Com carroceria de plástico e
fibra-de-vidro, a Espace usava motor de 2,0 litros com 103 ou 120 cv; um
ano depois já existia opção a diesel
Prática pelas dimensões, com bom
desempenho e grande estabilidade, a Espace cativou não apenas famílias:
serviu bem até de ambulância |
Surgiram novas determinações e foram feitos mais ajustes no projeto. Os
planos avançavam quando a Peugeot, por causa da malograda compra do
grupo Chrysler Europa, que fabricava os Talbots, desistiu da empreita.
Recomendaram que Guédon procurasse a Citroën, que estava nas mãos do
grupo Peugeot desde 1976. Ele o fez e adaptou o projeto para ser montado
sobre a base do futuro Citroën BX, que substituiria o
GS. Era agora o projeto P20.
Outro insucesso. A famosa marca de Javel temia a chegada a suas
concessionárias de um projeto ousado que não fosse de sua autoria. O
insistente homem da Matra buscou nova alternativa: agora seria montado
sobre a base do Renault 18. O ano era 1982
e, afinal, o projeto de um monovolume caiu nas graças do diretor
presidente da Renault, Bernard Hanon. No ano seguinte um acordo foi
assinado entre as partes. O carro seria fabricado pela Matra em
Romorantin, com vários componentes Renault, e comercializado por esta em
toda a Europa.
Pioneirismo
Em julho de 1984 a
Renault Espace entrava no mercado, seguindo de perto a japonesa Nissan
Prairie e a americana Chrysler Caravan. Cada uma em seu país, são
consideradas as introdutoras do conceito de minivan, ou minifurgão, um
veículo destinado a passageiros e sua bagagem, não ao transporte de
carga. O monovolume tinha teto alto, ótima área envidraçada, quatro
portas laterais, outra traseira muito ampla e ótimo acesso ao interior.
O coeficiente aerodinâmico (Cx) era muito
bom, 0,34, número até então restrito a poucos sedãs e esportivos.
Media 4,25 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,66 m de altura e
2,58 m de distância entre eixos. Seu peso era de 1.225 kg — um tanto
alto para seu porte, mas proporcional ao espaço interno. A frente
inclinada tinha grade de frisos horizontais e faróis retangulares. Os
pára-choques, toda a parte lateral à mesma altura deles e o teto tinham
a mesma cor, que era diferente do restante da carroceria. Esta era feita
em poliéster e fibra-de-vidro, tecnologia amplamente dominada pela Matra,
desde o tempo dos esportivos 530 e Bagheera, e também usada no
polivalente Rancho. O chassi era construído em chapas de aço tubulares
galvanizadas e lhe garantia muita rigidez.
As quatro amplas portas davam acesso a bancos individuais e modulares. A
Espace variavam de cinco a sete lugares e os dois dianteiros, mais um
traseiro, podiam girar em 180 graus para compor uma espécie de sala de
estar móvel. Os três de trás, muito confortáveis até para passageiros
grandes, eram individuais com encosto de cabeça e cintos diagonais com
enrolamento automático. Os demais podiam ser retirados com facilidade.
Continua
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