Longo, largo e baixo: o padrão americano de dimensões bem evidenciado neste 98 cupê de 1960, ainda com o pára-brisa curvo adotado no ano anterior

O pára-choque de 1961 emoldurava os faróis; em cima o Sport Sedan

As linhas de 1965 estavam retas e mais sóbrias; o motor V8 passava a ter 7,0 litros e havia seis versões entre sedãs, cupês e o conversível

O bico na frente do Oldsmobile 1967 durou só um ano; o Rocket já deslocava 7,5 litros e havia confortos como ajuste elétrico dos bancos

A grade crescia e os faróis se aproximavam no modelo 1960, que mantinha a carroceria básica. O cupê Holiday seguia ao extremo o estilo "longo, largo e baixo" que se tornara uma regra na indústria americana. No ano seguinte o pára-choque dianteiro passava a fazer curvas nas laterais, como que emoldurando os faróis, enquanto os pára-lamas traseiros ganhavam forma afunilada quando vistos pelas laterais. O vidro posterior do sedã já era quase plano, enquanto o do Sport Sedã ainda contornava as laterais. De qualquer forma, o pára-brisa arredondado fazia lembrar com clareza o tempo de ousadia estética que, para alívio de uns e decepção de outros, já pertenciam ao passado.

Em 1965 chegava às ruas mais uma geração. À frente o carro trazia dois pares de faróis circulares, ladeados por uma grade quadriculada, e pára-choques cromados mais recuados e discretos. O capô, perto dos faróis, recebia um vinco e em seu centro havia uma espécie de quilha cromada. Outro vinco aparecia na lateral, na altura das maçanetas. Seu comprimento era de enormes 5,6 m, a largura de 2,3 m e a altura de 1,41 m. O peso acompanhava as medidas exageradas: 1.900 kg. Havia seis versões: cupê conversível, cupê e sedã hardtop Holiday e os sedãs Town, Luxury e Luxury hardtop.

Para dar conta de toda sua massa, era utilizado um V8 de 425 pol³ (7,0 litros) da nova geração do Rocket. Com virabrequim em aço forjado e pintura em vermelho para transmitir esportividade, o 425 Super Rocket entregava 370 cv e o vigoroso torque de 65 m.kgf. Era mais eficiente que o anterior, mas cobrava seu preço no peso maior, pois o bloco era mais alto que o das demais versões. A suspensão do 98 permanecia tradicional, independente com molas helicoidais à frente e de eixo rígido atrás. Os freios eram a tambor nas quatro rodas, algo já inaceitável pelo tamanho e peso do modelo.

Já para 1967 uma nova frente era apresentada, com um bico formado pelo capô separando a grade frontal em duas partes. A idéia durou pouco: a marca recebera dezenas de reclamações de mecânicos que feriram a cabeça no anexo do capô quando aberto, tendo que modificá-lo. Mas o luxo, estilo e conforto continuavam os mesmos: era o maior e mais requintado produto da Olds naquele tempo. Internamente alguns recursos de segurança eram novidades: painel acolchoado, encostos de cabeça, fivelas nos cintos de segurança e trava anti-roubo da coluna de direção.

O motor básico crescia para 455 pol³ (7,5 litros), o maior dessa linha, com os mesmos 370 cv e que requeria gasolina premium, de maior octanagem. Além da caixa automática Turbo Hydramatic 400, o comprador tinha à disposição direção assistida, controle elétrico dos vidros, bancos com regulagem elétrica, melhor revestimento e relógio. A lista de opcionais era tão extensa quanto tentadora: volante com regulagem de altura, ar-condicionado com controle automático de temperatura, abertura a vácuo da tampa do porta-malas, travas elétricas, freios dianteiros a disco, servo-freio, rádio AM/FM estéreo com antena elétrica, controlador de velocidade, retrovisor esquerdo de comando elétrico, acendimento automático de faróis, diferencial autobloqueante e teto revestido em vinil, entre outros.

Entre 1965 e 1975 a Oldsmobile encarregou a Cotner-Bevington de construir ambulâncias e carros funerários sobre o chassi do 98. Quando o assunto era limusine quem cedia a plataforma era o Toronado, pois a tração dianteira facilitava o aumento do entreeixos. Continua

Nas telas
O Oldsmobile 98 é como aqueles atores que nunca se tornam astros de primeira grandeza, mas estão sempre presentes em produções de destaque com pequenos papéis.

Esse é o caso do modelo 1941 no longa Kalifornia - Uma Viagem ao Inferno (Kalifornia, 1993), que conta a história do escritor Brian Kessler (David Duchovny) e sua namorada, a fotógrafa Carrie (Michelle Forbes), durante uma viagem de carro pelos EUA para pesquisar sobre assassinos em série.

Outro filme de destaque que mostra o 98, desta vez um modelo 1955, é o excelente Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind, 2001), do diretor Ron Howard. Ganhador de quatro Oscars, o filme narra o drama de John Nash (Russell Crowe), um gênio da matemática aclamado no meio e que, anos depois, em meio a sofrimentos, é diagnosticado como esquizofrênico. Com atuações de Ed Harris, Jennifer Connelly e Christopher Plummer.

O aclamado O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, 2005), do diretor Ang Lee, traz uma versão cupê do 98 de 1958. Um modelo 1966 aparece em Sleepers, A Vingança Adormecida (Sleepers, 1996). Com Kevin Bacon, Robert De Niro e Dustin Hoffman no elenco, o drama conta a história de quatro amigos que, depois de ir parar em um reformatório, sofrem abusos sexuais pelos carcereiros. Anos depois eles têm a oportunidade de vingar-se dos algozes.

Outros modelos podem ser vistos nos seriados CHiPs (1977-1983), Profissão Perigo (MacGyver, 1985-1992) e Flodder (1993-1997) e nos longas Máquina Mortífera 2 (Lethal Weapon 2, 1989, com um modelo Regency 1988); Fargo - Uma Comédia de Erros (Fargo, 1996), O Outro Lado de Beverly Hills (Slums of Beverly Hills, 1998) e Caçada ao Outubro Vermelho (The Hunt for Red October, 1990).


CHiPs


O Outro Lado de Beverly Hills


Caçada ao Outubro Vermelho


Sleepers, A Vingança Adormecida


Uma Mente Brilhante


Fargo - Uma Comédia de Erros

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