A versão T/A, que ampliava a linha ainda em 1970, trazia um vistoso capô de plástico, tomada de ar, pneus traseiros mais largos e escapamentos saindo pelas laterais; abaixo seu interior

Além da escolha entre sete motores de 3,2 a 7,2 litros, a Dodge oferecia opcionais variados para personalização e uma carroceria conversível

Em teste da revista Popular Mechanics, o Challenger com motor 340 foi elogiado pela "aceleração respeitável" de 0 a 96 km/h em menos de sete segundos, a estabilidade, o baixo nível de ruídos aerodinâmicos e o interior espaçoso, com bancos dianteiros muito confortáveis e painel bem-equipado. Uma crítica foi feita à relação de eixo traseiro da versão, que o deixava mais ruidoso e gastador — embora esses quesitos não fossem relevantes para seu público-alvo. A Popular Science, por sua vez, destacou o motor 440 que "empurra como um grupo de elefantes a partir de 1.100 rpm", enquanto o Hemi 426 "é ótimo para aceleração, mas não gosta de andar a baixas rotações". Sobre a suspensão, considerou "capaz de lidar com o enorme torque da aceleração a pleno e de manter o carro estável em retas e curvas", mas aconselhou: "Se você está mais interessado em conforto de marcha que em estabilidade, fuja dos V8 e das molas duras que vêm com eles".

O Challenger agradou em cheio: no primeiro ano de vida ganhou a casa de 76 mil compradores. Além das versões básica, SE, R/T e R/T SE, a Dodge mostrava ainda em 1970 o Challenger T/A, ou Trans Am, em alusão à lendária competição do Sports Car Club of America criada em 1966 e que recebia a presença dos esportivos fabricados em Detroit. Trazia sob o capô um V8 340 com três carburadores de corpo duplo — o chamado Six Pack, alusivo aos seis corpos —, o que resultava em 290 cv e 47 m.kgf. Mas não era só isso: havia também a suspensão esportiva Special Rallye, rodas de 7 x 15 pol com pneus dianteiros F60-15 e traseiros G60-15 (mais largos), capô de plástico com fibra-de-vidro e escapamentos laterais.

A versão R/T, ou Road and Track (estrada e pista), era equipada com o poderoso V8 383 Magnum, que entregava 340 cv e 58,7 m.kgf e recomendava o uso de gasolina de maior octanagem, e câmbio manual de três marchas. O comprador também tinha à disposição três outros V8: o 440 Magnum da série RB de 7,2 litros, com 380 cv e 66 m.kgf; a mesma versão com o Six Pack, entregando 395 cv e 67,7 m.kgf; e o topo de linha 426 Hemi de 7,0 litros, com câmaras de combustão hemisféricas, que despejava 430 cv e iguais 67,7 m.kgf. Com este último, de produção bastante reduzida, o Challenger alcançava 235 km/h de velocidade máxima. Tanto o 440 Six Pack quanto o 426 ofereciam o shaker hood, capô em que uma tomada de ar se movia com o funcionamento do motor. Continua

Anunciado como "o carro esporte com uma grande diferença", o Challenger estava bem dotado para competir com Mustang, Camaro e o Barracuda da mesma corporação
Na 500 Milhas
A famosa prova 500 Milhas de Indianápolis recebeu como carro-madrinha, em 1971, um Challenger conversível. Curiosamente a Chrysler não quis fornecer o carro — a questão foi resolvida por quatro concessionárias da marca. O dono de uma das empresas, Eldon Palmer, pilotava o Challenger e ao sair da pista não conseguiu frear a tempo. O carro invadiu um palanque reservado à imprensa e feriu cerca de 20 fotógrafos. Felizmente a velocidade, 30 km/h, era baixa.
Para ler
Chrysler Muscle Cars: The Ultimate Guide - por Mike Mueller, editora Krause. Entusiasta automotivo com experiência em fotografia e textos, o autor aborda todos os detalhes dos carros musculosos produzidos pela Chrysler e suas divisões Dodge e Plymouth. São 224 páginas que trazem, além de mais de 300 fotos, especificações técnicas, números de produção, preços, informações de mecânica e muito mais de modelos clássicos como Charger, Barracuda, Dart, Demon, Super Bee e o Challenger, que ilustra a capa.

Dodge Challenger & Plymouth Barracuda: Chrysler's Potent Pony Cars - por Peter Grist, editora Veloce. O autor, de forma despretensiosa, traz à baila em 196 páginas tudo relacionado aos carros-pôneis s da Chrysler nas décadas de 1960 e 1970.
Os especiais

A encarroçadora Frua criou esse belo esportivo com base no Challenger em 1970. Com estilo fastback, o carro tinha linhas imponentes, retas e bastante europeias, que tornavam difícil perceber a origem norte-americana.

A nova geração do Challenger apareceu preparada no Sema Show de 2008. Um SRT-8 teve o motor Hemi de 6,1 litros trocado pelo V10 de 8,4 litros do Viper, tornando-se um autêntico SRT-10. O novo carro desenvolvia 600 cv e absurdos 77,4 m.kgf. A Dodge aplicou capô e tampa do porta-malas em fibra de carbono, freios redimensionados e amortecedores Bilstein. Uma provocação velada a Camaro e Mustang?

Chip Foose, um dos mais conhecidos preparadores e customizadores do mundo, não ficou de fora da onda de personalização do Challenger. Ele e sua equipe levaram esse belíssimo cupê Hemi 1970 para a Goodguys Grand Prize Giveaway Car de 2007. O modelo foi inteiramente modificado. O V8 426 foi acoplado a uma caixa de cinco marchas, a suspensão foi inteiramente revista e reforçada, os freios ganharam discos nas quatro rodas e estas passaram à medida de 18 pol — belas e cromadas — com pneus BFGoodrich. A carroceria, por sua vez, recebeu uma brilhante pintura em dois tons, preto e amarelo, e frente mais discreta, sem cromados.

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