

O motor 1,85 estava mais potente
na Europa e no Japão, com 144 cv; já nos EUA a Mazda enfrentaria
problemas com a potência não confirmada


Por dentro o MX-5 continuava
compacto, mas estava mais confortável e com aspecto mais elaborado; a
capota mantinha o acionamento manual
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De olhos bem
abertos
O sucesso do MX-5 foi tal que ele passou 10 anos sem grandes mudanças e
sem aparentar a idade. A Mazda apresentava a segunda geração de seu
roadster em 1998 — já como modelo 1999 nos EUA, onde o atraso no início
de vendas levou à inexistência de modelos 1998. Estava maior, mais
robusto na aparência e também na balança, onde acusava uma tonelada. Uma
de suas características mais marcantes, o par de faróis escamoteáveis,
dava lugar a unidades tradicionais, ovaladas, por conta da segurança dos
pedestres.
As linhas continuavam arredondadas, mas ganhavam algumas curvas mais
pronunciadas. O para-choque dianteiro recebia grande entrada de ar, além
de espaço para abrigar os faróis de neblina. A lateral continuava limpa,
onde apenas a parte inferior recebia um vinco. O interior ainda lembrava
o do antigo modelo, mas o acabamento melhorava, o painel estava mais
envolvente e a capota ganhava vidro traseiro no lugar do antigo vigia de
plástico. Suas medidas eram 3,94 m de comprimento, 1,67 m de largura,
1,22 m de altura e 2,26 m de entre-eixos. Na parte mecânica as rodas
cresciam para 15 pol como padrão com pneus 195/50.
O motor de 1,85 litro de série no mercado norte-americano (ainda havia o
1,6 para Europa e Japão) recebia modificações. A
taxa de compressão aumentava, o comando
de válvulas ficava mais esportivo e, para compensar a perda de torque em
baixa rotação, entrava em cena o coletor de
admissão variável. Com isso o propulsor entregava 144 cv e 17,1 m.kgf,
a aceleração de 0 a 100 km/h era feita em oito segundos e a velocidade
máxima estava próxima de 200 km/h. O carro continuava sucesso de público
e de crítica. A Car and Driver, que mantinha a segunda geração
entre seus 10 melhores carros, explicava que "em 10 anos ele se tornou
um clássico moderno. (...) Seus comandos são tão leves, tão sensíveis,
tão diretos que seus pensamentos se convertem em movimento como por
mágica. (...) Entregar tanta satisfação sem exigir uma fortuna para
tê-lo — ou mantê-lo — explica por que tantos entusiastas aderem a seu
charme."
A Road & Track relembrava que ele "marcou o retorno do roadster
leve e relativamente barato com acionamento manual da capota — um MG B
para os anos 90 cuja bomba de combustível não exigia pancadas periódicas
e cuja mecânica não deixava vazar uma gota de lubrificante". Mais tarde
a publicação confirmaria que o Miata continuava "o carro esporte para
todo homem (e mulher). Ele retribui a direção entusiasta e, ao perdoar
eventuais erros, encoraja o entusiasta a dirigir ainda melhor. Seus
limites podem ser modestos, mas eles são alcançados com confiança em
ambientes outros que uma pista de corrida. Você pode equilibrar a
atitude do carro sem intimidar os outros motorista ao redor — ou a você
mesmo!".
A Motor Trend destacava ainda aspectos convenientes como
a fácil operação da capota: "Pare no semáforo, puxe as travas e jogue a
capota sobre seus ombros; você terá o brilho do sol por inteiro antes
que as luzes se tornem verdes. Levantá-la é quase tão fácil quanto."
Sobre o interior, a revista escrevia que "continua compacto, mas
aconchegante. A estrutura é maravilhosamente firme. (...) Se seu
objetivo é associar a experiência de um carro esporte clássico aos
benefícios do mais novo hardware, tudo a um preço moderado, o Miata é
sua máquina."
Em fevereiro de 1999, exatos 10 anos após a apresentação do
primeiro modelo, o MX-5 chegava a meio milhão de unidades produzidas.
Para celebrar o primeiro decênio de sucesso do roadster a Mazda lançou a
série 10th Anniversary Edition, sua primeira edição especial disponível
em todos os mercados onde o carro era vendido. Não era
barata, mas certamente uma das mais completas da história do Miata.
Continua
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