A Chevrolet viu na linha Falcon um exemplo de diversidade de opções e tratou de ampliar o leque de carrocerias para o Corvair em 1961, quando a frente ganhou outras molduras dos faróis e, como seria regra em cada ano da primeira geração, novos frisos. Se o concorrente podia vir nas versões de duas e quatro portas para sedãs e peruas ou no picape Ranchero, o modelo da Chevrolet também poderia ter outros formatos. Nascia a perua Corvair Lakewood, no mesmo ano em que a Volkswagen lançava a Typ 3 Variant, que inspiraria a Variant brasileira.

A perua Lakewood chegava em 1961 para ampliar a linha, seguindo os passos da Ford com o bem-sucedido Falcon

Ainda na linha utilitária a Chevrolet criou a série oficialmente chamada de R10, que tinha emblemas Corvair 95 por causa do entreeixos de 95 polegadas ou 2,41 metros (e que os fãs americanos tratam como FC, por assim ela ser identificada no catálogo de peças). Coisas da GM... O mais conhecido dos 95 era o Greenbrier, furgão para passageiros, com janelas em todo o entorno do carro e até uma grade falsa na frente. Essa mesma carroceria na versão fechada para carga chamava-se Corvair 95 Corvan. Continua

Os conceitos
Mal foi lançado e o Corvair já se tornou um instantâneo material de sonhos. Vários carros-conceito foram criados em cima do projeto da Chevrolet, nos Estados Unidos e na Europa. O XP-737 Sebring Spyder (foto 1), por exemplo, foi um dos três roadsters experimentais desenvolvidos a partir do Corvair. Apresentado no Salão de Chicago de 1961, vermelho com uma faixa central branca, tinha entreeixos encurtado em 38 cm, o pára-brisa se limitava a poucos centímetros e era dividido em duas peças. O motor ganhou um compressor Paxton e o capô era de plástico.

Outra variante desse estilo foi o XP-785 Super Spyder de 1961, com a mesma mecânica, mas baseado no Corvair 1962 conversível. Trazia faróis simples, pára-brisa numa peça só, apoio de cabeça do motorista dando origem a um domo no capô e uma traseira ao estilo rabo-de-pato como a do Corvette, com saídas triplas de escapamento brotando dos pára-lamas traseiros.
 
O Monza GT (fotos 2 e 3) de 1962 tinha como proposta seguir a receita européia de esportivo acessível, com motor de Corvair em posição central. Toda a traseira era aberta para se chegar ao motor. Pára-brisa, o teto sobre os passageiros e o que seria a área das portas nas laterais eram uma peça só, que se abria para frente. O entreeixos era 40 cm mais curto que o do Corvair de produção e, inicialmente, o conceito usava o motor de 102 cv deste. Alguns dos traços e as proporções gerais desse conceito prateado seriam visto mais tarde, devidamente suavizadas, no Opel GT.

Uma versão aberta de dois lugares e bem futurista do GT com motor traseiro, o Monza SS (foto 4), também era apresentada com ele e adiantava alguns traços da terceira geração do Corvette. O entreeixos era ainda menor e dois carburadores de corpo triplo equipavam o motor do conceito vermelho. Segundo estudiosos do Corvair, o SS teria recebido alterações ao longo dos anos na própria GM, assim como o Monza GT.

Por fora, o Electrovair II (foto 5) parecia apenas um sedã hardtop 1966. Mas bastava abrir o capô ou o porta-malas para ver as baterias de prata e zinco que lhe forneciam a eletricidade para rodar. Ele evoluía a proposta do obscuro sedã Electrovair, criado com base num sedã 1964, e pesava quase 450 kg a mais que o modelo em que se baseava. Instrumentos para monitorar voltagem e amperagem ficavam no lugar do rádio. O motor de 115 cv o levava a 130 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h em 16 segundos e autonomia para algo entre 65 e 130 km.

Em 1967 foi a vez do acentuadamente futurista Astro I (foto 6), no Salão de Nova York. Ficaria tão bem num episódio de Speed Racer quanto dos Jetsons. O pára-brisa era envolvente e a abertura para o interior e motor era uma peça só, projetada eletricamente para trás. Seu motor preparado produzia 240 cv.

Na Europa o Corvair também foi reverenciado com carros do sonho desde cedo. A Pininfarina criou um cupê de faróis simples e linhas angulosas, já em 1960, e uma evolução deste em 1963 (foto 7). Outra curiosa criação européia foi o esportivo Corvair Testudo (foto 8), também de 1963, que Nuccio Bertone projetou com teto de vidro transparente. E estes são só os conceitos mais lembrados.

Como se vê, apesar de toda a polêmica em torno do Corvair, sonhar com ele foi uma das melhores formas de demonstrar o carinho e admiração que o modelo despertava.
XP-737 Sebring Spyder

Monza GT

Monza GT

Monza SS

Electrovair II

Astro I

Pininfarina

Bertone Testudo

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