


O novo Panda, que quase se
chamou Gingo, deixava a simplicidade de lado para oferecer conforto e
segurança adequados aos tempos atuais |
Conceito revisto
Uma
coincidência de mercado evitou que se enterrasse o nome Panda para sempre,
deixando-o apenas como uma parte feliz da história da Fiat. O sucessor
do carrinho, cujo código de projeto era 169, receberia o exótico nome
Gingo. Mas, por julgá-lo muito semelhante a Twingo, da Renault, os
executivos italianos resolveram manter a designação original que já era
bem conhecida do mercado. Foi o que fez renascer o Panda.
Lançada em 2003, a nova geração nada tinha de comum com a antecessora.
Sua carroceria inspirava-se no conceito das minivans, alta e com aspecto
monovolume. A frente lembrava muito a da Idea, com faróis retangulares e
altos, grade larga e pára-choque envolvente na cor da carroceria
(versões superiores), com grandes tomadas de ar inferiores. O capô curto
terminava em um pára-brisa inclinado. A linha de cintura era marcada com
um vinco pronunciado e a porta traseira recebia um vidro curvo, que
limitava o desenho reto da terceira janela. A traseira, curta e reta,
recebia lanternas verticais, que iam do pára-choque ao teto.
O desenho simpático se repetia no interior, com o painel lembrando
bastante o do Doblò. A alavanca do câmbio fincada no painel evidenciava
o bom aproveitamento de espaço. Pesando entre 840 kg e 975 kg, conforme
a motorização, suas dimensões eram de 3,53 m de comprimento e 1,57 m de
largura e altura. O entreeixos era de 2,29 m. O tanque de combustível
levava apenas 35 litros. A suspensão mantinha o tipo McPherson à frente,
mas adotava eixo de torção atrás, e as rodas de 13 pol calçavam pneus
155/80.
Havia quatro opções de motores. O primeiro, de 1,1 litro, entregava
discretos 54 cv e 9 m.kgf, números suficientes para alguma agilidade em
vista do baixo peso. O 1,2 vinha na seqüência com 59 cv e 10,4 m.kgf. Já
o 1,3 Multijet turbodiesel era a opção mais econômica: baseado na
unidade que equipava o Punto, desenvolvia 69 cv e bons 14,8 m.kgf a
baixas 1.500 rpm. Por fim, o Fire 1,4 com 16 válvulas e duplo comando da versão 100 HP tinha apelo mais esportivo: oferecia
100 cv e 13,4 m.kgf.
Sucessor do pequeno Seicento lançado em 1990, o novo Panda acabou
convivendo com esse modelo por algum tempo — e dividindo a linha de
produção da fábrica polonesa de Tychy. O conjunto agradável do carro deu
à Fiat o prêmio de Carro do Ano da Europa em 2004. Em uma época de
situação financeira delicada, isso era uma boa notícia. O Panda ajudou,
e muito, a manter a saúde da marca naquele período. O sucesso no varejo
e a qualidade deram ao Panda o 8º lugar entre 152 concorrentes no Top
Gear Motoring Survey de 2006.
Continua
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