

O interior do Roadmaster do
mesmo ano; em 1940 o carro ficaria menor |
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The Buick: A Complete
History - por Terry B. Dunham e Lawrence R. Gustin, editora
Automobile Quarterly. Em 600 páginas, os autores fazem um
apanhado da história dessa clássica marca para os americanos.
Pesquisas, entrevistas e documentação ilustram a obra com muita
informação sobre os modelos da empresa, seus momentos dourados e
delicados e seu sucesso na China. Um Roadmaster Skylark ilustra
a capa. |
Buick: 1946-1960 Photo Archive - por Byron Olsen, editora
Iconografix. Para quem gosta de documentos fotográficos, o livro
oferece fotos e ilustrações do tempo áureo da mais antiga
divisão da GM. São 128 páginas dedicadas a grandes sucessos da
marca — entre eles, claro, o Roadmaster. |
Standard Catalog of Buick 1903-2004 - por John Gunnell,
editora Krause Publications. Para celebrar os 100 anos da Buick,
o autor apresentou em 320 páginas uma coletânea com informações
sobre sucessos da divisão, como Marquette, Special, Roadmaster,
Century, LeSabre, Skylark e Grand National. Conta com números de
série, preço original, especificações técnicas, datas de
produção, fatos históricos, motores e muito mais, tudo
atualizado até 2004. |
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Discrição e classe
Em
1938, mudanças na suspensão visavam a um rodar mais confortável,
silencioso e seguro: os dois eixos passavam a usar molas helicoidais. Já
o motor de topo entregava 142 cv com o redesenho das câmaras de
combustão, o que aumentou a taxa de
compressão para 6,35:1. Por dentro o habitáculo oferecia conforto e
distinção com a opção de painel revestido em madeira nobre, um requinte.
No ano seguinte as grades assumiam novo desenho, mais baixo e amplo, no
lugar das estreitas e altas usadas até então; as portas traseiras
passavam a abrir para trás, modelo conhecido como suicida.
Para 1940 a Buick elaborou algumas modificações em sua linha. O motivo
era que, embora com crescimento de mercado como um todo, a série 80
vendia pouco — em 1939 o Roadmaster respondera por apenas 3% da fatia de
vendas. A série 80 continuava em produção, mas um novo Roadmaster
aparecia. Com um estilo conhecido como "torpedo", o novo carro da Buick
ficara elegante: era mais baixo e com perfil aerodinâmico, alongado, o
que lhe caía muito bem. Apesar de contar ainda com paralamas destacados,
esse fato era suavizado com a retirada dos estribos. Por dentro os
bancos estavam mais largos e era clara a inspiração no primo mais rico
Sixty Special, da Cadillac.
Algumas soluções vieram da prateleira da Buick. A nova plataforma de
nova não tinha nada: era a mesma do modelo Century, só que aumentada em
12 centímetros. Mesmo assim esse novo Roadmaster era menor no
comprimento (12 cm) e no entre-eixos (17 cm) que o modelo anterior.
Vantagens eram o peso menor, cerca de 45 kg, e o preço reduzido. O
resultado apareceu nas vendas: mais de 18 mil carros deixaram a fábrica
da Buick em 1940, um ganho expressivo.
Para dar mais prestígio à linha, os executivos da marca criaram algumas
variações sobre o tema. Um dos mais interessantes era a versão
Townmaster. Baseada na carroceria sedã, era um carro voltado à cidade
que trazia teto removível para os ocupantes do banco dianteiro, uma
espécie de targa. Havia também o esboço de um atraente cupê que nunca
saiu do papel. As mudanças para o ano seguinte continuavam discretas e
se resumiam ao acabamento. Quatro carrocerias estavam disponíveis: sedã,
Sport Coupe, cupê conversível e o Phaeton, que durou apenas um ano.
Apesar das mudanças de acabamento, a mais importante estava sob o capô
de todos os grandes Buicks. Em busca de maior potência do motor
320, a taxa crescia de novo para 7:1, os pistões foram
redesenhados para reduzir o risco de
detonação e o "carburador composto" foi adotado. Tratava-se de dois carburadores de corpo duplo com
funcionamento independente. Em regimes suaves apenas um funcionava;
quando mais potência fosse exigida o outro entrava em operação. O
propulsor passava a 167 cv
— 5 cv a mais que os Packards, 15 acima dos Cadillacs e até 25 mais que os maiores Chryslers.
Era o mais potente da indústria americana em seu tempo.
Continua
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