O carro foi desenvolvido o tempo todo em equipe coordenada pelo vice-presidente de produto e engenharia de produção da Ford, Lewis Veraldi. O time unia estilistas, engenheiros e pessoal de marketing para uma comunicação eficiente e um veículo evoluído de forma integrada — a Ford dizia que o Taurus havia sido projetado "de dentro para fora". O envolvimento de Veraldi com o projeto foi tal que o nome do carro era o signo astrológico de sua mulher (touro) em inglês.

Na versão LX, a mais luxuosa, o motor era um V6 de 3,0 litros e 140 cv, mas as de entrada vinham com um quatro-cilindros 2,5 de apenas 92 cv

A qualidade de fabricação foi outro foco durante o desenvolvimento. Cerca de 96% das partes fundidas do Taurus passavam pelas "mãos" de robôs, garantindo assim maior precisão. Visitas a fornecedores ajudaram a levantar quais características facilitariam o processo de produção e a qualidade do produto, o que influenciou decisivamente o desenho avançado do carro. Além disso, a manutenção do carro foi expressivamente facilitada e ficou mais barata que a de modelos anteriores. Enquanto um Ford V8 de 1973 precisava de 32 tipos diferentes de checagem na revisão de 50 mil milhas, o Taurus só necessitava de nove, reduzindo em 80% os custos de revisão.

Ironicamente, a Chrysler realizou uma pesquisa em 1985 para avaliar a receptividade de seus futuros modelos Dodge Dinasty e Chrysler New Yorker, que seriam lançados para 1988. Segundo a empresa, seus produtos — quadradões e tradicionais de pára-choque a pára-choque — seriam um enorme sucesso, enquanto o Taurus e o Sable encalhariam nas lojas. Desnecessário perguntar quantos ainda se lembram dessa dupla da Chrysler, que seria substituída em 1993 pelos memoráveis sedãs LH... De fato, a ousadia do desenho do Taurus era tamanha, que até mesmo na Ford se temia ver repetido o fracasso do Edsel de 1958.
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Além do sedã, a família incluía uma elegante perua, também com estilo futurista e original

Nas telas
Se o Taurus fosse um ator de Hollywood, provavelmente já teria recebido seu Oscar — mesmo que a Academia o premiasse com a estatueta Irving Thalberg, aquela entregue a artistas pelo conjunto de sua obra. Em 20 anos de carreira, esse Ford já estrelou desde as mais despretensiosas comédias até filmes com uma discussão adulta e surpreendente. Para listar todos os quase 80 títulos conhecidos seria necessária uma matéria só sobre o assunto.

Um dos primeiros filmes em que o Taurus foi destaque, Robocop (1987, na foto), se passava no futuro. O desenho do carro serviu à perfeição ao policial-robô. Entre as comédias, as de Jim Carrey se destacam. Há Taurus em O mentiroso (Liar liar, 1997) e em Eu, eu mesmo e Irene (Me, Myself and Irene, 2000). Um dos filmes mais interessantes, sérios e maduros desse comediante, O show de Truman (The Truman show, 1998), mostra um Taurus da segunda geração em várias cenas importantes. E esse é um filme que vale assistir, independente da marcante presença do carro.

Quem quer se divertir muito — e ver como o Taurus é popular como carro de locação —

pode assistir Entrando numa fria (Meet the parents, 2000) e Entrando numa fria maior ainda (Meet the Fockers, 2004). O riso fácil também está em Corra que a polícia vem aí (The naked gun, 1988), com Leslie Nielsen. Um Taurus preto é perseguido por um Chevrolet Corsica de auto-escola, que um médico rouba de um motorista (alegando "emergência médica") para fugir do tenente Drebin (Nielsen). O carro acaba dentro de uma casa de fogos de artifício, causando um show pirotécnico de grandes proporções.

Entre as fitas de aventura, ação e de ficção científica, o modelo aparece várias vezes em Velocidade máxima (Speed, 1994), já que a história se desenrola, em grande parte, nas freeways de Los Angeles. Dias de trovão (Days of thunder, 1990), com Tom Cruise e Nicole Kidman, e O Dossiê Pelicano (The Pelican Brief, 1991), com Julia Roberts e Denzel Washington, também trazem o Taurus em pontas ou cenas mais demoradas. O mesmo vale para Os suspeitos (The usual suspects, 1995), Assassinos (Assassins, 1995), O colecionador de ossos (The bone collector, 1999), 8 Milímetros (8 MM, 1999) e As panteras (Charlie's angels, 2000). No recente Batman begins (2005) o Taurus de segunda geração de Katie Holmes é o carro que mais aparece — depois do Batmóvel, é claro.

Outras boas participações estão em Destinos cruzados (Random hearts, 1996), Uma loucura de casamento (Very bad things, 1998), Caindo na estrada (Road trip, 2000), Meninas malvadas (Mean girls, 2004), Celular – Um grito de socorro (Cellular, 2004), Em boa companhia (In good company, 2004) e Totalmente sem rumo (Without a paddle, 2004). Os fãs da perua Taurus podem assistir a Fogo contra fogo (Heat, 1995), 11:14 (2003), Um natal muito, muito louco (Christmas with the Kranks, 2004) e Um príncipe em minha vida (The prince and me, 2004), filmes em que ela "atua" em várias cenas. 

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