

Os modelos de 1952 (verde), 1953
(branco) e 1954 (conversível) já traziam motor Hemi V8 ao lado do estilo
adotado em 1950 pela Chrysler


Ampla renovação de linhas vinha
em 1955, com parabrisa envolvente e formas mais angulosas e elegantes; o
motor já desenvolvia 253 cv |

O
novo New Yorker estava mais baixo e largo, o capô era mais integrado aos
paralamas e estes traziam faróis circulares com acabamento cromado. A
grade estava maior e menos discreta e o parachoque enorme vinha também
cromado. As laterais também recebiam cromados em profusão e o paralama
traseiro exibia um "rabo de peixe" encubado em suas formas. Media 5,36 m
de comprimento, 1,94 m de largura e 1,59 m de altura. O entre-eixos era
de 3,19 m e o peso ficava em 1.905 kg.
O New Yorker era o oito-em-linha mais luxuoso da Chrysler naquele tempo.
Trazia revestimento em várias cores, algo pouco comum na época, e seu
motor desenvolvia 136 cv. Interessante era o funcionamento da caixa de
câmbio Prestomatic, uma evolução da Fluid Drive. Havia duas faixas de
uso, cada uma com duas marchas. As duas marchas da faixa alta eram
suficientes para a maior parte das condições de uso, podendo o carro ser
dirigido sem uso do pedal de embreagem, a menos que fosse necessário
usar a marcha à ré. A faixa baixa servia para aumentar a agilidade nas
saídas e nos aclives. Era uma alternativa à caixa automática sem
embreagem, lançada pela concorrente Oldsmobile
em 1940 e que acabaria por aposentar outros tipos de transmissão.
Para 1951 a grande mudança foi a adoção do chamado FirePower Hemi, o
primeiro motor da Chrysler com oito cilindros em "V". Com cilindrada de
331 pol³ (5,45 litros), válvulas no cabeçote e câmaras hemisféricas —
origem do nome —, entregava 182 cv e torque de 43,1 m.kgf. Esses valores
permitiam ao carro acelerar de 0 a 96 km/h em 10 segundos, número
respeitável para um carro sem pretensões esportivas e muito pesado. Era
mais rápido que o Oldsmobile 88 equipado com o famoso V8 Rocket. Além do
tradicional sedã, havia as carrocerias Club Coupé, Newport
hardtop, conversível e a perua Town &
Country.
Como ocorria anualmente em toda a indústria, pequenas mudanças surgiam
para deixar os consumidores com água na boca — ou fel no caso daqueles
que acabaram de trocar de carro e já se viam desatualizados frente ao
vizinho. As lanternas eram redesenhadas para 1952 e os proprietários
tinham opção de assistência hidráulica de direção e até maior
entre-eixos. Em 1953 a carroceria conversível no acabamento DeLuxe era o
Chrysler mais caro. O ano-modelo seguinte foi marcado pela popularidade
do Hemi V8. A versão básica oferecia opção de um motor mais potente, com
197 cv, enquanto a DeLuxe já entregava 238 cv.
Limpeza
geral
Com a frase "Uma
limpeza geral em estilo que está varrendo o país", o New Yorker
evidenciava seu novo desenho para a terceira geração, que estreava para
1955. Em relação ao modelo anterior, o sedã perdia as curvas em excesso
em troca de vincos mais pronunciados. Deixava de lado o genérico padrão
da década anterior e assumia um ar inspirado no do Imperial.
A potência do V8 crescia e já batia na casa dos 253 cv. Com 3,18 m de
entreeixos, o New Yorker media 5,47 m de comprimento, 1,97 m de largura
e 1,63 m de altura. Pesava 1.800 kg e seu tanque comportava 72 litros de
gasolina. A suspensão dianteira era independente com molas helicoidais e
a traseira, onde estava a tração, tinha eixo rígido com feixe de molas
semi-elípticas.
Continua
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