Motor traseiro, seis cilindros opostos, refrigeração a ar, turbocompressor. Essa é a receita de um dos maiores mitos da
indústria mundial, em particular da alemã. Foi
com essas características que, no Salão de Paris de 1974, a
Porsche lançou um de seus modelos definitivos.

Chamado de 930,
ele ficaria conhecido como 911 Turbo, projeto que adaptava a
experiência do fabricante com turbos nas corridas aos carros de
passeio. A idéia era produzir poucas unidades, mas a Porsche não
previa recepção tão calorosa a essa versão do 911. |
Hoje, mesmo com a refrigeração a ar já extinta nos modelos da
marca, o Turbo se mantém um dos mais desejados Porsches.
Graças a esse merecido sucesso, é freqüente ouvirmos que foi do
esportivo alemão, ou do (não tão bem-sucedido) BMW 2002 Turbo de
1973, a proeza de levar o equipamento para as ruas. Aí está
outro mérito a se resgatar para o Corvair.
Com o pacote Monza Spyder lançado em 1962, a mesma receita de
sucesso do 911 Turbo já estava disponível para o mercado
americano. Ele valia para as versões cupê e conversível e
incluía alguns detalhes de acabamento. Na segunda geração do
Corvair, o pacote passou a se chamar Corsa.
O 911 Turbo teria 260 cv e passaria dos 250 km/h, desempenho de
um legítimo esportivo. O Monza Spyder, como sabemos, não tinha a
melhor suspensão para encarar o vigor extra de seus 150 cv.
De qualquer forma, pode-se dizer que essa foi uma forma de a GM retribuir a
inspiração que o Volkswagen Sedan e o Porsche 356 deram ao
Corvair. Mas, por mais que o 911 Turbo esteja à altura de sua
aclamação, quase 40 mil Monzas Spyder e 39 mil Corsas fabricados
comprovam que, ao lado do Oldsmobile F-85, o primeiro carro de
passeio com turbo produzido em larga escala foi o Chevrolet
Corvair. |