do comando de válvulas, capaz
de expressivos 280 cv (a maior potência permitida pelo governo japonês
no mercado interno) e 38,6 m.kgf. Nem uma versão híbrida, com motores
elétrico e a gasolina (de 3,0 litros e 200 cv) associados, foi esquecida
para o Royal.
Em 2003 o Crown mostrava que ainda tinha muito fôlego e surgia sua 12ª
geração, a S180. Apesar de ser produzido sobre a mesma plataforma de
antes, o grande Toyota estava com linhas mais modernas sem perder o
traço de elegância que o marcou por todos esses longos anos. Baseado no
conceito Zero Crown, o novo modelo tinha frente em cunha, com grandes
faróis e grade cromada. Uma grelha no parachoque, dividida pelo espaço
da placa, trazia faróis de neblina. Um discreto ombro surgia pela
lateral robusta, aspecto evidenciado pela ausência de janela na coluna
posterior. Na traseira grandes lanternas davam o tom de classe e as duas
saídas de escapamento mostravam que havia algo interessante sob o capô.
Três motores estavam disponíveis na linha, todos de seis cilindros em
"V" e dotados de variador nos comandos de admissão e escapamento. O
primeiro tinha 2,5 litros, duplo comando e
injeção direta. Sua potência era de 215 cv e o torque de 26,5 m.kgf.
Na sequência havia o 3,0 também de injeção direta, com 255 cv e 32
m.kgf, e por fim uma unidade de 3,5 litros, 280 cv e 35,9 m.kgf. Para o
Majesta existia um V8 de 4,3 litros, mesmos 280 cv e maior torque, 43,8
m.kgf. O carro estava um pouco maior, com 4,84 m de comprimento, 1,78 m
de largura e 1,47 m de altura. O entreeixos era de amplos 2,85 m e o
peso chegava a 1.760 kg.
A suspensão agora era independente nos dois eixos, com
braços sobrepostos na dianteira e
multibraço na traseira, sempre com
molas helicoidais. Os câmbio automáticos podiam vir com cinco ou seis
marchas. A Toyota sabia que precisava de um produto competitivo, pois
naquele tempo o Crown era uma opção aos tradicionais Mercedes-Benz
Classe E, BMW Série 5, Audi A6 e os conterrâneos Honda Legend e Nissan
Fuga. Em meio a um mercado tão seleto, a marca japonesa apresentou em
2008 a atual geração, identificada como S200.
Na estética estava um pouco mais esportivo, com traços mais demarcados,
sem contudo perder a identidade. Crescia 3 cm no comprimento e a
dianteira exibia tomadas de ar maiores no parachoque. As lanternas
traseiras ganhavam curvas e, no geral, não é difícil fazer uma ligação
com outros recentes carros da marca, em especial o Camry. O comprador
podia escolher entre cinco níveis de acabamento: o básico Crown Sedan, o
Royal Series, o Athlete (que mantinha o luxo do Royal com uma pitada de
esportividade), o Majesta e o Hybrid. A tecnologia incluía moderno
sistema de navegação em três dimensões, raro no segmento.
Com mais de meio século de história, o Crown faz parte de um capítulo
importante da Toyota — surgiu quase junto à marca. Com um projeto
voltado ao mercado de táxis, o modelo japonês mostrou qualidades
suficientes para alçar outros voos e hoje é um dos sedãs mais completos
do segmento. Quanto tempo mais durará o reinado dessa coroa nipônica? A
julgar pela tradição da Toyota, pode ser que esse trono ainda veja
muitas gerações do Crown.
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