Em meados do ano, para a linha 1970, chegava mais uma versão: a Eliminator, com rodas esportivas, aerofólio na traseira, defletor dianteiro, logotipo no pára-lama, faixas duplas nas laterais superiores (uma preta, outra na mesma cor do carro, mas com contorno preto), faixa preta ao centro do capô e entrada de ar da mesma cor. Não passava despercebido, sobretudo nas cores mais vivas, como amarelo e laranja. Por dentro o volante esportivo de menor diâmetro tinha quatro raios e o acabamento era todo preto.

O Eliminator: rodas, aerofólio, faixas e tomada de ar para um aspecto esportivo, enquanto o V8 Cleveland 351 e o grande 429 garantiam o desempenho

O Eliminator usava o motor 351 Cleveland, produzido nessa cidade do estado americano de Ohio. Com carburador quádruplo, desenvolvia 290 cv. Também disponível estava o big-block (bloco-grande) 429, o mesmo do Mustang Boss, com 7,05 litros e admissão induzida de ar, que autorizava 375 cv. Isso mesmo: outro motor com quase a mesma cilindrada dos conhecidos 428 (que permanecia com 335 cv) e 427. A demanda pelos grandes V8 era tão vasta nos EUA que os fabricantes podiam se dar ao luxo de ter propulsores similares em tamanho, mas de concepções diferentes e sem muitos componentes em comum.

O felino engordava   Uma nova geração do Cougar era a novidade para 1971. O carro ganhava tamanho e peso: estava gordo, parrudo e pesadão (exatos cinco metros de comprimento, 3,04 m entre eixos, 1.530 kg), tendência natural na virada da década nos EUA. Ao centro da frente destacava-se uma grade vertical grande, com frisos verticais, e as laterais traziam frisos horizontais. Os faróis não eram mais escamoteáveis — perdia-se um dos charmes iniciais. Num todo, o automóvel estava longe de ser um esportivo de luxo, conforme a idéia original — apesar dos retrovisores "de competição" opcionais, com formato aerodinâmico.

Para 1971 chegava um novo Cougar, de estilo "gordo", que perdia a esportividade da primeira geração; o Eliminator já desaparecia

No interior, mudava o painel, que perdia o enorme relógio sobre o porta-luvas. Controle elétrico dos vidros e ajuste elétrico do banco do motorista estavam entre os opcionais, assim como ar-condicionado, calotas cromadas e pneus de faixa branca. O Eliminator não estava mais em produção e as opções de motores reduziam-se a duas: o Windsor 351, com 285 cv, e o grande 429, com 370 cv. As leis de proteção ambiental já começavam a baixar a potência dos carros nos EUA — em especial na Califórnia, a mais atingida pela poluição. No ano seguinte, com a entrada em vigor da medição líquida, os valores nominais ficavam bem mais modestos: 168 e 266 cv nas duas versões disponíveis, ambas com o motor 351 (o 429 era abolido). Continua

Um novo Cougar

Como já aconteceu com outros grandes automóveis do passado, o Cougar teve direito a uma ressurreição que, infelizmente, nada tinha em comum com o modelo original. Foi em 1999 que a Mercury lançou um cupê moderno com o

mesmo nome, desenhado dentro do estilo New Edge da Ford — com arestas e curvas em forte contraste — com base na plataforma do Mondeo (ou Contour, sua versão americana). A produção dos EUA também abastecia os mercados europeu e australiano, onde era vendido como Ford Cougar.

Embora atraente, faltava uma ligação com o carro da década de 1960: a tração era dianteira, o motor transversal e as opções ficavam entre quatro cilindros, 2,0 litros e 130 cv e V6 de 2,5 litros e 170 cv. Até uma versão Eliminator (foto) chegou a ser feita, mas apenas como conceito, com elementos estéticos e mecânicos de empresas de preparação e um compressor no motor V6, tudo coordenado pelo grupo Special Vehicle Engineering da Ford. Mas o novo Cougar não durou muito e jamais despertou a atenção dos fiéis ao original. Em 2002 era descontinuado, com uma edição especial alusiva aos 35 anos do modelo.

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