O Fairlane descia de categoria para 1962, tornando-se um carro intermediário; a estrutura agora era monobloco, a exemplo do Falcon

Como antes, opções de duas e quatro portas e a perua constavam dos catálogos; o motor V8 de 3,6 litros foi o maior oferecido na fase inicial

 
 

O modelo 1964 (foto de cima) já oferecia o motor V8 289 com 195 a 271 cv; no ano seguinte (embaixo) as formas tornavam-se mais retilíneas

Após consultar proprietários, a Popular Mechanics  concluiu que o comportamento seguro, o rodar confortável e o estilo clássico eram os aspectos mais elogiados no Fairlane, ao passo que consumo, fragilidade da pintura e ruídos da carroceria lideravam as críticas. A revista avaliou uma versão 500 com motor V8 292 e caixa Ford-O-Matic, que "desempenhou com suavidade e silêncio e foi isenta de falhas em 4.800 km. Para um carro relativamente pesado, seu consumo é positivo".

A hora de diminuir   Fairlane e Galaxie afastavam-se mais para 1962, quando o primeiro passava à classe chamada de intermediária, junto de sua versão para a divisão Mercury, o Meteor, e acima do Falcon. Uma comparação deixava explícito tal enquadramento: o novo Fairlane sedã de seis cilindros media 2,93 metros entre eixos e pesava 1.270 kg; o Falcon tinha 2,78 m e 1.065 kg e o Galaxie exibia 3,02 m e 1.700 kg. O carro não só estava menor, como adotava a construção monobloco que havia surgido com o Falcon e tomava emprestado seu motor de seis cilindros em linha, 170 pol³ (2,8 litros) e 101 cv como opção de entrada.

Acima de outro seis-em-linha — o conhecido 223 com 138 cv — estava um inédito e compacto V8 de 221 pol³ (3,6 litros) e 145 cv, desenvolvido para o novo modelo. Quem desejasse mais potência teria de esperar alguns meses pelo Challenger V8 de 260 pol³ (4,3 litros) e 164 cv, pois motores maiores pertenciam ao passado. Havia escolha entre câmbio manual comum, com overdrive (este apenas com os V8) e automático. O mercado recebeu bem esse tamanho de carro que Detroit não vinha oferecendo desde 1955; curiosamente, o êxito não se repetiu com os modelos reduzidos da Dodge e da Plymouth lançados no mesmo ano-modelo.

A Popular Mechanics  comparou o Fairlane com motor de 170 pol³ ao Belvedere de 225 pol³ e ao Chevrolet Chevy II de 153 pol³. O Ford foi definido como "um carro familiar espaçoso, sólido e prático". A revista destacou suas "respostas bastante boas para um motor pequeno em um carro de 1.270 kg. Ele desempenhou bem, tem um bom conforto de marcha, mas os níveis de ruído e vibração são incômodos".

A revista inglesa Autocar  também testou o Fairlane em 1962, mas na versão de 3,6 litros. "Ele pode superar 145 km/h com conforto e cruza sem esforço entre 110 e 130 km/h. A aceleração é muito suave, mesmo com o pedal todo acionado, e o motor é muito refinado por toda sua faixa de rotações. Estejam sentados na frente ou atrás, os ocupantes desfrutam um rodar muito confortável. A suspensão é mais firme que na maioria dos carros norte-americanos, pois molas mais duras são aplicadas ao Fairlane importado para este país".

Retoques visuais vinham para 1963 ao lado de novos motores. Na parte baixa da linha havia o seis-em-linha de 200 pol³ (3,3 litros) e 116 cv, enquanto no topo aparecia o Challenger High Performance V8 — ou simplesmente Hi-Po — de 289 pol³ (4,8 litros), que fornecia 271 cv com carburador de corpo quádruplo e superava 400 cv na versão de corridas (leia boxe). O interior já podia vir com bancos dianteiros individuais, uma tendência nos EUA.

Para o ano seguinte, as aletas desapareciam dos para-lamas traseiros e o capô ganhava uma saliência central. Havia agora mais duas versões do V8 289: uma de 195 cv, com carburador de corpo duplo, e outra com 225 cv e carburador quádruplo. A carroceria era modificada mais uma vez na linha 1965: o Fairlane crescia alguns centímetros em comprimento e largura, adotava formas mais retilíneas e lanternas traseiras quadradas. A grade não mais chegava às extremidades dianteiras, mas os faróis permaneciam em linha horizontal.

Um amplo redesenho chegava para 1966, quando o Fairlane representava o modelo intermediário mais acessível da Ford. Como nos carros grandes da mesma marca apresentados em 1965, caso do Galaxie, os quatro faróis circulares vinham empilhados dois a dois, ladeando uma ampla e imponente grade, e os para-lamas traseiros assumiam o forma ondulada conhecida como "garrafa de Coca-Cola"
— tudo seguindo a escola que mandava nos fabricantes de Detroit no período. Atrás, as lanternas tinham posição vertical. Os modelos hardtop traziam uma forma mais esportiva no teto, a caminho para um fastback.

Em escala
Na série Road Legends, a Yatming tem em catálogo o Fairlane Crown Victoria 1955, com seu teto transparente e a barra cromada. Vem em escala 1:18, em dois tons de verde ou roxo e branco.
A Sun Star oferece em 1:18, com bom nível de detalhes, outro memorável Fairlane: o conversível 1958, com pintura em vermelho e branco ou azul claro e branco e interior nos mesmos tons.
Da Maisto vem o Thunderbolt 1964, com o motor "rasgando" o capô, cintos de quatro pontos, escapamento lateral e pneus traseiros bem largos. Há escolha entre branco, azul e vermelho/branco, na escala 1:24.
A GMP é outra a oferecer o Thunderbolt, mas em 1:18. Ele vem em preto com interior vermelho e traz bons detalhes internos. Curioso é que tem rodas esportivas na frente e de aço pretas na traseira.
A mesma GMP produz um Fairlane cupê 1967 preparado, sem capô, para dar espaço à grande tomada de ar. A miniatura tem rodas esportivas e decoração de carro de arrancadas.
Entre as miniaturas do Torino, duas se destacam. Uma reproduz a série limitada Talladega de 1969, em azul ou vinho, com capô em preto e feita na escala 1:18. O fabricante é a Collectable Diecast.
A outra é o Cobra de 1970 da M2 Machines, bem menor (escala 1:64). O esportivo com capô negro e aerofólio está disponível em dourado, verde-musgo, prata, amarelo e azul-marinho.

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