


Grandes novidades para 1983:
linhas arredondadas, aerodinâmicas, e a versão Turbo Coupe de 2,3
litros, um "carro de turismo de classe mundial"



Os modelos 1985, 1987 e Turbo
Coupe do mesmo ano, este com aparência bem mais interessante sem a grade
dianteira |

A Ford estava começando a
adotar um novo estilo em seus carros mundo afora. Era o chamado aero
design, que buscava suavizar e arredondar a linha de seus carros o
quanto possível, em detrimento dos ângulos e cantos vivos abundantes nos
modelos da época. Logicamente, a meta era melhor aerodinâmica. Na
Europa, o grande introdutor do estilo foi o belo
Sierra, em 1982. Nos EUA houve o Ford Tempo
e o Mercury Topaz, mas era o Thunderbird 1983 que mais chamava a
atenção.
Compacto e com os faróis duplos quadrados que eram a maior mania de
Detroit na época, o novo T-Bird tinha o restante de seu desenho todo
arredondado e fluido. Ele realmente se destacava no panorama local.
Prosseguiam as opções de motor V6 (3,8 litros) e V8 302, mas as novas
atrações eram o Turbo Coupe, com quatro cilindros, turbocompressor e o
primeiro câmbio manual do modelo desde 1957! Finalmente a Ford dava uma
atenção especial a um de seus mais combalidos produtos. Juventude podia
novamente ser um conceito associado ao nome Thunderbird. As vendas quase
triplicaram, atingindo 122.000 unidades.
O Lincoln Mark VII do ano seguinte voltava a ser derivado do
cupê Ford, juntando-se ao Mercury Cougar. Para 1985 uma nova grade,
pneus maiores e novos instrumentos davam prova de que a atenção ao
T-Bird continuava. No reestilizado modelo 1987, apesar de baseado ainda
no projeto de 1983, as linhas estavam ainda mais suaves e aerodinâmicas.
A versão que merecia maior atenção era a Turbo Coupe, ainda mais
esportiva sem grade dianteira, mas com um charmoso acabamento e tomadas
de ar no capô.
Sob essa peça ficava seu motor de 2,3 litros com comando no cabeçote,
turbo e resfriador de ar, que
entregava 190 cv à caixa manual de cinco marchas. Era produzido no
Brasil pela fábrica de Taubaté, SP, e uma herança do Mustang SVO, que
havia saído de linha. Fica restrito, porém, a 150 cv com câmbio
automático. Eram novos tempos e, mesmo ainda havendo um V8 302 de 150 cv
para as versões LX e Sport, Detroit vivia uma passageira febre do turbo,
em que até modelos pequenos recebiam esse equipamento.
O único senão do Turbo Coupe era o preço de 16.805 dólares, o mais alto
de toda a linha. Com a arraigada cultura americana de veneração ao V8,
que de fato tinha desempenho semelhante ao quatro-cilindros
superalimentado, foram as outras versões do cupê que ajudaram as vendas
a recuperar o ânimo em 1988. Quase 20 mil unidades a mais em relação a
1987 marcaram 147.243 carros comercializados.
O
último vôo Num
recorde de rápida permanência no mercado, a Ford apresentou um
Thunderbird refeito para 1989. Era um carro impressionante pela
suavidade do desenho, sem grade e com forte inclinação do pára-brisa e
vidro traseiro. Muito disso foi possível pelo entreeixos maior (2,87
metros), assim como as demais dimensões. Outra grande novidade era a
suspensão traseira independente no lugar do antigo eixo rígido. Sem o V8
e o quatro-cilindros, um V6 de 3,8 litros e 140 cv era a motorização
básica. Continua
|