A primeira versão trazia grandes janelas laterais e o pára-lama dianteiro quase encostava no pára-choque. Entre os modelos apresentados havia um cupê e um targa, que em nada se pareciam com a versão final. Além disso foram produzidos modelos em argila em várias escalas, com diversas propostas de estilo. Após muitos acertos a equipe chegava ao desenho final, com um protótipo que já definia o formato das janelas, conjunto ótico e outros elementos. Mas ainda havia itens que seriam eliminados, como saídas de ar laterais.

Na versão 240Z para os EUA, o mesmo estilo atraente, com inspiração no Jaguar E-type; com motor de seis cilindros, 2,4 litros e 151 cv, o Datsun acelerava junto de potentes V8 americanos

Goert desenvolveu linhas bastante elegantes e charmosas para o Z, que lembravam um pouco as do Jaquar E-type, devido ao formato do conjunto ótico — porém, sem as bolhas que envolviam os faróis —, e em nada os antigos carros da Nissan. Suas dimensões eram compactas, com apenas 4,13 metros, mas suficientes para um carro de apenas dois lugares. Um autêntico grã-turismo, mantinha características como grande capô e assentos quase sobre o eixo traseiro.

O motor era de seis cilindros em linha, 2,4 litros e comando de válvulas no cabeçote, desenvolvido com peças internas do quatro-cilindros de 1,6 litro do sedã 510, um modo de reduzir custos. Equipado com dois carburadores SU, rendia potência de 151 cv a 6.000 rpm e torque de 20 m.kgf a 4.400 rpm. Engenhosamente os carburadores e o grande filtro de ar foram montados na lateral esquerda do bloco, reduzindo as dimensões, da mesma forma que os engenheiros de Sant'Agata Bolognese fizeram como o V12 do Miura. Uma versão com 10 cv a mais, a Z432, era lançada apenas no mercado japonês.
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A eficiente suspensão independente fazia dele um esportivo estável e seguro; a versão Z432, ao lado, oferecia 10 cv a mais apenas no mercado japonês
Nas pistas
O 240Z teve uma carreira breve, mas de sucesso nos ralis. Já em sua estréia, no Rali Safári do Leste Africano (abaixo) de 1971, venceu na classificação geral (pela primeira vez na história do rali isso aconteceu com um estreante), em sua categoria, entre as equipes e entre os construtores! O 2º e o 7º colocados na geral também usavam o Datsun. No ano seguinte o carro faturou o 5º, o 6º e o 10º lugares. Em 1973 voltou a vencer, conquistando também a 2ª e a 4ª posições.

Em outra prova famosa, o Rali de Monte Carlo, não chegou a vencer, mas ficou bem colocado nos três anos. Em 1971 foi 2º na classe, 5º e 10º na geral; em 1972, 3º na geral; e em 1973, 9º na geral. No Southern Cross Rally australiano, em 1972, conseguiu vencer na classe e ser o 2º na geral.

O esportivo japonês também participou de provas de asfalto. Já em 1970, nos EUA, Bob

Sharp e Pete Brock competiam no SCCA, o  Sports Car Club of America (acima). John Morton vencia o campeonato nacional de Produção C, título que repetiria em 1971, e Sharp faria o Z tetracampeão ao conseguir o mesmo nos dois anos seguintes. Em 1975, Sharp era campeão na categoria IMSA GTU (Grand Touring Under 2.5, ou abaixo de 2,5 litros) e tricampeão na SCCA Produção C.

Quatro anos depois, vencia o 10º campeonato consecutivo na SCCA Produção C e mais um título na IMSA GTU. Com a chegada do 300ZX, em 1983, as vitórias continuavam: 10 recordes na série Trans-Am da SCCA em 1985, com Paul Newman ao volante; outro título na SCCA GT-1, com o mesmo piloto um ano depois; e um tricampeonato na GT-1 em 1988, pilotado por Scott Sharp, filho de Bob. A segunda geração do 300ZX, de 1989, só veio a acrescentar: em 1994 faturou a 24 Horas de Daytona e a 12 Horas de Sebring, nos EUA, e venceu na classe GTS a mítica 24 Horas de Le Mans, na França.

Fabrício Samahá

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