

Teto à parte, todo o estilo era
refeito para 2008, embora só a frente se destacasse, e surgia a caixa
manual automatizada para motor a diesel


Ainda sem tração integral, mas
com 300 cv e formas intimidadoras, o novo RS veio competir com os carros
médios mais rápidos do mundo |
O Focus Coupé-Cabriolet — construído pela
italiana Pininfarina, que também o desenhou — adotava uma capota rígida
retrátil que se ocultava no portamalas, tendência atual para modelos do
gênero, como Astra Twin Top, Mégane CC e 307 CC. O aspecto da traseira
era bem diferente do visto no restante da linha, com amplas lanternas
horizontais, e havia só quatro lugares. Os motores disponíveis eram de
1,6 e 2,0 litros a gasolina e 2,0 a diesel.
Ressurge
o RS
No Salão de Frankfurt
de 2007 a Ford apresentava o que pode ser considerada a "geração dois e
meio" do Focus: uma ampla re-estilização em que apenas o teto era
mantido, pois todos os demais painéis de carroceria tinham novo desenho,
mesmo que muitos passassem desapercebidos. O que chamava atenção era a
frente, com uma grande tomada de ar inferior — inspirada na linha
Peugeot? —, grade de perfil mais baixo e faróis com desenho mais ousado.
Nas laterais havia um forte vinco à altura das maçanetas. Ainda recente,
o conversível ganhava apenas a nova frente.
O interior recebia pequenas mudanças de aspecto, mas trazia novidades em
equipamentos. Os faróis podiam ter lâmpadas de xenônio para fachos alto
e baixo, caso em que as lanternas traseiras usavam
leds. O motor 2,0 turbodiesel de 136 cv
oferecia opção da inédita caixa manual
automatizada Powershift, de seis marchas e dupla embreagem.
Apareciam também um motor 1,8 de 125 cv flexível, capaz de rodar com
gasolina ou E85, e a versão Econetic, com a unidade 1,6 turbodiesel de
109 cv e medidas para reduzir consumo e emissões, como melhor
aerodinâmica e pneus menos resistentes à rodagem.
Finalmente, em julho de 2008 era revelado o
novo RS, que elevava o Focus
a outro patamar de potência e torque ao alcançar 300 cv e 41,6 m.kgf. O
motor era o mesmo Volvo de 2,5 litros do ST, mas modificado em pressão
do turbo, cabeçote, comandos de válvulas e sistemas de admissão e
escapamento. Apesar de não ter recebido a tração integral que muitos
esperavam, o RS ganhou diferencial autobloqueante Quaife e nova
suspensão dianteira, chamada de RevoKnuckle, em que o conceito McPherson
foi aprimorado.
Outras alterações foram bitolas 40 mm mais largas, molas e amortecedores
recalibrados, direção revisada, rodas de 19 pol com pneus 235/35 e freios mais potentes. A "cor oficial" — mas não a
única disponível — desta vez é um verde limão similar ao do clássico
Escort RS 1600. Paralamas alargados, parachoques mais imponentes, saídas
de ar no capô e nos paralamas dianteiros, aerofólio traseiro alto e em
preto e duas saídas de escapamento distinguem esse Focus, que usa bancos
Recaro quase de carro de corrida.
A chegada
ao Brasil
Assim como na Europa, a
Ford enfrentava nos mercados sul-americanos no fim da década passada uma
renovada e forte concorrência de variadas marcas — mesmo no caso
brasileiro, em que a abertura às importações havia provocado grande
evolução dos automóveis desde 1990. A segunda geração do Escort,
produzida desde 1992 e remodelada em 1996, já não fazia frente a
lançamentos recentes como Astra, Golf, Mégane e Brava/Marea.
Precedido em alguns meses pela importação da versão européia para aquele
mercado, o Focus estreava no segundo semestre de 2000 sua fabricação em
General Pacheco, na Argentina, mesma unidade que já fazia o Escort havia
quatro anos. O hatch de cinco portas e o sedã foram as versões
selecionadas, disponíveis com os motores da linha Zetec E de 1,8 e 2,0
litros, ambos com quatro válvulas por cilindro (no país platino havia
também opção a diesel).
Continua
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