

Preparado com base no do
primeiro Evolution, o motor de 235 cv levava esta versão aos 250 km/h e
o Cx ainda era menor que nos demais 190


O pioneiro 190 e o Classe C
atual: três gerações depois, a Mercedes mostra que acertou ao oferecer
seus atributos em um automóvel menor |
Também não era mais potente que o "16" conhecido, mantendo os 195 cv com
catalisador, mas o motor era outro: uma unidade com cilindrada de 2.463
cm³ em vez de 2.498 cm³ e menor curso de pistões (compensado no maior
diâmetro de cilindros) para menor sensibilidade a altas rotações, além
de menor massa móvel e lubrificação aprimorada. A potência era
desenvolvida a 6.800 rpm e o torque, de 24 m.kgf, a 5.000 rpm. Mesmo com
peso elevado para a época, 1.320 kg, seu desempenho era excelente:
máxima de 230 km/h e 0-100 em 7,7 segundos.
As 502 unidades vendidas para uso em rua eram um requisito da Federação
Internacional do Automóvel (FIA) para homologar nas pistas o uso desse
motor (leia boxe). A suspensão
permitia ajuste da altura de rodagem por um comando no painel. O
Evolution II, um ano mais tarde, chegava a 235 cv a 7.200 rpm, com
torque de 25 m.kgf a 5.000 rpm, e resultava em 250 km/h e 0-100 em 7,1
segundos. Sua aparência deixava de lado qualquer protocolo: era um carro
de corrida para as ruas, com todos os anexos aerodinâmicos bem
evidentes, sobretudo o aerofólio pouco mais baixo que o próprio teto do
carro. Não se tratava de recurso estético: o Cx diminuía para 0,29 e
havia sustentação negativa para manter o carro colado ao solo em
velocidade. As rodas habituais do 190 enfim davam lugar a unidades bem
esportivas de seis raios, com 17 pol e pneus 245/40.
Em fevereiro de 1989 os motores a diesel eram revistos, para obter
emissão de material particulado 40% menor, e ganhavam alguns cv no
processo. Junho trazia o pacote Sportline, disponível para toda a linha
(exceto o 2.5-16), que compreendia suspensão rebaixada em 21 mm, molas e
amortecedores mais firmes, pneus 205/55 R 15 e bancos iguais aos da
versão de 16 válvulas. No ano seguinte, os propulsores a diesel recebiam
catalisador e o 190 básico dava lugar ao E de 1,8 litro, o que
significou a extinção do carburador na Mercedes. Derivado do 2,0-litros,
o motor com injeção rendia 109 cv e 15,3 m.kgf.
As últimas evoluções vieram em 1991: freios com ABS de série (exceto
para 190 D e 190 E 1,8), controle eletrônico de tração para a versão
2,6, mais 4 cv para o 190 E de 2,0 litros. Tanto o 2,3 quanto o 2,6 eram
vendidos nos EUA com opção de caixa automática de quatro marchas. Em
1992 aparecia o acabamento Avantgarde para as versões 1,8 e 2,3 a
gasolina e 2,5 a diesel, com detalhes internos que buscavam um ar mais
jovial. Depois de 10 anos no mercado, contudo, o 190 já não tinha fôlego
para competir com os redesenhados Série 3 e 80. Sua produção foi
encerrada em fevereiro de 1993 em Sindelfingen e em agosto em Bremen com
um total de 1.879.629 unidades. Deu lugar à primeira geração do Classe
C, que incluiu versões perua, cupê e conversível (estas duas com desenho
um pouco diferente e a denominação CLK).
Com o 190, a Mercedes-Benz comprovou que uma redução de tamanho não
significa perder a classe ou decrescer em prestígio e qualidade. Se nos
anos 70 parte da empresa temia prejudicar sua aura de carros luxuosos e
tecnicamente inovadores, o "baby Benz" deixou claro que com seu
lançamento a marca só teve a ganhar.
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