Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

"O Chevy clássico" é como ficou famoso o Bel Air 1957, o ápice de sua história em estilo, com elegância em uma época em que Detroit exagerava em vários desenhos

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Conversível, cupê hardtop (também na foto de abertura deste artigo) e Nomad eram as versões mais atraentes

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

O anúncio diz que a Chevrolet combinava desempenho a um ronronar, ou seja, baixo nível de ruído: de fato, os motores V8 agora esbanjavam potência, de até 283 cv

A oferta de motores dava os primeiros indícios da megalomania que se instauraria na Detroit dos anos 60. O seis-cilindros produzia 140 cv. Já o V8 de 265 pol³ começava com 162 cv, passava pelo de 205 cv e, mais tarde no ano-modelo, entregava 225 cv com dois carburadores quádruplos, como no Corvette. Mais leves e potentes que os seis-cilindros, os V8 ganharam o apelido de Hot Ones (os quentes). Exemplares com esses motores traziam um "V" cromado acima da grade.

Reflexo de uma era   A idéia era dar ares de Cadillac ao Bel Air. Provavelmente a obra mais admirada de Harley Earl, lendário projetista da GM que criou os traços de milhões de carros que rodavam pelos Estados Unidos e viveu seu auge nos anos 50 (leia boxe), o modelo 1957 reproduz para muitos em forma de automóvel a quintessência de sua época e de seu país. Lá estavam os rabos-de-peixe, o pára-brisa panorâmico, a pintura saia-e-blusa e os muitos cromados. É incrível, mas, apesar do crescente desapego de Earl pelo comedimento — como provaria a linha Cadillac 1959 —, o Bel Air 1957 uniu tudo isso com equilíbrio, bom gosto e graça.

A frente ganhou um tratamento mais sofisticado. O capô trazia ornamentos cromados que imitavam projéteis. A grade não só englobava os piscas, como seus cantos arredondados incluíam os famosos "dagmars", espécie de garras de pára-choque em forma (novamente) de projéteis, difundidos com os Cadillacs. No Bel Air eles eram menos "belicistas". Achatados, só lembravam projéteis se o dono optasse por colocar protetores de pára-choque. A parte de cima dos faróis estava mais ressaltada. Se o desenho foi simplificado de algum modo, isso se deu no painel, que perdia o criativo formato de leque.

As primeiras e únicas aletas de pára-lamas — rabos-de-peixe — da história do Bel Air também mantinham a discrição, enquanto as mais diversas marcas disputavam quem criava a mais longa, alta e extravagante delas. Quase uma continuidade da linha da cintura, só terminavam em ponta por causa do caimento arredondado da tampa do porta-malas. Entre as peruas, prosseguia a Nomad e o nome Townsman identificava a de cinco portas.

O leque de motores partia do seis-cilindros de 140 cv, passava pelo V8 265 de 162 cv (170 cv com caixa Powerglide) e chegava às duas opções do novo V8 de 283 pol³ (4,6 litros). Com carburação de corpo duplo ele produzia 185 cv e 37,9 m.kgf; o Super Turbo-Fire de carburador quádruplo fazia 220 cv e 41,4 m.kgf. Mas havia também à disposição de quem adquirisse um Bel Air a gama de motores V8 283 (4,65 litros) do Corvette. O mais simples, com dois carburadores quádruplos, rendia 245 cv. Com a injeção de combustível Ramjet a potência crescia 10 cv e o torque ia de 41,4 para 42,1 m.kgf.

A configuração de topo dos V8 começava com 270 cv e terminava nos 283 cv a altas 6.200 rpm — 1 cv por polegada cúbica — com a injeção de combustível e 10,5:1 de taxa. De 39,3 m.kgf, o torque crescia um pouco para 40 m.kgf. O motor com injeção tornou-se um ícone da marca e foi apelidado de Fuelie, uma forma abreviada de fuel injection, injeção de combustível em inglês. Havia seis tipos de câmbio,  tendo como base o manual de três marchas, que podia ganhar overdrive, e o Powerglide. O conforto crescia se o cliente optasse por ar-condicionado, direção hidráulica, rádio, controle elétrico dos vidros e bancos e até um barbeador elétrico.

Muitos se referem ao Bel Air 1957 como "o Chevy clássico". Nunca antes nem depois dele — à parte o Corvette — um Chevrolet significou tanto em termos de estilo, desempenho, carisma e sintonia fina com seu tempo. Passados 50 anos deste modelo lendário, é impressionante a força da imagem desse carro. Também é de impressionar o destino que o Bel Air teria a partir de 1958.

O primeiro nome da marca a criar uma forte empatia com o público merecia um tratamento melhor, mesmo com a chegada do Impala para a linha 1958. A princípio o estrago parecia pequeno, já que o novo topo de linha era oferecido apenas nas versões Sport Coupe e conversível, este o único da Chevrolet nessa carroceria em 1958. As séries daquele ano eram organizadas, em ordem de sofisticação, como Delray, Biscayne e Bel Air. A rigor, o primeiro Impala ainda fazia parte desta como uma subdivisão, ainda que superior. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade