Faróis alongados, linhas mais modernas e suspensão traseira multibraço traziam o Camry ao século XXI em sua quinta geração, lançada para 2002

Sobriedade e conforto ainda eram as notas dominantes no interior; os motores de 2,4 e 3,0 litros usavam variador de tempo para as válvulas

Novos faróis e lanternas, para-choques e grade vinham em 2004, ao lado dos instrumentos Optitron e da caixa automática de cinco marchas

O Best Cars, em 2001, avaliou a versão de topo e as impressões foram bastante positivas. "O V6 de 3,0 litros, 24 válvulas e 191 cv é extremamente macio e silencioso e oferece boas respostas ao acelerador. Contribui muito o reconhecido câmbio automático da marca, que efetua as mudanças ascendentes e reduções exatamente quando se deseja", escrevemos. "O sedã japonês mostra claramente como vive bem ao volante a classe média norte-americana, que o compra aos milhares. Aqui é um carro de luxo para muito poucos mas, sob esta ótica, tem tudo para agradar aos que entenderem seu estilo. E cobrando bem menos que o 'primo rico' da Lexus", continuava, em alusão ao ES 300 com o qual ele compartilhava plataforma e elementos mecânicos.

Em 2000 chegava aos EUA o Solara conversível, apenas um ano antes da apresentação de uma nova geração, a ACV30. Colocado à venda em setembro de 2001, esse Camry vinha pela primeira vez sem a versão perua. Em meio à moda das minivans e dos utilitários esporte, a Toyota preferiu montar modelos do tipo sobre a plataforma do sedã, dando origem à Sienna e ao Highlander, na ordem. No desenho o Camry buscava identidade nos irmãos Corolla e Solara. O carro perdia um pouco o ar conservador por conta dos faróis esticados e frente em cunha. Na lateral a janela da porta traseira voltava a ter um vigia fixo e a parte posterior ostentava grandes lanternas em forma de meia lua. Por dentro o acabamento era muito bom, com a atmosfera de amplidão corroborada por um painel plano que não invadia o espaço dos ocupantes. Estava 2 cm menor que a geração anterior no comprimento, mas o entre-eixos aumentava para 2,72 m. O coeficiente aerodinâmico (Cx) era expressivo, 0,28.

Como motor de entrada vinha um novo quatro-cilindros de 2,4 litros, com o sistema VVT-i de variação do tempo de abertura das válvulas, que entregava 159 cv e 22,4 m.kgf. O V6 de 3,0 litros produzia 202 cv e 29,6 m.kgf. Na suspensão, a traseira passava a ser do tipo independente multibraço. Controle de estabilidade, bolsas infláveis laterais e de cortina eram itens bem-vindos de segurança. Nos EUA as versões eram LE, SE e SE Sport — a básica CE saía de catálogo. LE e SE com o motor de quatro cilindros recebiam câmbio manual. Em 2002 o Camry desembarcava no México e no Brasil — aqui apenas na versão V6. No ano seguinte os pedais recebiam ajuste elétrico de posição e o XLE trocava o acionamento manual do freio de estacionamento por pedal. O motor 3,0 recebia o sistema VVT-i.

Em 2005 um refresco chegava à linha, com grade cromada nas versões superiores e novos faróis, lanternas, para-choques e rodas. Por dentro vinham encosto de cabeça para o terceiro ocupante traseiro, sistema Optitron de iluminação dos instrumentos, controle de áudio no volante, apliques cromados e revestimento em couro de série no XLE V6. Um câmbio automático de cinco marchas entrava no lugar do antigo, de quatro velocidades, e os freios ABS eram de série em toda a linha.

Ambientalmente correto   O Salão de Detroit em janeiro de 2006 marcou a apresentação da atual e sexta geração do Camry — nada mais justo do que aparecer primeiro em seu principal mercado. Novidade maior era a versão Hybrid, ou híbrida, equipada com o quatro-cilindros de 2,4 litros a gasolina, de 147 cv, associado a uma unidade elétrica de 45 cv alimentada por baterias de hidreto metálico de níquel. Auxiliado pela eficiente caixa automática de variação contínua (CVT), o híbrido saía de 0 até 96 km/h em bons 9 segundos e o consumo médio era de ótimos 14,5 km/l. Continua

Nas pistas
Um pacato sedã familiar concorrendo nas pistas? Sim, até no esporte o Camry foi competente na famosa categoria Nascar, a mais popular dos EUA. Em 2008 o modelo foi escolhido como base para as linhas do carro da Toyota que disputava a classe Sprint Cup, a de maior potência. Naquele ano ele motorizou as equipes BAM, Bill Davis, Germain, Hall of Fame, Joe Gibbs, JTG, Michael Waltrip e Red Bull, enfrentando modelos inspirados no Chevrolet Impala, no Dodge Charger e no Ford Fusion.

Ainda naquele ano, uma polêmica envolveu o modelo. Na prova de Michigan a organização da Nascar usou um dinamômetro para averiguar a potência de vários carros. Em dois modelos da Toyota os técnicos encontraram um calço nos aceleradores para evitar 100% de aceleração aberta, sinal de que a potência real estaria mais alta que a registrada no medidor. Em seguida a Nascar mudou o regulamento e fez que a Toyota corresse com um restritor menor, que cortava cerca de 20 cv dos motores. Mesmo assim, a equipe ganhou 19 das 35 provas da temporada.
O esportivo
Na Austrália a Toyota apresentou uma versão "quente" do Camry, batizada TS-01, no Salão de Melbourne em 2005. A sigla fazia alusão aos pilotos de F-1 Jarno Trulli e Ralf Schumacher, então na equipe japonesa. Para acelerar de 0 a 100 km/h em 7 segundos, o motor escolhido foi o V6 com compressor da TRD, que fornecia 248 cv e 32,6 m.kgf — números 28% e 12%, na ordem, maiores que na versão "civil". O câmbio manual tinha cinco marchas e era uma versão adaptada do Corolla de rali. A suspensão também tinha alterações, assim como os freios a disco, que cresciam em diâmetro. Por dentro o banco do motorista recebia modificações para melhor suporte do corpo e a fibra de carbono cobria várias partes de acabamento. O sistema de iluminação Optitron era padrão nos instrumentos e finalizava o conjunto a cor única vermelha na carroceria. A TRD, um braço esportivo e de acessórios da Toyota, representa na Austrália o mesmo que a FPV pela Ford, a Ralliart pela Mitsubishi e a HSV pela Holden.

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