Outros grandes carros, até mais populares entre os amantes de
automóveis, marcaram presença nas paradas internacionais. Mas nada
comparável ao poder musical do Cadillac.
Lance Hirsch, um aficionado pela marca do Texas, contou mais de
mil canções que trazem a marca em suas letras. Ele estima que haja
entre 10 e 50 mil músicas com o nome da divisão de luxo da GM.
Claro que grande parte é feita por bandas e cantores
desconhecidos, mas a Cadillac faz parte da história
automobilística da música internacional como nenhuma outra marca. Dos
tempos de Maybellene, de Chuck Berry, ao recente sucesso
Seed, do The Roots, ela é uma das mais fortes referências
pop americanas. Não é à toa que Elvis Presley era um dos mais
notórios fãs da marca — e também citou um Cadillac, em Baby let’s
play house.
Apesar de seu visual e comportamento mais adequado aos pais e avós
dos roqueiros, foram estes que levaram a marca ao imaginário de
milhões. Talvez porque, em geral, roqueiros queiram distância do
atletismo propagado pelos que veneram carros esportivos. Para
esses rebeldes, o que vale é a vida mansa e o visual espalhafatoso
do carro, aspectos tão bem explorados por esse fabricante no
passado. |
Entre outras tantas músicas que mencionam um carro da marca estão
Rock the Casbah, do The Clash; Look at that Cadillac,
do Stray Cats; Beep beep, do The Playmates; Not fade
away, de Buddy Holly and the Crickets; Dead flowers,
dos Rolling Stones; Boogie man, do AC/DC; Cadillac
dreams, do KISS; e Living loving maid, do Led Zepplin.
Vale ainda destacar Bruce Springsteen, que sozinho cita Cadillacs
em três canções: Adam raised a cain, Cadillac ranch e
New York City serenade. Fica fácil entender a razão de a
cadeia de restaurantes Hard Rock Cafe ter adotado o modelo 1959
como item de decoração.
Além do rock, os Cadillacs também estão nas vertentes que criaram
esse gênero musical. Há exemplos da música negra como Freeway
of love, de Aretha Franklin, e Ridin' with the king, de
B.B. King e Eric Clapton. No universo country também são muito
populares. If you've got the money, I've got the time, de
Willie Nelson, e Cowboy Cadillac, de Garth Brooks, são só
duas evidências disso.
No Brasil o porta-voz pop da Cadillac é ninguém menos que o rei
Roberto Carlos, com a clássica O Calhambeque e a recente
O Cadillac. Se nas últimas décadas deixou de ser padrão de
qualidade como em seus anos de ouro, como ícone cultural a
Cadillac continua imbatível. |