Grandes vidros e colunas estreitas davam ótima visibilidade ao Fissore, mas a carroceria era pesada demais para o modesto motor de 1,0 litro

Voltado a um segmento superior, o novo sedã deixava a desejar no desempenho; a tampa do porta-malas foi modificada em apenas um ano

O resultado, apresentado no Salão do Automóvel de 1962 em São Paulo, foi um carros bonito e contemporâneo, com as linhas dos modelos europeus da época e certa semelhança com o F102 da própria DKW alemã, que seria lançado no ano seguinte. Ao contrário do Belcar, ele tinha os três volumes bem definidos, com capô e porta-malas à mesma altura. O destaque era a ampla área envidraçada, com colunas bem estreitas que traziam visibilidade quase irrestrita. Os quatro faróis circulares antecipavam o padrão que o restante da linha seguiria quatro anos depois. Em facho alto todos se acendiam, para ótima iluminação pelos padrões da época.

Os pára-lamas dianteiros contavam com repetidores das luzes de direção e as pequenas lanternas traseiras incluíam luzes de ré, ausentes nos demais DKWs. Mais longo, o Fissore media 4,48 m, mas tinha o mesmo entreeixos de 2,45 m do Belcar. As maçanetas eram acionadas erguendo-se uma peça, sem puxar ou apertar um botão. O interior mantinha os bancos inteiriços para até seis pessoas, com opção por dianteiros individuais e reclináveis, e trazia relógio e rádio como itens de série. As portas tinham luzes vermelhas nos batentes para sinalizar que estivessem abertas.

Do salão até o mercado, porém, o caminho não foi fácil. A pressa em iniciar a produção resultou em ferramental imperfeito, que moldava chapas irregulares e exigia freqüentes retoques com estanho, na parte externa, ou massa plástica na interna. O resultado era um peso ainda maior que os 980 kg previstos — e excessivo para o modesto desempenho do motor de 980 cm³. De fato, seria difícil esperar que um carro projetado nos anos 30, com proposta de ser popular, pudesse se tornar um automóvel de prestígio três décadas depois só com uma nova carroceria.

O Fissore chegava enfim ao mercado em junho de 1964, a um preço 25% maior que o do Belcar. O motor, chamado de Vemag S, tinha potência bruta anunciada de 60 cv (50 cv líquidos) e torque de 8,5 m.kgf. Portanto, oferecia apenas mais 6 cv e 0,5 m.kgf que o usado desde 1961 nos demais DKWs. A marca divulgava taxa de compressão pouco mais alta (8:1), filtro de ar especial e janelas de admissão e escapamento nos cilindros alteradas, mas na prática não havia diferenças.

O que a empresa fazia era, nos testes de dinamômetro a que todos os motores eram submetidos ao fim da produção, selecionar aqueles ao redor de 60 cv brutos. Por outro lado, foi o primeiro da família a contar com o Lubrimat. Durante sua produção teve pequenas alterações. Em meados de 1965 ganhava tampa do porta-malas com a base mais alta, não mais chegando perto do pára-choque. O objetivo era reduzir peso, por meio de chapas mais finas na seção traseira, sem afetar a rigidez estrutural. Continua

Em escala
Os modelos alemães mais parecidos com os brasileiros são raros no mercado de miniaturas, mas é possível ter um DKW em escala de outras versões. A francesa Norev fez em 1:43 este cupê 3=6 de 1958. Azul com teto e interior em creme, é bastante detalhado.
O Auto Union 1000 S Coupe 1959 foi reproduzido pela Revell na escala 1:18, também em azul, mas com teto branco e interior cinza claro. Já contava com pára-brisa envolvente. O acabamento é exemplar.
Houve um sedã F94 como nosso Belcar, feito no Japão pela empresa Bandai Tin, mas é uma miniatura antiga e sem muito detalhamento. Em 1:24, o carro era azul claro com teto branco e tinha fricção.
Também simples no acabamento, o Cabrio da Schuco vinha em 1:43, na cor bege com interior claro. Corresponde à mesma geração F91 que deu origem à nossa perua em 1956, com carroceria estreita e a grade dianteira "risadinha".
O jipe Munga, ou Candango, existe em várias opções. A alemã Minichamps fez o modelo militar de 1960 (ao lado) em verde com interior bege, na escala 1:43. O cuidado com os detalhes é típico da marca. A Starline Models oferece diversas versões: civil com teto de lona, em azul com interior bege; militar na Nato, em verde; e o dos bombeiros (vermelho, é lógico). Todos em 1:43.
No Brasil, a empresa ATMA fez em 1:24, logo nos primeiros anos da linha, o sedã amarelo e a perua vermelha em material plástico e com fricção, bastante simples.

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