
As suspensões de braços
sobrepostos, conceito muito usado em pista, faziam amplo emprego de
alumínio e vinham apoiadas em subchassis


Ayrton Senna e outros pilotos
contribuíram para o acerto de chassi do NSX, que cativava por permitir
uma pilotagem vigorosa sem esforço
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E o Honda ainda custava bem menos que o Ferrari. Em 1992 nos
Estados Unidos — onde era vendido sob a marca Acura, um braço de luxo da
marca japonesa iniciado em 1986 — seu preço ficava entre 68 e 72 mil
dólares, ante 117 a 123 mil do italiano. Já o Porsche custava menos (54
mil) e os rivais compatriotas eram bem mais baratos: 38 mil o Nissan, 32
a 35 mil o Mazda, 35 mil o Toyota.
O câmbio do NSX era um manual de cinco marchas com engates bastante
curtos (40 mm contra 60 a 70 mm de outros supercarros, comparava a
Honda), ré também sincronizada e
embreagem de duplo disco, escolhida pela menor inércia do conjunto.
Tanto o curso do pedal quanto o esforço para seu acionamento eram os
menores entre os superesportivos, alegava o fabricante. Essa versão não
trazia assistência de direção, considerada desnecessária para um carro
esporte de seu peso e com 58% dele na traseira. Já a
versão com caixa automática recebia assistência elétrica, opção que
evitava consumo de potência do motor.
Outra peculiaridade desse NSX, com
uma caixa leve e compacta de quatro marchas, é que o V6 vinha "amansado"
para 258 cv a 6.600 rpm, sem alteração no torque, e não passava de 7.500
rpm. Em ambas havia um controle eletrônico de tração capaz de distinguir
um piso seco de um molhado, para evitar intervenção indesejada quando o
motorista quisesse um pouco mais de diversão (de qualquer forma, um
botão o desativava se desejado).
Em avaliação, a revista norte-americana Automobile Magazine
destacou qualidades dinâmicas como "brilhante geometria de direção",
"soberba resposta ao acelerador" e "combinação extraordinária entre
estabilidade e conforto de rodagem". Segundo a publicação, comparado ao
NSX, "um Ferrari 328 parece pesado, desafiador para se dirigir e não tão
rápido, e o melhor deles — o Nissan 300ZX Twin Turbo — se torna
relativamente pesado, com sensações abruptas e freios fracos". O projeto
da cabine também foi elogiado, com a base do para-brisa baixa ("é como
estar na bolha de um helicóptero"), ótima visibilidade, baixo nível de ruído
e itens de conveniência adequados.
Continua
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