A nova carroceria do Fury 1960 apostava em uma frente estranha; nesse ano o modelo estava disponível com motores de 145 a 330 cv

Um conversível compunha a família pela primeira vez; em 1961 (ano do carro da foto) vinha o motor 413 com 375 cv e desapareciam as aletas

A geração de 1962 endossava o estilo retilíneo que tomava conta de Detroit; mesmo mais macia, sua suspensão cativava pela estabilidade

Depois de tão ampla reformulação, a linha 1958 trazia alterações mais sutis. A grade ganhava o mesmo aspecto nas partes superior e inferior; os faróis internos deixavam de ser menores que os externos, tornando-se iguais em tamanho, conforme o novo padrão da legislação; e havia novas lanternas traseiras. O motor de 290 cv vinha como opcional: o básico era o mesmo V8 318 em configuração mais "mansa" quanto a comando de válvulas, escapamento e carburação, com 225 cv.

Por outro lado, os mais exigentes em desempenho podiam contar com o Golden Commando de 350 pol³ (5,75 litros), com carburador ou a inédita injeção de combustível Bendix, o que resultava em potências de 305 e 315 cv, na ordem, e torque de 51,1 m.kgf. Com o injetado, acelerar de 0 a 96 km/h levava apenas 7,5 segundos, mas os problemas do sistema levaram a Chrysler a chamar os carros às concessionárias e substituí-lo por carburadores. Esse foi o último ano do Fury como modelo independente e de carroceria única: com a recessão que afetou gravemente o mercado, a Plymouth teve de abrir mão dessa exclusividade.

Perda de identidade   Na linha 1959, o nome Fury designava toda uma família composta de sedã e perua de quatro portas e o cupê hardtop, que assumiam o espaço do Belvedere como linha mais luxuosa da Plymouth. A sucessão para os cupês de 1956 a 1958 cabia ao Super Fury, disponível como hardtop e conversível e que trazia peculiaridades como um rádio de alta qualidade e bancos dianteiros que giravam para facilitar o acesso — mas ele podia ser comprado em qualquer cor e não mais ostentava faixas douradas.

Uma saliência na tampa do porta-malas destacava a localização do estepe e, em toda a linha, pequenas lanternas traseiras vinham em posição baixa, não mais no fim das aletas. Sob o capô permanecia o V8 318 em uma versão intermediária em potência, com 260 cv (opcional para outros modelos Plymouth), mas o Golden Commando crescia para 361 pol³ (5,9 litros) e oferecia 305 cv.

O Super Fury deixava de ser oferecido para 1960, ano em que o nome Fury perdeu toda sua identidade: era possível comprá-lo até como um comportado quatro-portas com motor de seis cilindros. Essa geração seguia um novo padrão de estilo com linhas mais retas, capô e para-lamas à mesma altura, uma frente de aspecto estranho e pequenas aletas traseiras. A estrutura monobloco representava o abandono da antiga carroceria sobre chassi.

Pela primeira vez, ao lado de sedã, cupê e perua, o Fury básico vinha em opção conversível. O motor de entrada era o Slant Six (seis inclinado, referência à posição de montagem para um capô mais baixo) de 225 pol³ ou 3,7 litros e 145 cv. Enquanto o 318 e o 361 eram mantidos, estreava como opção de topo o Sonoramic Commando V8 de 383 pol³ (6,3 litros) e 330 cv. Algumas versões usavam indução forçada de ar. Um motor ainda maior, o 413 de 6,8 litros e 375 cv, aparecia no ano-modelo seguinte, que perdia de vez as aletas nos para-lamas.

O Fury ganhava nova carroceria mais compacta para 1962, medida que não agradou a muitos compradores. Voltava a ser oferecido o Super Fury, como cupê ou conversível, com bancos dianteiros individuais, console central e seis lanternas traseiras em vez de quatro. No interior, um grande velocímetro circular assumia o destaque do painel, com mais quatro instrumentos à esquerda. Continua

Nas telas
Além do filme que o deixou mais famoso (leia boxe), o Fury teve participação expressiva em muitos outros momentos do cinema e da TV.

Se o modelo inicial não tem aparições conhecidas, a geração de 1957 esteve em filmes como a comédia Jovens, Loucos e Rebeldes (Dazed and Confused, 1993) e a ação Grand Theft Auto (1977), em que aparecem carros brancos, a única cor disponível na época. Um modelo 1959 da mesma cor está na comédia Loucuras de Verão (American Graffiti, 1973).

Da série de 1960, há casos como os vermelhos do terror Riding the Bullet (2004) e no policial No Calor da Noite (In the Heat of the Night, 1967). De dois anos depois é a perua vista na ação Deu a Louca no Mundo (It's a Mad Mad Mad Mad World, 1963), enquanto um carro vermelho de 1964 aparece no terror The Eye Creatures (1965).

O Fury foi remodelado em 1965 e são dessa geração o cupê vermelho do drama Exit in Red (1996), o modelo preto do policial O Círculo Vermelho (Le Cercle Rouge, 1970), o azul claro da comédia Lady in Cement (1968) e a perua vermelha toda modificada, com inúmeros faróis auxiliares, da comédia francesa Pas de Problème! (1975). São modelos 1967 o sedã cinza do drama franco-italiano César et Rosalie (1972) e o conversível vermelho da ação O Bacana do Volante (Speedway, 1968), enquanto a comédia inglesa That's Your Funeral (1972) mostra uma perua preta de 1968.

A fase de estilo "fuselagem" pode ser vista no sedã verde da comédia Two Tickets to Paradise (2006), no drama The Black Gestapo (1975) e no táxi laranja da ação J.D.'s Revenge (1976). Da fase posterior à redução de tamanho são a perua 1975 da ação The Next Man (1976) e o sedã amarelo 1977 do drama As Cores da Violência (Colors, 1988). Os demais modelos do Fury, como os da década de 1980, não têm participações relevantes.

Grande parte dos papéis desse Plymouth foi por meio de carros de polícia, assim como na vida real. São os casos do modelo 1962 do já citado Deu a Louca no Mundo, do 1967 do terror Piranha (1978), do 1968 da ação The Seven-Ups (1973), dos 1970 da comédia Brewster McCloud (1970) e do drama Brubaker (1980), do 1972 do policial Detroit 9000 (1973), do 1974 de The Car (1977) e dos modelos 1975 da aventura Os Goonies (The Goonies, 1985) e da ação Agarra-me se Puderes (Smokey and the Bandit, 1977).

Há ainda muitas presenças do Fury em séries de TV, como Leave It to Beaver (1957-1963), Mission: Impossible (1966-1973), The Brady Bunch (1969-1974), Kojak (1973-1978), CHiPs (1977-1983) e The Dukes of Hazzard (1979-1985).
Jovens, Loucos e Rebeldes No Calor da Noite
Deu a Louca no Mundo O Bacana do Volante
Agarra-me se Puderes That's Your Funeral
Detroit 9000 CHiPs

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