Bancos revestidos em dois tons (abaixo os do modelo 1964), ajuste dos encostos dianteiros e embreagem mais leve eram outras evoluções da série Rio

Já com nove anos de mercado, a linha 1966 de Belcar e Vemaguet tinha poucas mudanças, como revestimento interno, painel e o volante cônico

No salão de 1962, o protótipo do Fissore: um belo sedã de duas portas, com linhas européias atuais, que enfrentaria problemas até chegar ao mercado

Depois do 1001 vinham o Belcar e a Vemaguet Rio, em 1965, alusão aos 400 anos da fundação do Rio de Janeiro — bem explorada em sua publicidade, com desenhos de DKWs em locais famosos da Cidade Maravilhosa. O destaque era o Lubrimat, bomba que fazia a mistura automática de óleo à gasolina, em proporção variável. Em vez de 40 partes de gasolina para uma de óleo, o Lubrimat fazia a relação variar de 40:1 a 100:1, o que resultava em menor emissão de fumaça e economia de óleo. Muitos não confiavam no equipamento, porém, e colocavam um pouco de óleo no tanque de combustível, anulando a vantagem.

A série Rio tinha também novidades internas, como revestimento em dois tons, bancos dianteiros com três posições de encosto e limpador de pára-brisa com maior área de ação, e mudanças mecânicas sutis, casos do comando de embreagem mais suave, do filtro de ar e da aplicação de polietileno entre as folhas dos feixes de molas, que deixava o rodar mais macio e silencioso.

Em 1965, como resposta à crise econômica e do mercado de automóveis, o governo lançava um programa de carros populares, com redução do imposto de consumo e financiamento pela Caixa Econômica Federal. A Vemag respondia com outra versão muito simples da Vemaguet: a Pracinha. Frisos cromados, calotas, tapetes, tampa do porta-luvas, vidros laterais corrediços, luz interna, lavador de pára-brisa, espaço para o rádio e até as luzes de direção dianteiras foram descartados.

O banco dianteiro perdeu a regulagem em distância: ajuste, só mediante novo encaixe nos trilhos, o que se tornava inconveniente caso motoristas de estaturas bem diferentes se alternassem ao volante. Na traseira, uma única porta articulada no lado esquerdo substituía as duas usadas na Vemaguet comum. Foi um caso isolado de porta de carga abrindo-se para o lado certo (o da rua, para acesso pelo da calçada), o que só voltaria em 2003 com o EcoSport. A mecânica dispensava a roda-livre e o Lubrimat. Com pouco sucesso, a Pracinha durou só um ano. Em 1966 os demais modelos ganhavam volante cônico em vez de plano, bancos revestidos de imitação de couro, painel renovado e outros pára-choques.

A maior alteração visual no Belcar e na Vemaguet, à parte a mudança de F91 para F94, foi a remodelação da frente lançada apenas no Brasil para 1967. Em busca de semelhança com o Fissore, a Vemag adotou quatro faróis menores sobre uma ampla grade de frisos horizontais. O aspecto era algo estranho, típico de reformas parciais em que as novas partes não condizem com o todo. Na traseira mudavam apenas as lanternas do sedã. Na parte técnica, o dínamo era substituído pelo alternador e o sistema elétrico passava de seis para 12 volts. A última alteração nos modelos foi a adoção do motor "S" do Fissore em setembro daquele ano, pouco antes do fim da produção.

O Fissore   A linha DKW preenchia uma lacuna no mercado, entre os pequenos VW e Dauphine e os grandes Aero-Willys, Simca e FNM. Eram nossos únicos carros médios, mas já não tinham modernidade ou requinte à altura para essa função. A Vemag decidiu então buscar um segmento superior, com um sedã de duas portas bonito e sofisticado, embora baseado nos mesmos chassi e mecânica.

O desenho do novo modelo ficou a cargo da Carrozzeria Fissore, empresa italiana sediada em Savigliano, Piemonte. Fundada em 1921, começou produzindo carrocerias para carruagens, mas logo passou a encarroçar automóveis e caminhões, trabalho comum àquele tempo. Nas décadas de 1930 e 1940 fez adaptações para finalidades como carro fúnebre, ambulância e veículo de entregas. Nos anos 50, fabricou os cupês e roadsters 1500 e 1600 S e desenvolveu carrocerias para marcas como De Tomaso, Maserati, Mitsubishi e Monteverdi.

A Fissore entraria em dificuldades financeiras em 1976 para, oito anos depois, encerrar atividades em definitivo. Mas estava em seu auge quando a Vemag encomendou o projeto do sedã, enviando à Itália um chassi para receber a nova carroceria. Continua

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