O rei das estradas

O Buick Roadmaster nasceu nos anos 30 como aposta de luxo,
ressurgiu nos 90 e acabou seus dias de forma inexpressiva

Texto: Thiago Mariz - Fotos: divulgação

As versões sedã (em cima) e conversível Phaeton do Roadmaster, em modelo de 1937, e o anúncio: "o brilhantemente lindo e novo Buick"

A Buick tem uma história intrínseca à da General Motors, pois surgiu antes da própria corporação. A empresa era um fabricante independente, a Buick Motor Company, e fora adquirida em 19 de maio de 1903 pelo escocês-americano David Dunbar Buick. Recai sobre Buick a invenção do motor com válvulas no cabeçote. Tudo isso aconteceu em Detroit, a Meca automobilística dos Estados Unidos.

O tempo passou, a Buick mudou de mãos e William C. Durant, que gerenciava a marca, começou uma série de aquisições que logo formaria a conhecida GM. A Buick assumiu o papel de uma divisão de luxo da General Motors — seus carros só perdiam em prestígio para os Cadillacs. Portanto, ter um deles na garagem era sinal de boa posição social. Mas as vendas da Buick não andavam bem. Se em 1926 ela estava na terceira posição no mercado americano, em 1933 caiu para a oitava. Para reerguer o prestígio da marca surgiu, em 1936, um de seus maiores sucessos: o Roadmaster.

A ideia da Buick com o novo carro tinha tudo a ver com o nome: ele deveria ser o "rei das estradas", algo proporcionado com muito conforto, espaço e desempenho. Uma verdadeira locomotiva do asfalto. O nome, no início, não identificava uma linha exclusiva de automóveis. Roadmaster ainda uma versão dos modelos da série 80, abaixo da linha de topo 90. As mudanças de nomenclatura apareciam para justificar as melhorias mecânicas e de estilo da marca naquele tempo.

Dentro da linha de desenho que vigorava à época, o Roadmaster era agradável aos olhos. Paralamas mais baixos e arredondados tinham sobre si os faróis com carcaça em forma de cone. O capô era alto e estreito e a grade era cromada, assim como o parachoque discreto. Parabrisa bipartido, janelas diminutas e linhas limpas davam o tom da carroceria. Detalhes de bom gosto eram o estepe fixado na base do paralama e os pneus de faixa branca. Além da versão sedã, havia também um conversível de quatro portas, configuração conhecida como Phaeton, para quem buscava um pouco mais de esportividade. Suas medidas eram de 3,39 metros de entre-eixos, 5,42 m de comprimento e 1,98 m de largura. Era pesado, com pouco mais de duas toneladas.

Dois motores podiam equipar o Roadmaster, ambos com oito cilindros em linha e comando de válvulas no bloco, da linha conhecida como Fireball. O primeiro era o de 233 pol³ (3,8 litros), com potência bruta de 94 cv, e o outro, o grande 320 (5,2 litros) de 121 cv. O sucesso parecia ser questão de tempo. Afinal, o preço da linha era muito competitivo: o sedã era vendido por U$S 1.255, US$ 440 mais em conta que o mais barato dos Cadillacs. O conversível de quatro portas era pouco mais caro, mas mais barato que os da marca de topo da GM. E não demorou muito para que a Buick desse um sopro ao "Roadie", apelido carinhoso dado pelos fãs. O motor de entrada passava para 4,0 litros e o de topo, com melhoramentos em carburador e válvulas, ganhava 10 cv. Continua

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Data de publicação: 14/2/09

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