Já com opções de seis cilindros e de motor turbodiesel, o 190 recebia retoques visuais para 1989, como novos para-choques e molduras laterais largas

A versão de 16 válvulas crescia em cilindrada para 2,5 litros, mas sua potência era apenas 10 cv maior que a do 2,3 caso tivesse catalisador

Para homologação no DTM, a Mercedes produziu 502 unidades do 190 E 2.5-16 Evolution, ainda sóbrio na aparência, mas com motor diferente

Também em 1984 o 190 básico, dotado de carburador, passava a oferecer 105 cv — até então contava com um motor "amarrado" pelo fabricante para se manter distante dos Mercedes superiores. Em janeiro do ano seguinte chegavam melhorias para todas as versões, como rodas de 15 pol de série, aquecimento da água do lavador de para-brisa e sistema pantográfico em seu limpador, que agora descrevia um arco irregular para maior área de varredura. Outra estreia era do 190 D com motor a diesel de cinco cilindros em linha, 2,5 litros, 90 cv e 15,7 m.kgf.

No Salão de Frankfurt de 1985 a Mercedes adotava o primeiro motor de seis cilindros em linha em seu "bebê", no 190 E 2,6. A unidade de 2.566 cm³ obtinha 166 cv e 23,3 m.kgf, que se traduziam em máxima de 215 km/h e 0-100 em 8,2 segundos — quase tão rápido quanto o 2.3-16, mas superior em maciez de funcionamento e torque em baixa rotação. Identificado pelas duas saídas de escapamento, o 2,6 (que só chegaria às ruas em outubro do ano seguinte) vinha com freios ABS de série e chamava atenção pela instalação de um motor tão longo em um cofre compacto. A versão de 2,3 litros e duas válvulas por cilindro, antes restrita a exportação para os Estados Unidos, chegava ao mercado europeu com 136 cv.

Toda a linha 1986 trazia direção assistida e controle elétrico dos retrovisores de série. Meses mais tarde o catalisador se tornava padrão em todo Mercedes a gasolina. Mas, enquanto o 2.3-16 representava o 190 entre os sedãs rápidos a gasolina, a fábrica percebia a demanda por motores a diesel mais potentes, que aproveitassem suas vantagens econômicas — menor consumo e, em parte da Europa, menor preço por litro — sem impor grande restrição em termos de desempenho. O modelo 1988 trazia a versão 190 D Turbo, em que a unidade 2,5 de cinco cilindros recebia turbocompressor para passar a 122 cv e 23,4 m.kgf. Capaz de 192 km/h, a versão vinha com fendas para tomada de ar para o turbo no para-lama dianteiro, só no lado direito.

Evolução da espécie   Depois de completar um milhão de unidades do 190 fabricadas em março de 1988, a Mercedes apresentava em setembro sua segunda série, com várias evoluções que não mudavam muito seu desenho. Por fora havia novos para-choques, com pintura da seção inferior na cor da carroceria e defletor dianteiro eficiente em reduzir a sustentação, e molduras laterais integradas às saias, para proteção e efeito visual de maior comprimento. O interior trazia bancos aprimorados e conseguia ligeira ampliação de espaço para joelhos e cabeça de quem viajasse atrás.

Sob o capô, o destaque era o motor ampliado de 2,3 para 2,5 litros da versão de 16 válvulas, que assim chegava a 204 cv (195 cv com catalisador) e 24,5 m.kgf, o bastante para máxima de 235 km/h e 0-100 em 7,5 segundos. Duas novas cores, vermelho e outro tom de prata, eram oferecidas no esportivo. Se não fosse o bastante, os entusiastas não perderiam por esperar as variações desenvolvidas para homologar o 190 para o DTM (leia boxe abaixo). O 190 E 2.5-16 Evolution de 1989 era discreto: apenas defletor, saias e aerofólio mais pronunciados e molduras nos para-lamas. Até as rodas conservavam o desenho clássico, embora fossem de 16 pol com pneus mais largos, 225/50. Continua

Nas pistas
O 190 chegou a competições em 1986 pelas mãos da AMG, a preparadora sediada em Affalterbach, que trabalhava com a Mercedes desde 1967 e seria incorporada ao fabricante em 1999. Um 2.3-16 conseguiu duas vitórias nesse ano no Campeonato Alemão de Carros de Turismo, o DTM, e quatro em 1988 (acima à esquerda). Nesse ano a Mercedes-Benz decidia colocar o 190 com apoio oficial de fábrica para competir no Grupo A do DTM — sua primeira participação no automobilismo desde o abandono de 1955, consequência de grave acidente na 24 Horas de Le Mans daquele ano.

A versão escolhida era o 2.5-16, recém-lançado. Embora estivesse muito próximo do original de rua, o motor de quatro cilindros com longo curso de pistões não seria adequado ao uso extremo em alta rotação nas provas. Foi usado então um de cilindrada próxima, mas com curso menor. Na versão para correr, o 2,5-litros recebia maior taxa de compressão, injeção mais moderna e outras alterações para obter 333 cv.
Naquele ano, Klaus Ludwig e Johnny Cecotto somaram sete vitórias ao volante dos 190. Por exigência do regulamento, uma série de 502 unidades — duas a mais que o mínimo requerido — foi colocada à venda para uso em rua, ainda em 1989, como a versão Evolution, todas na cor preta azulada.

Um ano depois aparecia o Evolution II (acima à direita), produzido na mesma quantidade e na mesma cor para rua, só que com 40 cv adicionais no motor de 2,5 litros. Sua versão para as pistas foi preparada pela AMG. Após estrear com esse 190 no Nordschleife (anel norte) de Nürburgring em junho de 1990, Ludwig e a Mercedes sagraram-se campeões do DTM, entre os pilotos e os construtores, em 1991 e 1992 (fotos abaixo). Uma versão aprimorada ainda competiu em 1993, com o motor montado mais baixo e recuado com vistas a melhorar a distribuição de peso e rebaixar o centro de gravidade. Após vencer 50 provas do DTM, o 190 passava o bastão ao Classe C.

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