Evolução   Em 1956 era lançada a versão ID 19, um DS simplificado tanto por fora quanto por dentro. Mantinha o motor do Traction, porém com um só carburador, que lhe fornecia 62 cv. Tinha uma embreagem convencional, com pedal suspenso, e caixa manual de quatro marchas, sendo que a primeira não era sincronizada. Como no DS, nos primeiros anos sua reputação foi muito discutida. Os mecânicos sofriam com ele, tinham pesadelos, por causa das várias inovações. Mas aprenderam muito. Afinal, fora o motor, era um carro que estava 20 anos adiante de seu tempo.

Também na perua -- Break, como era habitual na França -- o desenho era único, com vidro traseiro bem envolvente, lanternas protuberantes e mais de cinco metros de comprimento

Dois anos depois, em 1958, surgia a perua (Break). Com 1.380 kg e 5,02 metros de comprimento, era bem mais ampla e pesada. O teto, como no sedã, tinha uma leve queda em direção à traseira, mas as rodas posteriores eram descobertas. Oferecia o mesmo conforto do automóvel, com uma capacidade de carga muito maior. Ainda havia dois pequenos bancos rebatíveis, em posição perpendicular ao banco traseiro, que acomodavam duas crianças.

Na versão Familiale (familiar) havia um terceiro banco em posição convencional. Na Comerciale (comercial), se o banco traseiro fosse rebatido aumentava bastante a área, chegando a um volume útil de dois metros cúbicos, com área do assoalho de 2,30 metros quadrados e o comprimento total (2,11 metros) recoberto de fórmica. Essa variação fez sucesso entre grandes famílias e entregadores – e como ambulâncias, com tetos bem mais altos, ou carros funerários. A versão Safari também foi muito bem aceita. Mais rústica, tinha de série bagageiro e guincho para reboque.
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Os especiais
A combinação de estilo estranho com uma mecânica primorosa estimulou os construtores de carrocerias especiais a elaborar versões as mais diversas sobre a base do DS.

Um duas-portas conversível (acima), exposto no Salão de Paris de 1958, foi produzido por Chapron, antigo transformador e artesão de Citroëns. A fábrica gostou muito do modelo e fez um contrato para que ele produzisse em maior escala.

Não exposta, mas que começou a ser produzida, era a versão Coach, muito elegante, que tinha o vidro traseiro em forma de trapézio. Era um três-volumes com linhas harmoniosas.

No ano seguinte, no mesmo salão, Chapron apresentava três modelos de duas portas que encheram os olhos dos visitantes: o cupê Coach Le Paris, um conversível de quatro lugares (não muito harmonioso) e um cupê 2+2, este sim de perfil bem agradável. Em todos, o pára-brisa era mais inclinado e o carro mantinha a mesma enorme distância entre eixos.

Para atender à presidência francesa, principalmente ao General De Gaulle, foi feita pela empresa esta limusine três-volumes, com vidros bem maiores em altura. Era também bem mais longo que o DS convencional.

Em 1960, uma associação entre Hector Bossaert e a empresa Gété resultava no GT 19 (acima), um cupê com três volumes e traseira que lembrava a do Peugeot 404, com direito a suaves aletas. Um conversível foi criado com o mesmo estilo.

Outro DS cupê era o da Pichon-Parat, associação entre dois construtores de carrocerias. Exibia um pára-brisa mais inclinado e faróis de Panhard 24, que melhoravam muito o desenho do modelo original da Citroën, a ponto de ser oferecidos como acessório para aplicação ao sedã. Alguns desses carros chegaram a competir em ralis.

Em 1962 a francesa Heuliez apresentava um DS conversível de quatro portas. Apesar do interesse em produzir uma série regular, a Citroën preferiu não arriscar, em dúvida quanto à rigidez da estrutura.

Bem depois do fim da produção, na década de 1980, ainda havia razões para desenvolver novidades para o DS. A britânica Dee-Ess (pronúncia da sigla em inglês) criou o DS 23 Drophead, acima, e o DS 23 Turbo, abaixo. O primeiro lembrava o conversível de Chapron; o outro aplicava um turbocompressor ao motor de 2,35 litros, que melhorava a aceleração de 0 a 100 km/h de 16,5 para 10 segundos.

Colaboração: Fabrício Samahá

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