Com 2,97 metros de comprimento, 1,32 m de largura e de altura e 1,84 m entre os eixos, o 500 parecia um brinquedo. Tamanha pequenez ficava ainda menor com o amplo teto solar de lona disponível, que incorporava a janela traseira de plástico, como no Topolino, e virava um muro na visão traseira do motorista quando rebaixado. Ele pesava 470 kg e o porta-malas era dianteiro. No interior, o painel tinha só o essencial, com um velocímetro circular atrás do volante.

Enquanto os frisos ao lado do emblema dianteiro sugeriam bigodes, as faixas brancas dos pneus somavam-se às rodas na mesma cor, que faziam parecer que o 500 calçava botinhas ortopédicas

Não havia grade na frente, já que o motor era traseiro. O logotipo Fiat com frisos dos dois lados, porém, sugeria a forma de um nariz e um bigodinho. Assim como o estepe, o tanque de combustível de 20 litros ficava na frente. Logo acima dos pára-lamas dianteiros, luzes de direção em forma de gota pareciam enormes, do tamanho das maçanetas das portas, cuja abertura era para trás, ao estilo "suicida". Sem calotas, as rodas brancas reforçavam o aspecto infantil do 500 quando combinadas a largas faixas dos pneus na mesma cor. Ele parecia calçar botinhas ortopédicas. Na traseira, as saídas de ar até lembravam as do Volkswagen e as lanternas eram ressaltadas.
 
O motor dois-cilindros era o primeiro refrigerado a ar da Fiat e o segundo instalado atrás, pois o 600 também tinha tal configuração. Na versão definitiva, media 479 cm³ e entregava os 13 cv previstos por Giacosa. Para administrar "toda" essa potência, o câmbio operava a tração traseira com quatro marchas, sendo as três superiores sincronizadas. Tanto a economia quanto a velocidade máxima atendiam às estimativas iniciais do projeto. A suspensão era independente nas quatro rodas. À frente usava braços transversais superiores e feixe de molas transversal inferior, e atrás, braço semi-arrastado com molas helicoidais. Os freios a tambor tinham comando hidráulico e as rodas eram de 12 pol. Em termos de equipamento, o 500 era a imagem da simplicidade: nem retorno automático seu limpador de pára-brisa tinha. No lançamento ele custava 465 mil liras.
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Em escala

Em tamanho normal ele já parece uma miniatura. Nem por isso o 500 deixou de ser devidamente homenageado pelo universo dos carros em escala. Com o teto todo rebatido, é possível entender como ficava limitada a visão traseira do modelo 1957 (acima) com essa carroceria. A miniatura da Edison tem escala 1:43.

A Brumm vende o modelo 1959 (acima) em tamanho 1:43, com teto solar e ótimo nível de detalhamento, em várias cores, como azul claro, azul escuro, bege, cinza, branco e vermelho. Há também o 500 D 1960.

O 500 F 1965 (vermelho, acima à direita) foi o escolhido pela Bburago como modelo para a miniatura em escala 1:18. O teto solar destoa da maioria de modelos encontrados no mercado por vir fechado.


A mesma marca criou um 500 Lusso 1968 branco (acima) em igual escala, mas desta vez preferiu deixar o teto aberto.

Da Vitesse vem um 500 Sport (acima), também em escala 1:43, nas cores branca e vermelha e com o teto solar que permite ver os detalhes do interior. Há também um 500 R da mesma fabricante.

Nas telas
É curioso notar como é internacional o currículo cinematográfico do 500, sinal de como esse símbolo da indústria italiana também é admirado nas mais diversas partes do mundo. Entre os títulos há o drama japonês 19. Produzido em 2000 por Kazushi Watanabe, o 500 aparece bem, embora não tanto quanto o da comédia alemã Theo Gegen den Rest der Welt (1980), de Peter F. Bringmann.

Theo Gegen den Rest der Welt

O 500 de 1968 é visto em Só Você (Only You, 1994), romance com Marisa Tomei e Robert Downey Jr.; no filme de ação A Colônia (Double Team, 1997), com Jean-Claude Van Damme, o jogador de basquete Dennis Rodman e Mickey Rourke; e na aventura inglesa O Homem Pássaro (Condorman, 1981), de Charles Jarrott. O 500 F de 1965 tem participações com boa duração na comédia francesa Deuxième Vie (2000), com a atriz portuguesa Maria de Medeiros; e no drama francês Imensidão Azul (Le Grand Bleu, 1988), com Rosanna Arquette, Jean-Marc Barr e Jean Reno.

Outros três filmes trazem o 500 L 1968. São eles o filme de ação dinamarquês Old Men in New Cars: In China They Eat Dogs II (Gamle Mænd i Nye Biler, 2002), de Lasse Spang Olsen; a comédia francesa Toutes les Filles sont Folles (2003), de Pascale Pouzadoux; e o clássico também francês A Noite Americana (La Nuit Américaine, 1973), de François Truffaut, com Jacqueline Bisset, que trata apaixonadamente da própria sétima arte por meio dos bastidores de uma filmagem.

Um Golpe à Italiana

Mas quem quer ver o "Cinquecento" em seu hábitat natural, as ruas dos grandes centros italianos dos anos 60, não pode deixar de assistir à deliciosa comédia Um Golpe à Italiana (The Italian Job, 1969), com Michael Caine. As estrelas automotivas são três Minis ingleses, mas enquanto os três pequenos astros saracoteiam pelas ruas de Turim é flagrante a quantidade de Fiats 500, registrados pelas câmeras dirigidas por Peter Collinson.

O que mais poderia se esperar de um filme rodado na cidade-sede da Fiat após mais de uma década de sucesso do "Cinquecento"?

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