Um filme que chamou muita atenção na década de 60 foi Acossados
(À Bout de Souffle, 1959), francês do estreante Jean-Luc
Godard, que deu inicio à famosa Nouvelle Vague. É todo rodado em
Paris e foi feito em preto e branco. Michel Poiccard (Jean-Paul
Belmondo) é um delinqüente que rouba belos carros, e Patricia
Franchini (Jean Seberg), uma jornalista do jornal americano Herald
Tribune. Ela faz reportagens e entrevistas na charmosa Avenida
Champs-Élysées.

Num dos carros que rouba
em Marselha, Michel parte em alta velocidade pela famosa estrada
Nacional 7, cultuada pelos franceses como a Rota 66 pelos
americanos. Nessa estrada mata um policial que tentou prendê-lo
por excesso de velocidade. Ele volta a Paris, continua seus furtos
de carros. E o casal se apaixona. No interessante filme aparecem
vários Simcas Vedette, Présidence e Chambord. Numa cena mais longa
estão a bordo de um Ariane táxi (acima). Disponível em DVD.

Outro filme com Belmondo é
O Homem do Rio (L’Homme de Rio, 1964). Trata-se de
uma aventura filmada na França e no Brasil. Aqui as cenas se
passam no Rio de Janeiro, uma pequena parte em Brasília e na
Amazônia. Belmondo faz o papel do detetive particular Adrien
Dufourquet, encarregado de desbaratar um seqüestro. Junto com ele
está Agnès Villermosa (a francesa Françoise Dorléac). A
participação de atores brasileiros é importante. Nas cenas
passadas na capital francesa podemos ver um Vedette Chambord 1958
de cor bege (acima) que Adrien utilizava com freqüência.
Nos filmes do grande ator e diretor Jacques Tati aparecem muitos
carros. E na comédia Meu Tio (Mon Oncle, 1958) não
foi diferente. O casal Arpel tem uma casa muito moderna para a
época. |

Tudo é novo, confortável, limpo e cheio de tecnologia. Mas o filho
adolescente Gerard é infeliz até a chegada de seu tio, o senhor
Hulot (Jacques Tati), que conquista a amizade do sobrinho
mostrando as coisas simples da vida. Esta bela e comovente
historia venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e o prêmio
Especial do Júri no Festival de Cinema de Cannes. Dentre os belos
e impecáveis carros temos em várias cenas um Simca Vedette
Versailles de 1955 (acima), nas cores azul e branco.

No melhor e mais popular seriado da TV brasileira nos anos 60,
O Vigilante Rodoviário, o ator Carlos Miranda era o Inspetor
Carlos. Em suas aventuras ao lado de seu fiel cão Lobo, usava um
Simca Chambord com as cores da Polícia Rodoviária. Ao andar de
carro com Carlos, o pastor-alemão Lobo ficava sempre no banco da
frente, ao lado do Inspetor. Iniciada em março de 1961, a série
teve 38 episódios na extinta TV Tupi e mais tarde na Excelsior,
Cultura, Globo e Record. Um dos automóveis usados na série (acima)
foi recuperado por Carlos, com as cores originais preta e amarela
e o mesmo brasão da polícia na porta. Esteve em várias exposições
e encontros de carros antigos, onde o protagonista da série sempre
se veste a caráter.
O Simca também apareceu em várias novelas de época, como em
Estúpido Cupido, da Rede Globo. O personagem de Ney Latorraca,
ao ganhar na loteria, tem seu primeiro sonho realizado: comprar um
Chambord.
Na década de 1980, a música Simca Chambord do grupo Camisa
de Vênus traria aos jovens a importância do modelo para nossa
indústria. Cantava: "E no caminho da escola eu ia tão contente
/ Pois não tinha nenhum carro / Que fosse na minha frente / Nem
Gordini nem Ford / O bom era o Simca Chambord". |