


Cabines simples e estendida,
além da versão com caçamba longa (no centro), e diversos acabamentos
davam amplas opções no novo Dodge


O interior modernizado trazia
bolsas infláveis frontais de série; a parte mecânica guardava muito do
anterior, mas com um chassi mais rígido |
Com
a edição Shelby já esgotada, o Dakota 1991 trazia a opção de fábrica do
V8 de 5,2 litros, agora com 170 cv (5 a menos). Ao contrário da série
esportiva, sua frente foi ligeiramente alongada para comportar melhor o
motor mais comprido. Em toda a linha havia para-choque dianteiro e grade
novos, que vinham na cor da carroceria para o Sport. Esta versão trazia
também estrutura de caçamba com faróis auxiliares. Para o ano seguinte,
além de adotar faróis mais eficientes com lâmpadas halógenas no lugar
dos antigos selados (sealed-beam), a Dodge providenciou mudanças no V6 e
no V8. A nova série Magnum trazia injeção
multiponto e aprimoramentos nos cabeçotes, o que os deixava bem mais
vigorosos, com 180 e 230 cv, na ordem — expressivos 55 e 60 cv a mais
que os do ano anterior;
Se a concorrência já não acompanhava o Dakota V8 com facilidade, agora
comer fumaça de seus pneus traseiros era praticamente uma certeza. O
mercado respondeu com entusiasmo, elevando as vendas em 60%. Na linha
1993 vinham ABS para as quatro rodas, uma primazia em picapes de
qualquer tamanho nos EUA, e novos bancos individuais. No comparativo da
Popular Science com o Chevrolet C1500, o Ranger (já na segunda
geração) e o Toyota T100, o Dakota V6 foi o segundo mais rápido tanto em
aceleração quanto no desvio entre cones, além de superar o Ranger por
larga margem em espaço interno e de ter a maior capacidade de carga, 820
kg. A revista observou que "seu desenho externo e interno já parece
datado", mas resumiu: "Se você quer transportar carga pesada no mundo
real, o vencedor geral é o Dakota".
Bolsa inflável para o motorista (outra inovação no tipo de veículo) e
alguma redução de potência no V6 e no V8 (para 175 e 220 cv, na ordem),
pelo emprego de comando de válvulas mais "manso" a fim de oferecer
melhor torque em baixa rotação, vinham para 1994. Os dois anos-modelos
seguintes pouco trouxeram de significativo: apenas a versão Sport de
tração traseira, em 1995; no ano seguinte, controle eletrônico da caixa
automática e o motor Jeep de quatro cilindros, 2,5 litros e 120 cv.
Embora as vendas tenham se mantido em bom patamar, o Dakota estava
envelhecido diante dos reformulados S10 e Ranger. A própria Dodge, ao
impressionado no segmento de pesados com o novo Ram em 1994, ajudou a
evidenciar como o modelo médio estava perdendo o apelo. Mas uma notável
evolução estava a caminho.
As retas
pelas curvas
Revelada em 1996, a
segunda geração do Dakota parecia mesmo um Ram em menores dimensões. No
lugar das linhas retas vinham muitas curvas, ordenadas de modo a
transmitir robustez e imponência. A grade de quatro retângulos dominava
a vista frontal, ladeada por faróis relativamente pequenos, e o capô
estava mais alto que os para-lamas como se mostrasse que ali embaixo
morava o poder. Nas laterais, para-lamas abaulados davam uma sensação
muscular. A cabine arredondada, em que as janelas não tinham mais
quebra-ventos, completava o conjunto. Os projetistas haviam conseguido
um grande trabalho.
O aspecto estava moderno também no interior, embora sem o mesmo destaque
da carroceria; havia computador de bordo e o passageiro da frente afinal
contava com bolsa inflável, item de série. Por baixo da novidade, porém,
estava uma mecânica sem grandes alterações. Até as três opções de
distância entre eixos — para cabine simples, a versão alongada e cabine
estendida — eram as mesmas de antes, assim como a definição de motores e
câmbios. O motor V6 voltava a 175 cv e o V8 retomava os 230. Evoluções,
só no chassi, com aumento de 50% na resistência à torção, e na suspensão
dianteira redesenhada, que usava molas helicoidais em versões de tração
traseira e feixes de molas semielíticas nas 4x4.
Embora com progressos em comportamento dinâmico, o Dakota não estava
mais vigoroso que o anterior. Mesmo assim, foi aprovado no teste da
Motor Trend, que disse ter encontrado "equilíbrio quase perfeito
para a 'ralação' do dia a dia e os passeios do fim de semana". A revista
destacou a maior rigidez estrutural, a redução nos ruídos internos em
pisos irregulares e o melhor comportamento da suspensão: "Percorreu o
slalom com precisão e equilíbrio excepcionais. O comportamento em
velocidade inspira confiança".
Continua
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