A foto oficial faz lembrar o uso descontraído de um bugue, mas o Seven oferecia algo mais: com peso muito baixo, acelerava e fazia curvas junto de carros bem mais potentes

Motor posicionado entre eixos, frente e traseira curtas: elementos que contribuíam para a facilidade em fazer esse Lotus mudar de direção

Para-lamas como as da versão America vinham na Series II; embaixo, o kit para montar o Super Seven, dotado de motor Ford de 1,35 ou 1,5 litro

A suspensão dianteira independente trazia braços sobrepostos, molas helicoidais, amortecedores e estabilizador. A suspensão traseira usava eixo rígido — comum na época mesmo em carros esporte — com uma ligação com o chassi assemelhada a uma barra Panhard. Os freios eram a tambor, embora algumas versões especiais dessa série tenham recebido freios dianteiros a disco da marca inglesa Girling. A direção do tipo rosca sem-fim logo foi trocada por uma mais leve e rápida de pinhão e cremalheira. As rodas eram de 15 pol em aço estampado, tendo as versões especiais a opção de rodas raiadas com porca única central de rosca rápida.

Para viabilizar a exportação para os Estados Unidos, uma nova versão surgiu em 1958, a Seven America, também com motor BMC "A". Na época, o fenômeno dos hot rods ainda não era muito bem-visto pelo público em geral deste lado do Atlântico, sendo ligado a corridas de rua fora da lei. Como os para-lamas do Seven vendido na Europa davam um certo ar de hot rod ao carro, o aspecto poderia ser desfavorável a suas vendas. Por isso, os para-lamas foram redesenhados por John Frayling para a versão de exportação, dando-lhe o visual que seria estendido às versões europeias na série seguinte. No mercado norte-americano a maioria dos carros era vendida montada.

Em termos de desempenho o Seven, embora com motores pequenos, era bastante ajudado pelo baixo peso, que variava conforme a versão entre 350 e 450 kg. Aliado à reduzida área frontal, isso permitia à versão Super Seven velocidade máxima em torno de 160 km/h e aceleração de quarto de milha (0 a 400 metros) em 16,4 segundos. Além disso, a boa distribuição de massas com o motor atrás do eixo dianteiro, associada à frente e à traseira curtas, resultava em grande agilidade nas curvas. Algumas versões especiais da primeira série surgiram, entre as quais o 7½ e o 7/20. O 7½ com seu "nariz" mais longo chegou a ter versão com motor Climax equipado com compressor.

As evoluções   Em 1960 surgia a Series II, que foi produzida até 1968 em total aproximado de 1.350 unidades. Os motores disponíveis eram o BMC "A" e o Ford 100E. Uma novidade eram os para-lamas, agora iguais aos da versão norte-americana. O plástico reforçado com fibra de vidro tornava-se o material dessas peças e da frente.

Em 1962 o motor BMC era substituído pelo Ford 105E, que na condição original desenvolvia 50 cv, mas contava com uma versão modificada com dois carburadores SU ou um Weber 40 DCOE. O câmbio para esse motor tinha quatro marchas. A Series II também teve sua versão Super Seven, que surgia em 1961 com motor Ford 109E de 1,35 litro e 85 cv, resultado de modificações como os dois carburadores Weber e comando e cabeçote preparados pela Cosworth — parceria que a Lotus, anos depois, estenderia para a Fórmula 1. Continua

Nas telas
Na série de TV norte-americana Prisoner, exibida de 1967 a 1968, um Seven Series II era o carro do herói. Nos episódios ocorre uma guerra de atrito entre as forças sem rosto por trás de The Village, uma comunidade em algum lugar entre Butlins e Alcatraz, e seu prisioneiro mais obstinado — o número 6 —, que luta incessantemente para afirmar sua individualidade enquanto planeja fugir de seus captores. Estrelada por Patrick McGoohan, com George Markstein e Angelo Muskat.

No filme As Aventuras de M. Hulot no Tráfego Louco (Trafic), produção franco-italiana de 1971, com Jacques Tati, Marcel Fraval e Honoré Bostel, aparece em cena um Seven Series III. O enredo trata de uma empresa chamada Altra Motors, na qual Hulot projeta um carro com muitas funcionalidades inteligentes. Um caminhão transporta o protótipo para um salão em Amsterdã. O caminhão tem todos os problemas imagináveis, que atrasam sua chegada.

No desenho animado japonês Dragon Ball Z, que durou de 1989 a 1996, os personagens usam um Lotus Seven. Quanto ao enredo, só assistindo para entender...

O Caterham também foi estrela de cinema. No filme de ação Tira ou Bandido (Flic ou Voyou), produção francesa de 1979 com Jean-Paul Belmondo, Georges Géret e Jean-François Balmer, um policial é morto em Nice, Paris e um agente secreto vai investigar o caso. O detetive tenta parar com a corrupção entre os policiais de Nice com métodos nada ortodoxos. O carro participa de diversas cenas. Um Super Seven da mesma empresa está em RPM, comédia de 1998.
Prisoner RPM
Tira ou Bandido Dragon Ball Z

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade