

O conversível acompanhava as
alterações do XR3 hatch; desde 1990 o acionamento da capota era
eletroidráulico por meio de botão no console

De vida breve, o Escort Guarujá
vinha da Argentina com cinco portas e motor 1,8 para atender ao
crescente interesse por essa conveniência |
Já
desatualizado diante do europeu, o Escort brasileiro ganhava em 1991
mais um item pioneiro entre os carros nacionais: a série limitada XR3
Formula (leia boxe abaixo sobre as
edições especiais) trazia amortecedores Cofap ajustáveis com
controle eletrônico, que fazia variar sua carga conforme a
velocidade: ficavam firmes até 20 km/h, mais macios de 20 a 100 km/h e
novamente firmes acima dessa marca. Também endureciam nas frenagens, por cinco segundos, ou se o motorista desligasse o
controle automático por um botão no painel. A mudança
ocorria nas válvulas de óleo internas dos amortecedores.
O Formula vinha completo, incluindo novos bancos Recaro com regulagens
de altura, de apoio lombar e dos apoios laterais. Encerrada a série, os
amortecedores foram oferecidos como um caro opcional no XR3 1992 —
incluindo o conversível — em pacote que incluía os bancos. A versão
ganhava aerofólio na cor da carroceria e opção de direção assistida.
Esta era oferecida também no Verona GLX, assim como rodas de alumínio de
14 pol, e toda a linha passava a vir com catalisador para atender às
novas normas de emissões poluentes.
O Escort de cinco portas não era mais produzido no Brasil desde 1986,
mas o mercado começava a aceitar melhor essa opção. Passava então a vir
da Argentina no fim de 1991 a versão Guarujá, que aproveitava o início
do mercado comum sul-americano no Mercosul. Oferecido apenas com motor
1,8 a gasolina — combustível que voltara a predominar depois da crise de
abastecimento de álcool em 1989 —, vinha com aerofólio traseiro e rodas
de alumínio opcionais. Penalizado pela má fama dos
produtos argentinos na época, durou apenas cerca de um ano. As portas
traseiras só retornariam no modelo 1997.
Segundo tempo
No Salão do Automóvel
de 1992 o Escort nacional chegava à segunda geração — a quarta dos
europeus, que no entanto já o conheciam como Mk V. O estilo moderno e agradável mantinha o "meio volume" da
traseira e os para-lamas deixavam de ter arcos bem definidos, um detalhe
raro de desenho. A distância entre eixos passava de 2,4 para 2,52 m, o
que concorria para aumento do espaço interno, e o carro estava
5 cm mais largo e alto. O Cx melhorava para 0,35, embora com
maior área frontal.
As versões permaneciam L, GL, Ghia e XR3 (hatch e conversível) e surgia o Escort Hobby, opção de entrada com
a carroceria antiga e o motor Ford 1,6. O interior todo novo trazia
elementos como volante de três raios ajustável em distância, o primeiro
no Brasil (em altura era fixo), mas o controle elétrico dos vidros
passava das portas para o console central, menos conveniente. Na
traseira, a terceira porta vinha com vão de acesso de bagagem até a
altura do para-choque.
Continua
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