O modelo 1928 já contava com evoluções, como sistema de lubrificação do chassi e motor de 6,3 litros com potência de 105 cv

A variedade de carrocerias passava por modelos abertos e até sedãs do tipo landaulet (sem teto para o motorista) com diversos entreeixos

O câmbio manual contava com três marchas. As quatro rodas tinham freios (a tambor de comando mecânico), o que ainda era uma raridade na América. O limpador de pára-brisa contava com operação manual e, como revestimento interno, o cliente podia escolher entre tecido e couro.

No catálogo da Packard havia duas opções de distância entre eixos para o Single Eight (uma de 3,45 metros e a outra de 3,63 m), medida que tendia a mudar todo ano naquele período. O entreeixos era a principal referência de dimensões para um automóvel na época. Sobre o chassi mais curto a Packard oferecia carrocerias sedã e touring, este um conversível de quatro portas. O mais longo podia ser vestido como sedã, touring, cupê e runabout — um conversível de dois lugares e curioso compartimento para sacola de golfe. Todos tinham pára-choques tanto na dianteira quanto na traseira.

Naquele ano a Packard ultrapassou a Cadillac em vendas por uma pequena diferença. A confiança da marca em seu produto era tal que os anúncios usavam um mote que incentivava a propaganda boca a boca e durou anos: "Pergunte ao homem que tem um". Um sistema de lubrificação de chassi Bijur foi introduzido no Eight 1925. Um total de 45 pontos recebia óleo, o que ao longo do ano-modelo foi reduzido a 30.

O chassi mais curto também podia vir com a carroceria Club Sedan, com cabine menor que as "cristaleiras" da marca. O modelo 1926 abandonava a embreagem multidisco e o Club Sedan passava para o chassi mais longo. Aumentava a vantagem de mercado da Packard em relação à Cadillac. Continua

Nas telas
Grandes carros também se mensuram pelos metros de película em que eles ficam gravados para a posteridade na sétima arte. Nesse quesito, os Packards de oito cilindros de antes da guerra possuem currículo extenso e digno de sua importância histórica, o que provavelmente aumentará cada vez que seus anos de ouro forem retratados no cinema.

Da sua primeiríssima safra, em 1924, o Single Eight tem participação relevante no filme de ação Riot Squad (1933) e na comédia For Heaven's Sake (1926), com Harold Lloyd. Do ano seguinte, há um exemplar phaeton na comédia Limousine Love (1928), outro na ação O Último Matador (Last Man Standing, 1996), com Bruce Willis, e mais um na comédia Ame e Chore (Love 'em and Weep, 1927), com Stan Laurel e Oiver Hardy, o Gordo e o Magro.

Vale atentar aos curiosos faróis Woodlite em forma de gota de um Eight 1926 que aparece na ação Dick Tracy (1937). E é de 1927 o Single Eight do drama francês La Banquière (1980), com a bela Romy Schneider, e o do suspense The Thirteenth Guest (1932), com Ginger Rogers. Na ação The Devil Diamond (1937) há um Packard Standard Eight 1929, mesmo ano do modelo Landaulet usado na comédia O Mais Louco dos Roubos (Bank Shot, 1974), com George C. Scott.

A ficção científica Timecop 2: O Guardião do Tempo (Timecop: The Berlin Decision, 2003), conta com Jason Scott Lee e um Big Eight 1930 em cena. Outro aparece em Lendas da Vida (The Legend of Bagger Vance, 2000), com Will Smith, Matt Damon e Charlize Theron. Um Custom Eight surge em uma cena de perseguição no drama épico Era uma Vez na América (Once Upon a Time in America), 1984, dirigido por Sergio Leone e estrelado por Robert De Niro e James Woods. O drama Lua de Papel (Paper Moon, 1973), com Ryan e Tatum O´Neal, mostra um sedã do mesmo ano-modelo e a ação de Danger Ahead (1935) inclui um Custom Eight também 1930.

Um Big Eight 1931 é usado na aventura High Gear (1933), e outro está no suspense The Phantom Express (1932). No curta metragem cômico On the Loose (1931) há outro exemplar do mesmo ano, um Eight DeLuxe Club Sedan. Um Super Eight 1933 aparece na comédia On the Wrong Trek (1936), com participação ligeira do Gordo e do Magro. Em Nancy Drew, Repórter (Nancy Drew... Reporter, 1939), um Super Eight 1934 é usado por um dos personagens. Joan Blondell estrela o fantasioso A Volta do Fantasma (Topper Returns, 1941), em que um Super Eight Sport Phaeton 1935 integra o elenco. Outro modelo 1935 está no francês Mission à Tanger (1949), que também traz um One Twenty C 1937.

O drama Billy Bathgate – O Mundo aos Seus Pés (Billy Bathgate, 1991), com Dustin Hoffman e Nicole Kidman, exibe um sedã Eight e um One Twenty cupê conversível, ambos de 1936. Desse mesmo ano é o Super Eight de Desejo (Desire, 1936), comédia com Marlene Dietrich e Gary Cooper e o Eight que participa da ação Held for Ransom (1938). Um Eight 1937 aparece no drama de guerra Secret Mission (1942) e um 120 do mesmo ano na simpática comédia Arthur – O Milionário Sedutor (Arthur, 1981), com Dudley Moore e Liza Minelli. Ainda de 1937 há o 120 do clássico road movie existencial Morangos Silvestres (Smultronstället, 1957), dirigido por Ingmar Bergman e os Super Eight de The Lone Wolf Meets A Lady (1940), e de O Retorno da Múmia (The Mummy Returns, 2001), com Brendan Fraser e Rachel Weisz.

Fãs da linha 1938 podem procurar a comédia Uma Cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit?, 1988), que mistura de maneira criativa atores reais e animação e ainda tem um Eight em cena. Outras opções são a comédia Blondie on a Budget (1940), que tem Rita Hayworth e um One Sixty no elenco, e O Quinteto da Morte (The Ladykillers, 1955), comédia com Alec Guiness e um Super Eight.
Arthur – O Milionário Sedutor Era uma Vez na América
O Mais Louco dos Roubos Tales from the Hollywood Hills: Natica Jackson
Império do Sol O Poderoso Chefão
O Retorno da Múmia O Quinteto da Morte
Billy Bathgate – O Mundo aos Seus Pés La Banquière

Em Império do Sol (Empire of the Sun, 1987), de Steven Spielberg e com Christian Bale, John Malkovich, vê-se um Super Eight Touring Sedan em cenas importantes. Um Victoria 1940 aparece bem no drama para TV Tales from the Hollywood Hills: Natica Jackson (1987), com Michelle Pfeiffer. Jackie Chan fazia seu primeiro filme nos Estados Unidos em O Lutador de Rua (The Big Brawl, 1980), filme em que surge um Packard Super Eight One-Eighty 1940.

Outro Victoria, de 1941, é visto na aventura Contrastes Humanos (Sullivan's Travels, 1941), com John McCrea e Veronica Lake. O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972), com Marlon Brando e Al Pacino, tem
um elenco humano de dar tanta inveja quanto o automotivo, que inclui um Super Eight One-Eighty de 1941. E o suspense francês Les Étrangers (1968) usa um modelo One-Sixty 1942 para sete passageiros.

O cinema sabe que poucos carros recuperam a magia dos anos 30 e 40 tão bem quanto um Packard.

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