As colunas traseiras do cupê continuavam verticais, mas desta vez bem mais finas. Os anos 80 foram mesmo de maturação do processo de redução de medidas em Detroit, iniciado na década anterior. O conversível não era mais oferecido. Mais uma vez o estilo do Riviera não passava de uma personalização do projeto dividido com o Toronado e o Eldorado. A GM também pecou pela mesmice ao criar outros modelos muito parecidos com o Riviera, como o Somerset, só para se ater à linha Buick.

Bem menor, mais leve e sem motor V8, o Riviera de 1986 estava mais europeu, mas não agradou aos americanos: nesse ano as vendas desabaram em 65%

A suspensão também era nova. Saíam as barras de torção dianteiras, entravam colunas McPherson com molas helicoidais; atrás havia um feixe de molas transversal em fibra-de-vidro. Controle automático de altura e freios a disco nas quatro rodas eram de série. Pela primeira vez, o único motor oferecido era um V6. Com 3,8 litros, produzia 142 cv e trabalhava em conjunto com um câmbio automático de quatro marchas no assoalho. O computador de bordo controlava boa parte das funções internas e um console voltava a fazer parte do interior, logo abaixo dele.

Em 1986 as vendas tinham a mais brusca queda — 65% — da história do modelo até ali. Após pequenas melhorias no ano seguinte, o modelo 1988 trazia faróis simples e lisos em substituição aos duplos aprofundados então usados. Era o jubileu de prata do Riviera, cujo V6 retrabalhado já rendia 165 cv e a versão T-Type, pintada em duas cores, tinha a edição especial Silver Anniversary. Nada disso evitou que as vendas caíssem mais 60% e o modelo chegasse ao fundo do poço em sua história.

Faróis simples e traseira alongada: poucas mudanças na sétima geração até seu encerramento, no fim de 1992, seguido de um ano de ausência no mercado

Para aprofundar a maré baixa, a Buick lançava naquele ano o Reatta, com desenho bem mais esportivo, dois lugares e mesmo apelo ao "luxo pessoal" que um dia fora o mote do Riviera. Talvez tenha sido essa a razão da reestilização de 1989 que inclinou a traseira do Riv, como no modelo 1963, e o alongou em 28 centímetros. As colunas traseiras foram alargadas. O mercado respondeu, mas dali para a frente as vendas voltaram a cair ano após ano. Em 1991 o Riviera estreava um V6 de 170 cv. Em dezembro de 1992 a última unidade da linha 1993 deixava a fábrica, encerrando sua mais longa geração.

Sob o signo da elipse   Após férias de um ano-modelo, o de 1994, o Riviera renasceu como um dos mais atraentes automóveis americanos dos anos 90. Todo redesenhado, dividia o chassi e componentes da suspensão com o também surpreendente Oldsmobile Aurora, em uma investida notável da GM para sacudir a letargia em que suas divisões se encontravam desde a década de 1980. A elipse que marcou o logotipo do modelo agora era promovida a tema de estilo do cupê alongado, que parecia se derreter com o vento. Continua

Nas telas
O modelo mais sofisticado da Buick por anos tem uma extensa lista de créditos cinematográficos. Aqui listamos apenas os mais relevantes.

Da primeira geração, o modelo 1965 está em Matador de Aluguel (Road House, 1989), com Patrick Swayze e Kelly Lynch; e Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990), com Robert De Niro e Ray Liotta. Para quem prefere o fastback da segunda geração há de se conferir o 1967 de Fletch Vive (Fletch Lives, 1989), com Chevy Chase. Mas isso é muito pouco se comparado às participações dos modelos boat-tail dos anos 70.

A Face Oculta da Lei

Só do Riviera 1971, temos registros em Celtic Pride (1996), comédia com Damon Wayans e Dan Aykroyd; Brotherhood of Murder (1999), filme para TV com William Baldwin e Peter Gallagher; O Último Boy Scout (The Last Boy Scout, 1991), com Bruce Willis; A Face Oculta da Lei (Dark Blue, 2002), com Kurt Russell; e Tempestade de Gelo (The Ice Storm, 1997), drama com Kevin Kline e Joan Allen.

O Último Boy Scout

A linha 1972 estrela em Adrenalina (Crank, 2006), com Jason Statham; o divertido Vamos Nessa (Go, 1999), com Katie Holmes; Assassinato por Encomenda (Fletch, 1985), também com

Chevy Chase; e Sociedade Secreta (The Skulls, 2000), com Joshua Jackson e Paul Walker.

Assassinato por Encomenda

Da última safra dessa marcante fase do desenho do Riviera, temos os 1973 de Evolução (Evolution, 2001), com David Duchovny e Julianne Moore; Os Picaretas (Bowfinger, 1999), comédia com Steve Martin e Eddie Murphy; Morte por Encomenda (Red Rock West, 1992), com Nicolas Cage e Lara Flynn Boyle; e O Último Golpe (Thunderbolt and Lightfoot, 1974), com Clint Eastwood e Jeff Bridges.

Jogo Bruto

Das gerações posteriores do Riviera, temos o 1974 de The Death Collector (1976), drama com Joe Pesci; e o conversível 1983 de Jogo Bruto (Raw Deal, 1986), com Arnold Schwarznegger. E enquanto houver colecionadores de Riviera, filmes de época e personagens com uma queda por grandes clássicos de Detroit, essa lista deve continuar crescendo.

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