



Ao lado do interior com novos
recursos e do V6 de 3,5 litros e 284 cv, o Camry trazia a versão híbrida
(em verde), com auxílio de motor elétrico

Retoques visuais, câmbio
automático de seis marchas e motor de 2,5 litros vinham no modelo 2010
para enfrentar uma intensa concorrência |
Suas
linhas modernas e de acordo com o segmento davam adeus ao ar conservador
do passado. Frente longa e em cunha, faróis inclinados e finos que
combinavam com as lanternas traseiras, grade avançada com três frisos
horizontais e o símbolo da marca no topo, capô levemente mais alto na
parte central, para-brisa bastante inclinado, laterais limpas e com
linha de cintura mais alta ditavam o estilo. Por dentro o acabamento
esmerado que se espera de um Toyota de seu segmento. Com 4,80 m de
comprimento, 1,82 m de largura, 1,47 m de altura e entre-eixos de 2,77
m, o novo Camry pesava quase 1.500 kg. O Cx continuava o mesmo, mas a
versão híbrida melhorava para 0,27 nesse quesito.
Os motores continuavam com quatro e seis cilindros. A unidade básica era
a 2,4, capaz de produzir 158 cv e 22 m.kgf. O câmbio podia ser manual ou
automático de cinco marchas. O V6 de 3,5 litros, acoplado a uma nova
caixa automática de seis marchas, trazia variação nas válvulas de
admissão e escapamento (Dual VVT-i) e
coletor de admissão de dois comprimentos, com o que entregava 284 cv
e 35,3 m.kgf, números excepcionais que o situavam bem frente a
competidores de respeito — leia-se Chevrolet Malibu, Ford Fusion, Mazda
6, Volkswagen Passat e, claro, o Accord.
A Popular Mechanics escreveu que "os donos do Camry amam seus
carros com uma devoção sincera, mas desapaixonada. A cabine foi
drasticamente reestilizada para ser moderna, elegante e arejada, e
deveria ganhar mais fãs que o exterior fortemente inspirado no Avalon
[modelo maior da Toyota nos EUA]. Grandes notícias sob o capô: um V6
maior que entrega a potência necessária e um frugal quatro-cilindros
híbrido com promessa de 17 km/l e desempenho mais que adequado. Continua
não sendo um sedã esportivo, mas o Camry entrega um rodar confortável
com desempenho previsível e cabine silenciosa".
A nova geração, vinda do Japão para o mercado brasileiro, foi avaliada
pelo Best Cars e prometia agitar a concorrência formada por
Chevrolet Omega, Honda Accord, Peugeot 407 e Citroën C5. "Conforto é
mesmo a ordem do dia no Camry, a começar pelo ar-condicionado digital em
duas zonas. Os encostos do banco de trás, nas seções extremas (dividido
40-20-40), têm ajuste de inclinação num campo de 8°, um detalhe raro em
sedãs. O sistema de áudio, com disqueteira para seis discos no painel e
leitura de MP3 e WMA, traz nova tecnologia psicoacústica, que
proporciona sensação de o som vir do alto apesar de os alto-falantes
dianteiros estarem nas portas, embaixo." Outro destaque era o sistema de
ventilação que buscava recriar o ambiente fresco de uma floresta. Com
relação ao motor V6, escrevemos que "o funcionamento é dos mais suaves,
ajudado por uma árvore de balanceamento
entre as duas bancadas do 'V'. O sistema de escapamento é duplo, com
saídas em cada lado da traseira."
Um discreto retoque de estilo chegava ao Camry no modelo 2010, também
apresentado no Salão de Detroit do ano anterior. Grade remodelada, novas
calotas e rodas, sinalização por leds na
traseira, sistema de áudio com conexão USB e câmera traseira integrada
ao sistema de navegação eram as novidades. Um novo 2,5-litros de quatro
cilindros estava disponível (exceto para o híbrido), entregando 181 cv
na versão SE. Caixas de seis marchas, manual e automática, também eram
oferecidas e o controle de estabilidade tornava-se equipamento de série.
Comparado pelo Best Cars ao Fusion V6 e ao Passat Turbo, o Camry
XLE V6 (ainda um modelo 2009) mostrou como destaques acabamento, espaço,
itens de conveniência, o melhor desempenho entre os três — mérito do
vigoroso motor de 3,5 litros e 284 cv — e segurança passiva, mas não se
saiu bem na relação custo-benefício: "O ponto mais crítico é mesmo o
preço do modelo japonês, que torna difícil de justificar a opção por
ele, mesmo com tantos atributos."
Mas o Brasil não serve de parâmetro para balizar a questão
custo-benefício do Camry. Nos EUA, com carga tributária muito menor e
forte competição pelo dinheiro do consumidor entre as fábricas, o modelo
da Toyota tem preço competitivo ao dos concorrentes e agrega fiéis
seguidores há décadas. A julgar pela linha evolutiva com que o
fabricante modifica seu produto, o Camry manterá sua coroa reluzente por
muito tempo.
|