

Um Série 3 para o verão,
outro para invernos rigorosos: o 325ix vinha com motor de 2,5 litros e
tração integral com ênfase nas rodas traseiras


De lado ele parecia fechado, mas
o TC (Top Cabriolet) da Baur permitia abrir a capota na traseira e
remover o teto sobre os bancos dianteiros
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A
conclusão da revista foi dura para Munique: "Se você pode bancá-lo,
pegue o Mercedes. É mais confortável, substancialmente mais econômico,
sente-se bem mais relaxado em velocidade e deve oferecer maior valor de
revenda. (...) O 320i é mais rápido em aceleração e nas curvas, agrada
mais no interior e é mais inspirador para dirigir rápido se você puder
lidar com seu chassi. É também mais silencioso, mas o motor é
prejudicado pela falta de torque em baixa rotação. Tudo somado, o BMW é
um bom carro divertido e de prestígio, mas o Mercedes é o mais agradável
para se conviver".
Mais
portas, menos teto
A carroceria de quatro
portas, então com o mesmo formato de teto do duas-portas, chegava o
mercado em janeiro de 1983. Já no mês seguinte aparecia o Baur TC ou Top
Cabriolet, uma alternativa aos conversíveis tradicionais. Era um targa
com teto rígido removível sobre os bancos dianteiros e capota de lona na
parte traseira. Com ambas as seções abertas tornava-se quase um
conversível, embora mantivesse barras estruturais na parte superior e as
molduras das janelas laterais. Diversas versões de mecânica foram usadas
pela empresa, que trabalhava com a BMW desde a década de 1930.
Boas novidades aguardavam o público em 1985. O 323i dava lugar ao 325i,
em que o motor M20 passava a 2,5 litros para fornecer 170 cv e 22,6
m.kgf. Ao mesmo tempo, as versões inferiores ganhavam potência. O 320i
subia para 129 cv e 16,7 m.kgf, pois adotava — assim como o novo 325i —
a mais moderna injeção Motronic da Bosch. Esse foi também o ano de
estreia do E30 a diesel, o 324d, que usava o motor M21 de quatro
cilindros e 2,4 litros com 86 cv e 15,5 m.kgf. Era o primeiro Série 3
movido a tal combustível.
Em fevereiro estreava uma versão apropriada a países com inverno
rigoroso, em que neve e gelo dificultam a circulação: o 325ix, com
tração nas quatro rodas. Com o mesmo motor do 325i, adotava um
diferencial central de acoplamento viscoso e seguia a repartição de
torque de 37% para as rodas dianteiras e 63% para as traseiras, de modo
a preservar o comportamento do modelo original. Esses percentuais não
foram escolhidos ao acaso, como a Popular Mechanics explicava ao
dirigir o 325iX, em 1988.
"Tração integral, 168 cv e ABS permitem encarar o que o tempo e a
estrada oferecerem — e se divertir fazendo isso. A BMW divide o torque
do ix em 37/63, por uma boa razão. Sob forte aceleração, a transferência
de peso coloca 63% da massa sobre as rodas traseiras. Então, em piso
seco, você pode arrancar com máxima potência e a patinação de pneus será
zero. E o comportamento dinâmico é mantido da forma que a BMW quer: um
padrão de tração traseira, com sobresterço,
em oposição ao padrão de subesterço (divisão de 50/50 ou 60/40) que
fabricantes de carros com tração dianteira preferem quando ajustam seus
modelos de tração integral", observava a revista.
Em julho era a vez do conversível, dessa vez por inteiro, sem barras ou
molduras nas janelas, e com capota integral de lona que desaparecia da
vista por um mecanismo elétrico. Com reforços estruturais para garantir
a resistência do monobloco, o modelo
pesava 125 kg a mais que um sedã de duas portas. Uma capota rígida podia
ser acrescentada. Isso não significava o fim para o Baur TC, que
continuaria em produção até o encerramento da gama E30. Em setembro o
Série 3 trazia novo defletor dianteiro e retoques no interior. E uma
curiosa versão foi introduzida: a 325e, em que a letra indicava
eficiência e economia.
Continua
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