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Mesmo com as inúmeras qualidades, as vendas do Mini não decolaram. Havia muita desconfiança quanto à tração dianteira, ao motor transversal e às pequenas dimensões. E ainda problemas de vedação, que irritavam os primeiros proprietários. O clima da região, muito úmido, não lhe fazia bem. Piadas não faltavam: dizia-se que seu melhor acessório seriam botas de borracha, para que os motoristas não ficassem com os pés encharcados.

Ainda assim, o carrinho começou a cair no gosto das pessoas da alta sociedade e da nobreza. Personalidades como o Conde de Snowdon (o fotógrafo Anthony Armstrong-Jones) e sua esposa, a Princesa Margaret (irmã mais nova da Rainha Elizabeth II), impulsionaram as vendas. Outro proprietário ilustre foi o ator Peter Sellers. Logo ele se tornava um carro da moda e, de repente, muita gente queria ser visto dentro de um Mini.

Em março de 1960 chegavam as peruas Austin Countryman e a Morris Mini-Traveller. Eram 20 centímetros mais longas que o carro e seu entreeixos aumentava para 2,14 metros. Algumas eram decoradas com madeira na lateral. Dois meses depois vinha a Morris Mini-Van 1/4 Ton, um furgão com a mesma carroceria das peruas, mas sem vidros nas laterais traseiras nem o banco posterior. Pesava 660 kg e transportava 250 de carga, como o nome indicava. Muito rústica, sua grade dianteira não era cromada. Agradou a pequenos comerciantes, correios e até a polícia. Com o sucesso desta versão, no ano seguinte era lançado o picape.

O Cooper Em setembro de 1961 aparecia uma versão bastante esperada, mais potente, chamada de Cooper. Vinha de longa data a amizade de Alec Issigonis com John Cooper — um respeitado homem do mundo esportivo inglês, proprietário da Cooper Car Company, projetista e construtor de carros de Fórmula 1 e rali. Tinham admiração mutua e já haviam freqüentado, em lados opostos, as pistas de competição. Em princípio não agradou muito a Alec que a BMC oferecesse esta versão, pois tornava o carro algo elitista. Continua

Nas telas

O Mini se destacou nas telas por cenas marcantes no cinema e na televisão. Um Golpe à Italiana (The Italian Job, 1969), com Michael Caine e Noel Coward, é uma comédia policial com muita ação. Os Minis fazem o maior malabarismo em ruas estreitas de Turim, Itália e saltam entre prédios após subir em um edifício-garagem. A polícia italiana, os Carabinieri, em seus Alfas Giulia, bem que tenta interceptá-los, mas não consegue. A perseguição é vibrante e o filme interessante.

Sua continuação, intitulada Uma Saída de Mestre (2003), é estrelada por Mark Wahlberg, Donald Sutherland e a bela Charlize Theron. Logo no início ela vem dirigindo um Mini vermelho da segunda série.

Em A Identidade de Bourne (The Bourne Identity, 2002), com Matt Damon (Bourne) e Franka Potente, ela é proprietária de um Mini bem surrado e se encontra com ele, que pede sua ajuda. Viajam no carrinho da Alemanha até a França. Nas ruas de Paris que o Mini também dá um show nas mãos de Bourne em avenidas, ruas estreitas e escadas. Ótimo filme policial que teve uma boa continuação.

Não poderia faltar o impagável Mister Bean, personagem do grande comediante Rowan Atkinson. O primeiro episódio da série foi ao ar em 1990. O ator estreava o carro e bateu destruindo-o. Era um Mini Mark III 1000 de 1969. Daí em diante foram usados outros até 1995, com destaque para um modelo 1977 na cor amarelo-lima. Cada episódio durava cerca de 30 minutos.

Mister Bean é engraçado, atrapalhado, bondoso e por algumas vezes irônico e malvado. Faz de tudo para resolver seus problemas. A série já passou em duas emissoras no Brasil. O carro tinha uma fechadura de portão que recebia um robusto cadeado. De vez em quando ele retirava umas das rodas para que o carro não fosse roubado. Em 1997 chegava às telas o primeiro filme de Rowan Atkinson, The Ultimate Disaster Movie, baseado na série. E há pouco estreou As Férias de Mr. Bean (Mr. Bean's Holiday). Em ambos o Mini está lá.