A forma oval estava por todos os lados: faróis, luzes de direção, capô, retrovisores, linha do teto, maçanetas, as lanternas unificadas sobre a placa de licença, a visão superior do carro, o volante. Sem dúvida, o Riviera 1995 foi um dos desenhos de automóvel mais marcantes da década em termos mundiais, embora pouco reconhecimento tenha se dado a isso fora dos EUA. E seu espaço interno era o mesmo de um sedã, nada mais justo para um carro mais longo que o Park Avenue, o maior quatro-portas da Buick naquele momento.

A última geração do Riviera: o oval em todos os elementos de estilo, novos recursos eletrônicos e, nos últimos anos, motor V6 de 240 cv

O Riviera não se portava como o mais esportivo dos cupês, mas seu V6 rendia 205 cv na versão básica. Ele ficava melhor quando equipado com compressor: 225 cv a 5.000 rpm e 37,9 m.kgf a 3.200 rpm. Um pouco mais de audácia da Buick nesse aspecto poderia ter recuperado com vigor a reputação do modelo. Mas a GM preferiu um certo comedimento ante à concorrência européia e japonesa — e até ao compatriota Lincoln Mark — e investiu mais no estilo e na força do nome Riviera. A tração permanecia dianteira e a caixa automática continuava a contar com quatro marchas. Freios com sistema antitravamento (ABS) agora eram de série, e controle de tração, um opcional.

Não demorou muito para o temperamento do novo Riviera ficar um pouco mais intempestivo. Na linha 1996, a versão de topo do motor passou a render 240 cv, o que levava o aerodinâmico cupê de 0 a 96 km/h em menos de oito segundos. Mesmo completo, o modelo custava 36 mil dólares, o que fazia dele uma opção bem competitiva aos cupês de luxo importados. Após revisões na suspensão em 1997, o V6 de 240 cv passava a ser o único oferecido em 1998. A exemplo da geração anterior, o ano-modelo seguinte teria vida curta.

Em 36 anos de produção, o cupê da Buick passou por momentos áureos e más fases, mas recuperou boa parte do brilho conquistado pelo modelo 1963 (ao fundo)

Em novembro de 1998, o Riviera 1999 saía de produção. As 200 últimas unidades foram pintadas de prata e chamadas de Silver Arrow, uma homenagem aos carros-conceito de Bill Mitchell feitos com base nos antigos Riv. Símbolo americano de beleza e sofisticação, Riviera ainda é um nome forte o suficiente para abrilhantar qualquer carro de sonho — como comprova o belo cupê exposto em Xangai — ou mesmo um modelo de produção. Será que ele voltará às lojas? É esperar para ver. Ao menos o sonho, neste caso, já se concretizou. O fato é que até hoje o Buick Riviera é considerado uma obra-prima de Detroit.

Depois de Mitchell a GM passou a pulverizar a autoria de seus carros entre seus vários departamentos de estilo. Como último grande diretor de desenho da empresa, ele levou o carro americano bem além dos exageros decorativos dos anos 50. Após um período de perdas da Buick, seu Riviera coroou a recuperação da marca com luxo, qualidade, bom gosto e esportividade, embora sua fórmula exata tenha se perdido e se recuperado sucessivamente ao longo dos anos. Ainda assim, como todo bom clássico, o apelo de sua mistura de bom senso e charme é como uma onda que, volta e meia, banha a orla do imaginário americano.

Ficha técnica
_ Riviera V8 425
(1963)
Riviera Gran Sport
(1971)
Riviera S-Type
Turbo (1979)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal, 8 em V longit., 6 em V
Comando e válvulas por cilindro no bloco, 2
Diâmetro e curso 109,5 x 92,5 mm 109,5 x 99 mm 96,5 x 86,4 mm
Cilindrada 6.966 cm3 7.457 cm3 3.791 cm3
Taxa de compressão 10,25:1 8,5:1 8:1
Potência máxima 340 cv a
4.400 rpm*
330 cv a
4.600 rpm*
185 cv a
4.200 rpm
Torque máximo 64,2 m.kgf a
2.800 rpm*
62,9 m.kgf a
2.800 rpm*
37,1 m.kgf a
2.400 rpm
Alimentação carburador de corpo quádruplo
Superalimentação não turbocompressor
* valores brutos
CÂMBIO
Marchas e tração automático, 3, traseira aut., 3, dianteira
FREIOS
Dianteiros a tambor a disco a disco ventilado
Traseiros a tambor
SUSPENSÃO
Dianteira independente, braços sobrepostos ind., McPherson
Traseira eixo rígido ind., braço semi-
arrastado
RODAS
Pneus 7,10-15 H78-15 205/70 R 15
DIMENSÕES
Comprimento 5,28 m 5,52 m 5,22 m
Entreeixos 2,97 m 3,10 m 2,90 m
Peso 1.900 kg 2.010 kg 1.680 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 200 km/h 190 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 7,7 s 9,0 s 11,0 s

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