Sob o capô, o motor básico permanecia o 1,8-litro. Entre os seis-em-linha havia o 2,0 de 155 cv, para o GTS, e o novo 2,5 de 180 cv para o GTS-25. Este podia vir com câmbio automático de quatro marchas dotado da função Power, um modo esportivo que levava o motor a altas rotações antes das trocas ascendentes. Para quem isso não fosse o bastante, o GTS-T trazia o conhecido 2,0 turbo com potência ainda maior (215 cv) e torque de 27 m.kgf. Chegava a 230 km/h e os freios a disco ventilado nas quatro rodas tinham opção por sistema antitravamento (ABS), inédito no modelo.

O sedã de oitava geração: linhas arredondadas, suspensões mais modernas e freios ABS no GTS-T, com motor turbo de 215 cv

O GTS-T era rápido, mas algo bem mais potente estava em preparo. A Nissan ainda competia no Grupo A com o Skyline GTS-R de 1988, com motor 2,0 turbo e tração traseira. Sua divisão esportiva Nismo (Nissan Motorsport) planejava fazer um R32 de 2,35 litros com turbo e cerca de 600 cv, que competiria com modelos de aspiração natural e 4,0 litros (conforme o regulamento da Federação Internacional do Automóvel, FIA, multiplica-se por 1,7 a cilindrada de motores superalimentados para fins de equivalência aos aspirados).

Surgiu a idéia de adotar tração integral, mas o aumento da ordem de 100 kg o deixaria muito pesado para a classe de 4,0 litros. A solução foi então associar a tração a um motor de 2,6 litros, que deixou o Skyline na categoria dos 4,5-litros aspirados. Para homologar o carro de corridas foi definida uma série de 5.000 unidades para rua, lançada em maio de 1989 sob a carismática sigla GT-R, que voltava depois de uma década. E, como acontecera em 1964 com o primeiro seis-cilindros do modelo, o êxito foi tal que a Nissan precisou estender sua produção.

Esse Skyline seria conhecido por Godzilla, em alusão ao assustador réptil do desenho animado japonês. O apelido, atribuído pela revista australiana Wheels quando de sua apresentação, tinha justificativa: o seis-cilindros de 2.569 cm³ com dois turbos (código RB26DETT) chegava a 280 cv, a maior potência então permitida para carros de rua no Japão, e tinha torque de 36 m.kgf. Com isso, o cupê de 1.430 kg acelerava de 0 a 100 km/h em menos de cinco segundos, tão rápido quanto um Ferrari F355, e chegava a 250 km/h. Honda NSX, Toyota Supra, Mitsubishi Lancer Evolution e Mazda RX-7 eram outros "alvos" do GT-R nas estradas.

O GT-R, logo apelidado de Godzilla: motor de 2,6 litros com dois turbos e 280 cv,
tração e direção nas quatro rodas, aceleração rápida como a do Ferrari F355

Um dos destaques técnicos era a tração integral ATTESA-ETS (sigla em inglês para Sistema Avançado de Engenharia de Tração Total - Divisão Eletrônica de Torque), que repartia a potência entre os eixos com proporção variável, de 100% às rodas traseiras até 50/50, conforme as condições de aderência. O sistema Super-HICAS aperfeiçoava a direção nas quatro rodas, que usavam pneus 225/60-16 e tinham freios a disco ventilado com ABS.

Sua versão de corrida venceu tantas vezes no Grupo A que a categoria teve de rever seu regulamento para resgatar a competitividade. Em fevereiro de 1990, para atender a exigências de homologação, chegava ao mercado uma série limitada mais próxima da versão das pistas. O GT-R Nismo vinha em 560 exemplares com motor revisto, novos defletores dianteiro e traseiro, pintura sempre em cinza e a remoção de itens como ar-condicionado, sistema de áudio e freios ABS, sem os quais o peso diminuía em 165 kg.
Continua

Nas telas
Vendido em poucos países além do Japão, o Skyline não é um carro comum em filmes ocidentais, mas apareceu em vários de países orientais.

Um GT-S preto e laranja da geração R32 surge em Thunderbolt - Ação sobre rodas (Pi li huo), de 1995. Outro da mesma época, todo preto, está em Racha - Velocidade sem Limites (Tau man chi D), de 2005 (acima). Um belo modelo branco da série subseqüente, R33, aparece na produção coreana 2009: Memórias Perdidas (2009: Lost Memories), filme de 2002. Para quem prefere as versões antigas, um GT branco de 1973 pode ser visto em Gyakushu! Satsujin Ken (The Street Fighters Last Revenge), de 1974.

Mas foi a trilogia (por enquanto) Velozes e Furiosos que deu mais brilho ao Skyline nas telas. No primeiro filme da série, de 2001, já aparecia um GT-R amarelo da geração R33 (acima) todo personalizado, com aerofólio, defletores e faixas especiais. No segundo, Mais Velozes Mais Furiosos (2 Fast 2 Furious), de 2003, o Nissan assumiu a cena principal.

Um GT-R prateado da série R34 (acima e abaixo), também modificado, é pilotado pelo protagonista Brian O'Connor (Paul Walker). Encarregado de prender Carter Verone (Cole Hauser), um executivo que usa seus negócios de importação e exportação para encobrir um cartel internacional de lavagem de dinheiro, O'Connor lida com os 500 cv do Skyline preparado, que tem ainda rodas de 19 pol e acessórios.

Consta que a produção desativou a tração dianteira do carro, de modo a permitir sobresterços por aplicação de potência como em um típico tração traseira, além do comportamento "nervoso" que se espera de um filme de ação. O carro mantém o volante no lado direito, única configuração do Skyline R34, sem que isso o impeça de ser dirigido pelas ruas americanas. O terceiro filme, Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (The Fast and the Furious: Tokyo Drift), de 2006, mostra outro GT-R R34 prata em cenas secundárias.

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