

Várias melhorias foram
adotadas até chegar ao modelo 1965, que trazia opção de teto solar e
versão despojada

O motor 1300 de 38 cv do
"tigre", adotado em 1967, era superado pelo 1500 de 44 cv do "Fuscão"
(foto) em 1970 |
Em setembro de
1957 a Kombi já estava oficialmente nacionalizada. Mas a
inauguração da unidade fabril só se deu em 19 de novembro de 1959,
quando o Fusca já vinha sendo produzido nas mesmas instalações com 54% de peças brasileiras.
Nosso Sedan chegou com o estilo adotado no modelo alemão desde 1957,
motor 1200 de 30 cv líquidos (a VW informava a
potência bruta, 36 cv) e 8,8 m.kgf e estabilizador na suspensão dianteira. Como não havia marcador de nível de combustível, o carro
usava uma torneira com três posições (aberta, fechada e reserva), como
em muitas motocicletas até hoje. Uma régua podia ser inserida no tanque
para se checar o nível de gasolina.
Um novo volante em cálice com buzina no aro foi colocado no modelo 1960, que ainda
oferecia maçanetas de botão e pára-sol para o passageiro da frente.
Durante esse ano, as "bananinhas" foram eliminadas para não roubarem
atenção das luzes de direção que passaram a vir nos pára-lamas
dianteiros. Em 1961 a primeira marcha finalmente era sincronizada e
surgia um medidor de combustível no painel. Mola de sustentação da tampa
do porta-malas, alça no painel, freio das portas e novas lanternas
completavam a lista de novidades. Em seu terceiro ano de mercado, 1962,
o Fusca já era o carro líder de mercado no Brasil, enfrentando o
Renault Dauphine/Gordini e o
DKW-Vemag Belcar.
Consolidava-se o caso de amor entre o modelo e o País. Consumo moderado,
resistência às vias de nosso território, muitas vezes não pavimentadas,
e mecânica fácil de reparar foram o segredo do sucesso do Fusca no
Brasil. Entre outros itens, amortecedor de direção e lavador elétrico de
pára-brisa aprimoraram o modelo 1963. Havia uma pecinha cromada que
cobria o esguicho de água e parecia um inseto. Como pequeno símbolo de
rebeldia, ele era muito furtado para servir de bijuteria dos jovens da
época e foi apelidado de "brucutu".
Outro apelido famoso dos anos 60 foi Cornowagen. Essa maliciosa alcunha
— atribuída pelo gerente de marketing da Ford à época, o americano John
Garner — emperrou a carreira do teto de aço deslizante de acionamento
manual, disponível como opcional na linha 1965. Quem estaria disposto a
encarar todas as piadas feitas por conta dessa brincadeira só para ter
um teto solar? O requinte não seria mesmo uma marca do besouro no
mercado brasileiro. No mesmo ano era lançada uma versão bastante
despojada, a Pé-de-Boi, dentro do
programa de carros populares do governo federal. Simples ao extremo,
perdia os cromados nas calotas e nos pára-choques, todos os itens
supérfluos e boa parte das forrações internas. Assim como o teto solar,
a versão saía de linha já no ano seguinte.
O tigre e
o Fuscão
O motor 1200 tornava-se
passado em 1967. O novo Sedan 1300 ganhava vigor extra, pelo que era
chamado com bem-humorado exagero na publicidade da VW de "tigre". Tudo
por causa de seus ainda parcos 38 cv líquidos (46 brutos) e 9,1 m.kgf. O sistema elétrico de 12 volts
chegava logo depois. A escalada de potência prosseguiu com a introdução
do Sedan 1500, em 1970. A
cilindrada maior significava 44 cv líquidos (52 brutos) e 10,3 m.kgf. Popularmente identificado de Fuscão, trazia
as mudanças de maior
relevância na história do modelo no Brasil.
Continua
|