A potência crescia para 300 cv, o peso caía para 1.500 kg: era o SSKL, que usava até elementos vazados no chassi para reduzir massa (na foto a réplica que pertenceu a Bernie Ecclestone)

Com o SSKL, Rudolf Caracciola venceu a Mille MIglia já no primeiro ano, 1931 (em cima), mas a carreira desse último modelo foi breve

Ainda que a euforia tenha sido grande, ela se revelaria rápida. Em 1933 o compressor da Mercedes passou a equipar os novos esportivos de oito cilindros que sucederam ao S e seus derivados. Porsche havia deixado a Mercedes-Benz em 1929, por algumas divergências com a empresa, mas deixou também a primeira de suas obras-primas. Depois de 33 unidades entre SSK e SSKL, era o fim da produção desses lendários modelos. A maioria foi destruída em corridas, o que fomentou a produção de réplicas anos mais tarde.

O enfoque de seus sucessores, carros de construção artesanal, estava menos na conquista de campeonatos que nas habilidades de exibir desempenho, luxo, conforto, beleza e exclusividade nas novas autobahnen, as estradas alemãs de alta velocidade. Os Mercedes-Benz 380, 500 K e 540 K foram verdadeiros carros dos sonhos, à venda por quantias exorbitantes. A excelência de sua tecnologia de ponta sempre será lembrada.
 
Na eleição do Carro do Século XX em 1999, vencida pelo Ford Modelo T, os participantes escolheram apenas dois Mercedes-Benz para a lista dos 100 finalistas. Um era o inquestionável 300 SL "Asa de Gaivota" (1954-1957). O outro foi a série S/SS/SSK (1927-1932). Numa história repleta de inovações como a desse fabricante alemão, não representa pouco estar entre os dois mais significativos carros da marca no século passado. Os exemplares remanescentes são disputados em leilões e abrilhantam qualquer concurso de elegância de respeito.
 
Nos modelos atuais da marca, o compressor tem pouco em comum com o daqueles carros. A potência e o torque aumentam discreta e permanentemente e, pela substituição de um motor maior por um comprimido de menor cilindrada, reduzem-se peso, consumo e emissões poluentes. Nos Mercedes-Benz S, SS, SSK e SSKL, porém, o sistema representou a maturidade de um recurso capaz de oferecer uma potência brutal para os padrões da época. Uma conquista de tal magnitude que, desde então, não apenas a letra "K" figura com destaque na linha de produtos da marca, como todo Mercedes-Benz genuinamente esportivo leva um "S" em seu nome.

Ficha técnica
_ 680 S (1926) 710 SS (1929) 720 SSKL (1931)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal, 6 em linha
Comando e válvulas por cilindro no cabeçote, 2
Diâmetro e curso 98 x 150 mm 100 x 150 mm
Cilindrada 6.789 cm3 7.069 cm3
Taxa de compressão 4,7:1 5:1
Potência máxima 180 cv a 3.000 rpm 225 cv a 3.000 rpm 300 cv a 4.000 rpm
Torque máximo 53,8 m.kgf a 1.800 rpm ND 70,3 m.kgf a 2.000 rpm
Alimentação 2 carburadores, compressor
CÂMBIO
Marchas e tração 4, traseira
FREIOS
Dianteiros e traseiros a tambor
SUSPENSÃO
Dianteira e traseira eixo rígido
RODAS
Pneus 6,50-20
DIMENSÕES
Comprimento 4,70 m 5,08 m
Entreeixos 3,40 m
Peso 1.900 kg 2.135 kg 1.500 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 160 km/h 185 km/h 235 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h ND ND 8 s
ND = não disponível

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