O interior estava mais espaçoso, no padrão intermediário daquele mercado na época, e as quatro portas, de abertura tradicional para frente, ajudavam no acesso. O porta-malas eram o maior da categoria. Se as formas quadradas eram modernas para a época, não se poderia dizer que eram inspiradas: a empresa criou um carro bastante previsível nesse sentido. Já em 1964, a Shin Mitsubishi Heavy-Industries, Ltd passou a se chamar Mitsubishi Heavy Industries, Ltd — o que duraria até 1970, quando o nome Mitsubishi Motors foi adotado.

Em 1963 já existia um modelo mais amplo, o 1000: 3,82 metros, quatro cilindros e linhas que lembram os Fiats da época

Dois anos mais tarde a linha Colt voltava a se diversificar, em especial quanto à motorização. Surgia o Colt 800, primeiro Mitsubishi a adotar carroceria fastback, com motor de três cilindros a dois tempos, 843 cm³ e 45 cv. No mesmo ano era lançada a 800 Van, na verdade uma perua de duas portas com os vidros laterais traseiros divididos ao meio horizontalmente. Visibilidade e estabilidade eram seu forte. Até cinco passageiros podiam viajar na perua, mas se ela levasse apenas dois, a capacidade de carga se expandia para 400 kg.

Em 1966 o Colt 1100 aprimorava a eficiência e o desempenho do motor de 1,0 litro, além de evoluir o interior do carro. Agora tinha 1.088 cm³ e já produzia 58 cv. Entre as melhorias para o motorista e passageiros estavam reformulações no painel, aquecedor e limpadores de pára-brisa. O nível de ruído diminuía e a posição do banco era satisfatória até para motoristas mais altos. A escalada de potência prosseguia e o entusiasmo por competições crescia de forma notável, no Japão, desde o primeiro GP de Suzuka, em 1963.

Os motores cresciam: o de 600 cm3 passava a 800 e o de 1.000 cm3 chegava a 1.100 (foto) em 1966, alcançando 58 cv

A Mitsubishi foi um dos fabricantes japoneses a melhor explorar esse potencial e o Colt participou ativamente de suas primeiras empreitadas (leia boxe abaixo). Como reflexo do crescimento econômico do país, era aberta a Meishin Expressway e, em seguida, parte da Tomei Expressway. As duas pistas expressas convidavam a velocidades maiores que os pequeninos veículos locais eram capazes de oferecer. Continua

Nas pistas
O Colt 600 começou sua carreira esportiva com muito gás. No GP da Malásia de 1963 venceu a Fiat nas três primeiras posições da classe inferior a 600 cm3. O modelo 1000 foi bastante usado em competições. No segundo GP do Japão, em 1964, primeiro reconhecido pela FIA, também conseguiu as três primeiras posições na classe T3 (de 700 a 1.000 cm3). Em seguida, a Mitsubishi decidiu investir em monopostos, que estrearam em 1966. Aos carros de passeio restaram os ralis.

O Colt 1000F marcou em 1967 a primeira grande incursão da marca na modalidade, no 2º Southern Cross Rally australiano. Chegou em 4º e foi o 1º em sua classe. A versão 1100F melhoraria a marca, chegando em 3º no mesmo rali em 1968, além de ser 1º e 2º na classe abaixo de 1.300 cm3. Um novo chassi e o motor R46 do monoposto de corrida marcaram o Colt 1500 SS (acima) no 4º Southern Cross Rally, em 1969, onde foi 3º. Dois Colts 11 FSS também participaram da disputa e um, chegando em 7°, ajudou a dar à Mitsubishi o título de construtores.

Em 1970, o 11 FSS tornou-se o chassi oficial da marca. Três correram o Ampol Trial, um rali de longa distância; dominaram sua classe e chegaram em 4º, 6º e 7º na classificação geral. No Southern Cross chegaria em 3º. Chegava a vez de o

Colt Galant assumir o posto de carro oficial de rali, com chassi baseado na versão AIIGS e o novo motor 1,5-litro de 140 cv. Embora tenha dominado quase toda a prova, foi 3º no Southern Cross Rally de 1971. No ano seguinte, o Colt Galant 16L GS ajudou a Mitsubishi a ganhar seu primeiro rali internacional. Também venceu as provas Japan Alpine Rally de 1971, JMC Mountain Safari Rally, MSCC Tokyo Rally, Safari in Kyoto, Group 11 Summer Rally, PMCS Tour de Nippon de 1972 e Tour de Kyusyu de 1973.

Com a chegada do Lancer, em 1973, sua versão de rali logo foi apresentada: a 1600 GSR (abaixo), ou Lancer A73. Ganhou as quatro primeiras posições do 8º Southern Cross Rally em outubro daquele ano. A estréia no campeonato mundial foi o famoso Safári Rally no Quênia, em 1974. E que estréia! Logo a prova mais árdua do campeonato. E Joginder Singh venceu, à frente até de Bjorn Waldegaard e seu Porsche 911.

Singh repetiria a façanha em 1976 com o Lancer, que ficou nas três primeiras colocações, batendo até o campeão Lancia Stratos. Andrew Cowan ganhou quatro vezes seguidas o Southern Cross com o Lancer. Com a vitória no Bandama Rally de 1977, Cowan e Singh superaram os Peugeots 504, mas o evento encerraria essa fase áurea do modelo. Nos anos 80 o Lancer EX 2000 Turbo e o Mirage teriam participações discretas em ralis.

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