O novo Citroën impressionava pela beleza e simplicidade. O parentesco com o GS era evidente, mas tinha também ares do DS. Como no GS, a lateral era composta de três vidros amplos e colunas finas. Tinha 4,63 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,36 m de altura e 2,85 m de entreeixos. Era menor que o DS, mas a impressão era de que fosse maior, até por ser mais baixo. O peso era de 1.280 kg. Visto de qualquer ângulo, era bonito e tinha linhas muito modernas. O pára-brisa inclinado trazia só um limpador, o que faria escola na linha e também em outras marcas. Embora tivesse dois volumes, não era um cinco-portas, pois o vidro traseiro não se erguia com a tampa do porta-malas.

Visibilidade era um destaque do CX, com sua ampla área envidraçada e colunas estreitas; embora parecesse um cinco-portas, o vidro traseiro não subia com a tampa

Muito elegantes eram os faróis trapezoidais, rentes aos pára-lamas dianteiros. A grade esguia tinha finos frisos horizontais cromados e a forma de um trapézio invertido. O pára-choque era cromado, com luzes brancas de sinalização em formato retangular, e sobre o capô uma elevação à esquerda dava um charme extra. As lanternas traseiras tinham posição vertical e o vidro côncavo chamava a atenção, ocupando quase toda a quinta porta. Este recurso voltaria em 2005 no sedã de luxo C6. A visibilidade era ótima em seus quase três metros quadrados de área de vidros.

Lente de aumento   Por dentro o CX mantinha a qualidade e a inovação. Os bancos tinham um desenho futurista e eram muito confortáveis. Belos também eram os painéis de porta. Podia levar cinco pessoas com conforto e trazia um generoso porta-malas de 475 litros. Uma das grandes vantagens era que o estepe estava no compartimento do motor, recurso incomum em carros de seu porte. O painel era agradável aos olhos, mas pouco ortodoxo: exibia, por trás de uma lente de aumento, cilindros rotativos com a velocidade e a distância prevista de frenagem — uma informação inusitada, mas útil.

Original também por dentro, este Citroën tinha um só raio no volante e um painel interessante, em que uma lente de aumento melhorava a leitura dos dígitos dos instrumentos

No meio deles havia hodômetro parcial e total; nas extremidades, relógio e medidor de nível de combustível; e acima, uma carreira de luzes de advertência, em que uma avisava quando as pastilhas de freio estavam gastas. Sem tirar as mãos do volante, o motorista tinha acesso a satélites tanto à esquerda quanto à direita para controlar limpador de pára-brisa, faróis e luzes direcionais, pois não havia alavancas na coluna de direção. O volante de um só raio tinha um desenho bonito. O modelo 2200 recebia conta-giros, medidor do nível do óleo da suspensão, cintos de segurança com recolhimento automático e as calotas apelidadas de moon discs, que cobriam toda a roda. Continua

Para as autoridades
Apesar de o CX não ser adotado como carro oficial do governo francês, o presidente Valéry Giscard D’Estaing recebeu uma versão especial em 1976. Por desejo dele, tinha o teto mais alto e a fábrica completou o agrado oferecendo injeção eletrônica Bosch e cilindrada aumentada para 2.347 cm³. Os clientes comuns só teriam contato com esta versão em 1978.
Nas telas
Um filme onde o CX se destacou foi Le Gitan (O Cigano), estrelado pelo astro francês Alain Delon, Annie Girardot e Renato Salvatori. Trata-se de um drama policial onde Hugo Sennart (Delon), o cigano, tem uma vida errante. Torna-se ladrão e revolta-se contra a sociedade assaltando bancos. Neste filme de 1975 o CX azul do mesmo ano (abaixo) aparece em várias cenas. Ótimo filme, com excelente atuação do ator.

Harrison Ford quase sempre é dirigido por grandes diretores do cinema americano, em filmes se tornam grandes bilheterias. Ele foi o ator principal, ao lado de Emmanuelle Seigner, em Busca Frenética (Frantic), de 1988. Dirigido pelo famoso polonês Ronan Polanski, é todo rodado em Paris. Ford faz o papel de um médico em um congresso na capital francesa. Sua esposa desaparece misteriosamente.

A bela Emmanuelle o ajuda neste suspense policial. Em algumas cenas podemos ver um CX 1982.

No ótimo O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain), de 2001, uma jovem que vive sozinha — Amélie, muito bem interpretada por Audrey Tautou — acredita que sua missão na vida é ajudar outras pessoas. Nesta observação e em suas andanças por Paris, prestando solidariedade, descobre o amor.

O filme conta também com atores de brilho como Mathieu Kassovitz, Rufus e Serge Merlin. No início as cenas são da década de 60, depois chegam aos agitados dias atuais. Um CX azul de 1981 aparece em várias cenas, mas a que chama mais atenção é quando, numa esquina do subúrbio de Paris, é abalroado na lateral esquerda por um velho Peugeot 104 (acima). Ótimo filme para todas as idades.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade