O Ram servia mais uma vez como modelo para a criação dessa Dakota de terceira geração, que adotava muitos ângulos para um aspecto mais robusto

A cabine estendida vinha afinal com portas traseiras e o interior estava mais refinado; sob o capô, motores V6 e V8 desenvolviam 210 a 260 cv

Na versão TRX4 (em azul) ou na refinada Laramie, o Dakota mostrava a reforma visual de 2008, ano em que o V8 de 4,7 litros chegava a 302 cv

As curvas pelas retas   Se o Ram de 2002 havia adotado linhas angulosas no lugar das arredondadas, o mesmo foi aplicado ao Dakota de terceira geração, apresentado para 2005. Os traços básicos da carroceria pareciam os mesmos, só que feitos com retas e arestas em vez de curvas, dentro do padrão da época. A grade dianteira sobressaía ainda mais. Com maiores dimensões, ele se aproximava dos picapes grandes: 5,55 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,74 m de altura e os mesmos 3,33 m entre eixos. As medidas eram iguais para as versões com cabines estendida e dupla — não havia mais a simples. A estendida trazia cinco lugares e pequenas portas traseiras que só abriam, para trás, quando a dianteira respectiva estivesse aberta. Na dupla havia quatro portas convencionais e seis lugares.

O motor V6 de 3,7 litros e 210 cv permanecia como versão de entrada. Quem quisesse um V8 podia escolher entre as versões de 230 e 260 cv, ambas de 4,7 litros, e levava uma caixa automática de cinco marchas, contra quatro do V6; o câmbio manual usado pelos dois motores menos potentes agora tinha seis marchas. Dois tipos de tração integral estavam disponíveis: temporário, para uso apenas em pisos de baixa aderência, e permanente, com diferencial central e apto a qualquer condição de piso — ambos com reduzida. O chassi vinha refeito, do tipo hidroformado, e novos opcionais eram cortinas infláveis, que encobriam os vidros laterais em caso de colisão; rádio por satélite e interface Bluetooth para telefone celular. A capacidade de carga ficava ao redor de 750 kg e o peso aumentava quase 300 kg em média.

O novo Dakota enfrentou vasta competição em um comparativo da Car and Driver: Chevrolet Colorado, Honda Ridgeline, Nissan Frontier e Toyota Tacoma. A revista o colocou em modesto quarto lugar e justificou: "Todos amamos o profundo ronco de escapamento do V8, mas ficamos surpresos com que o Dakota não tem a força de um V8. Seu tempo de 0 a 96 km/h em 8,5 segundos foi o segundo mais lento do grupo, pois ele era ao menos 90 kg mais pesado que qualquer outro aqui. (...) Ele foi surpreendentemente preciso no teste de mudança de faixa, mas parar a 110 km/h exigiu o maior espaço no teste. (...). No fim, o Dakota teve seus fãs. Nosso conselho à Dodge é: traga o motor Hemi!", em alusão ao V8 de 5,7 litros e 350 cv que vinha equipando outros modelos da Chrysler.

O Hemi não veio, mas três novas versões recheavam o catálogo na linha 2006: R/T, TRX e TRX4, esta com tração nas quatro rodas. A R/T em nada repetia o vigor da geração anterior: era só um pacote visual com falsa tomada de ar no capô, faixas laterais e mais instrumentos no painel, além da opção de 4x4. Já as TRX e TRX4 tinham caracterização visual fora de estrada, pneus adequados a esse uso e diferencial autobloqueante na traseira. Vinha também um teto solar para a versão dupla e a Mitsubishi passava a vender sua versão do Dakota, o Raider, que não fez sucesso e durou só três anos (leia boxe). No ano seguinte a Dodge oferecia partida remota do motor, ideal para se ligar o carro — e o aquecimento interno — ainda de casa, minutos antes de entrar nele.

Uma remodelação chegava no modelo 2008, quando a cabine ganhava maiores dimensões e a grade vinha mais larga na parte de cima, o contrário da anterior. O estilo ainda não era dos mais atraentes, em que a tentativa de obter robustez prejudicou a harmonia de linhas, mas havia novidades internas: painel redesenhado,  sistema de áudio de 500 watts, navegador baseado em DVD. Disponível nas versões ST, SXT, SLT, TRX4, Sport e Laramie, o Dakota ganhava potência no motor V8 de 4,7 litros, que com duas velas por cilindro e outras melhorias fornecia 302 cv e 44,2 m.kgf. O câmbio automático de série tinha cinco marchas. O V6 permanecia sem alterações. Na linha 2009 a tração integral permanente e o câmbio manual eram abolidos por conta de baixa aceitação.

O Dakota de hoje, para muitos, não tem o apelo visual da bela segunda geração, mas conserva uma de suas qualidades: ser maior e mais potente que os principais concorrentes, um picape a meio caminho entre os médios e os grandes. A legião de adeptos que ele conquistou nos Estados Unidos — e em sua breve produção brasileira — não tem dúvidas: esse Dodge mostrou a raça do carneiro que ostenta em seu logotipo.

Ficha técnica
_ Dakota V6 3,9
(1987)
Dakota Sport TD 2,5
(2000 - Brasil)
Dakota R/T 5,9
(2002)
Dakota SLT 4,7
(2005)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal,
6 em V
longitudinal,
4 em linha
longitudinal, 8 em V
Comando e válvulas por cilindro no bloco, 2 no cabeçote, 2
Diâmetro e curso 99,3 x 84 mm 92 x 94 mm 101,6 x 90,9 mm 93 x 86,5 mm
Cilindrada 3.900 cm3 2.499 cm3 5.895 cm3 4.701 cm3
Taxa de compressão 9,2:1 21:1 8,9:1 9,7:1
Potência máxima 125 cv a 4.000 rpm 115 cv a 3.900 rpm 250 cv a 4.400 rpm 260 cv a 5.200 rpm
Torque máximo 26,9 m.kgf a
2.000 rpm
30,6 m.kgf a
2.000 rpm
47,7 m.kgf a
3.200 rpm
41,5 m.kgf a
3.600 rpm
Alimentação carburador de
corpo duplo
bomba injetora, turbo, resfriador injeção multiponto
CÂMBIO
Tipo e marchas manual, 5 automático, 4 automático, 5
Tração traseira integral
FREIOS
Dianteiros a disco a disco ventilado
Traseiros a tambor a disco a tambor
Antitravamento (ABS) não sim (traseira) sim
SUSPENSÃO
Dianteira independente, braços sobrepostos
Traseira eixo rígido
RODAS
Pneus ND 235/75 R 15 255/55 R 17 265/70 R 16
DIMENSÕES
Comprimento 4,72 m 4,98 m 5,55 m
Entre-eixos 3,15 m 2,84 m 3,33 m
Peso 1.435 kg 1.785 kg 1.790 kg 2.175 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima ND 150 km/h ND
Aceleração de 0 a 100 km/h ND 15,9 s ND
ND = não disponível

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