

Faróis e lanternas mudavam em
1959, ano em que a Hess & Eisenhardt ofereceu duas opções especiais: uma
limusine e este sedã Town Car


Discreto e de bom gosto, o
estilo do Continental 1961 fez dessa geração uma das mais marcantes não
só do modelo, mas da história da Lincoln |
Tanto admiradores
quanto detratores podiam usar como argumento os superlativos alardeados
pela Lincoln: aquele era o mais longo, baixo e espaçoso sedã para seis
passageiros de todos os tempos. Eram 5,82 metros de comprimento, 3,33 m
entre os eixos, 2,03 m de largura e 1,43 m de altura. O peso ia de 2.213
a 2.372 kg. Os faróis duplos eram aprofundados e dispostos na diagonal.
Os para-lamas dianteiros tinham um ressalto retangular que sugeria um
aprofundamento gradual da carroceria até a abertura das rodas. Atrás,
uma pequena barbatana acompanhava as extremidades pontiagudas dos
para-choques e as lanternas triplas
eram circulares. Além da ausência do friso lateral cromado do Premiere e
do Capri, o teto tinha um tratamento diferenciado.
Embora as largas colunas em “V” fossem as mesmas, o vidro traseiro
panorâmico era abolido na série topo de linha. Em vez disso, a janela
acompanhava a inclinação paralela ao para-brisa das colunas. A parte
central podia ser rebaixada, no mesmo sistema Breezeway do
Mercury Turnpike Cruiser.
O conversível também tinha seu diferencial de estilo. A janela traseira
era de vidro e deslizava para trás do banco traseiro, a exemplo das
demais versões. Havia outros luxos, como ajuste elétrico do banco do
motorista, cinco cinzeiros com acendedor de cigarros e, como opções,
ar-condicionado e travas elétricas das portas. Os sistemas de direção e
suspensão podiam ser lubrificados ao toque de um botão. Mas, com o
sobrepeso, a Lincoln foi obrigada a reforçar a motivação sob o capô. Com
430 pol³ (7,0 litros), seu V8 da série MEL era novo, o maior da América
e produzia 375 cv com torque de 67,6 m.kgf. Com carburador de corpo
quádruplo, usava alta taxa de compressão (10,5:1) para tirar melhor
proveito do combustível. Tracionando as rodas traseiras, a nova caixa
automática Turbo-Drive aprimorava a suavidade nas trocas.
Para 1959, os faróis foram acoplados à grade e ganharam lentes
auxiliares nas extremidades do para-choque. As lanternas triplas,
diferentes do restante da linha, e os ressaltos dos para-lamas
dianteiros foram redesenhados e, indo contra a corrente, a potência
baixou para 350 cv. Isso foi suficiente para a Lincoln rebatizar o
modelo de Continental Mark IV, decisão que se provaria um tanto confusa
anos adiante.
Outra novidade da linha Mark IV eram duas novas opções de
carroceria, produzidas de maneira terceirizada. A Hess & Eisenhardt, de
Ohio, criou até uma limusine baseada no sedã, com largas colunas
traseiras e divisória de vidro interna. A versão Town Car tinha pequenas
“janelas de privacidade” traseiras. A única cor disponível para ambas
era preto. Renderam 48 e 79 exemplares, na ordem.
Com o nome Continental Mark V, o modelo 1960 perdia mais 35 cv com a
eliminação do carburador de corpo quádruplo de seu sedento V8. Novos
para-choques e lanternas marcavam o estilo daquele ano, assim como
quatro frisos paralelos nos para-lamas dianteiros. Das séries da
Lincoln, a Continental foi a única a manter as colunas traseiras em "V"
— as demais ganharam um desenho mais formal. Foi o último ano dessa
geração. Para 1961 a Lincoln apresentou aquele que seria seu mais
memorável projeto do período pós-guerra.
Nascido
clássico
Havia duas versões,
sedã e conversível, ambas de quatro portas, com as traseiras articuladas
para trás. Embora ainda generosas, as dimensões estavam menores: menos
38 cm no comprimento, 21 cm entre os eixos e 12 cm na altura.
Predominava a discrição e o bom gosto, a mesma filosofia de estilo adotada
com êxito no
Continental Mark II de 1956. Linhas retas e simples proporcionavam
limpeza visual, elegância clássica, equilibradas com o que havia de mais
avançado em desenho. Desde o Zephyr a Lincoln não ousava tanto no
estilo. Nascia um marco de Detroit, o Continental 1961.
Continua
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