O declínio
Com o abandono da plataforma do Torino, um ano depois, a Mercury passava
a usar a chamada Fox, a mesma então adotada no Mustang. Esse novo Cougar
para 1980 vinha apenas no acabamento XR-7 e trazia, pela primeira vez,
molduras nas janelas das portas. As linhas continuavam retilíneas, sem
qualquer ligação com o modelo original dos anos 60. O interior buscava
modernidade com o painel digital e o computador de bordo, mas a mecânica
decepcionava: um pequeno V8 de 255 pol³ (4,2 litros) era a opção de
entrada. Se parecia ruim, ficaria pior: em 1981 voltava a carroceria
sedã e aparecia o primeiro motor de seis cilindros no modelo; um ano
depois, renascia a perua da linha. O Cougar havia perdido toda sua
individualidade, mas a rejeição do mercado — foi seu pior período em
vendas — fez a corporação repensar sua estratégia.
A nova geração de 1983 deixava a variedade de carrocerias a cargo do
Mercury Marquis, enquanto o felino voltava a ser um cupê luxuoso. Ao
lado do Thunderbird, introduzia na Ford o chamado aero-look ou
estilo aerodinâmico, com formas suaves, que se tornariam padrão na
empresa em pouco tempo. Uma clara diferença para o T-Bird era o vidro
traseiro bem mais próximo da vertical, o chamado Formal Roof, enquanto a
base das janelas subia em uma curva atrás das portas. Essa série foi bem
recebida pelo mercado, apesar da ausência temporária da versão XR-7 e da
oferta de motores impensáveis alguns anos antes: até o quatro-cilindros
de 2,3 litros com turbocompressor foi oferecido, ao lado do V6 de 3,8
litros (140 cv) e do V8 302.
Continua
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